03 de janeiro | 2024

Testemunha diz que Anderson transportava maconha no dia que família de Olímpia foi morta

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CRIME BÁRBARO!
Polícia civil investiga acerto de contas com o tráfico como possível motivo para o triplo homicídio.

Para o delegado de Olímpia, Marcelo Pupo de Paula, a principal linha de investigação do triplo homicídio da família de Olímpia, assassinada em Votuporanga aponta para um acerto de contas relacionado ao tráfico de drogas.

Segundo a TV Tem de São José do Rio Preto, em depoimento colhido pela polícia de Olímpia, na quarta-feira, 03, de acordo com Pupo, de uma pessoa que é investigada por envolvimento com o tráfico e estava de saidinha temporária, Anderson Marinho, de 35 anos, transportava maconha na quinta-feira (28), quando ele, a esposa e a filha desapareceram.

A polícia não deu detalhes sobre o conteúdo para não atrapalhar a investigação, mas informou que o homem, ouvido na condição de testemunha, é suspeito de envolvimento com o tráfico.

A Polícia Civil investiga o assassinato de três membros de uma família de Olímpia, cujos corpos foram encontrados em um canavial em Votuporanga no dia 1º de janeiro. As vítimas, identificadas como Anderson Givago Marinho (35 anos), Mirele Regina Beraldo Tofalete (32 anos), e a filha do casal, Isabelly Tofalete Marinho (15 anos), estavam desaparecidas há quatro dias.

O delegado de Olímpia revelou que radares eletrônicos registraram o veículo da família, um Gol, no trajeto para Votuporanga, descartando a possibilidade de uma parada em Rio Preto para comemorar o aniversário de Mirele.

ATRAÍDO PARA EMBOSCADA

Pupo sugere que Anderson pode ter sido atraído para um “acerto de contas” e que o autor do crime provavelmente não esperava que ele estivesse acompanhado pela família. “Já sabemos que eles seguiram direto para Votuporanga e não há evidências de que havia outra pessoa no veículo além deles. Acreditamos que Anderson foi atraído para uma emboscada e que o autor do crime não sabia que ele levaria a família junto”.

A tentativa de ligação da filha para a polícia, no momento do crime, foi confirmada por rastreamento eletrônico. O delegado especula que as mortes de Mirele e Isabelly foram consequência da descoberta de sua presença pelo autor dos disparos. ”Estavam no lugar errado, na hora errada”.

Para Pupo, no local combinado, Anderson desceu do veículo para conversar com alguém. No momento em que foi baleado, a filha dele tentou ligar para a polícia. Informação que foi confirmada por meio de rastreio eletrônico. “Foi quando o criminoso percebeu que ele não estava sozinho. Os vidros do carro são escuros. Acredito que o autor matou mãe e filha como queima de arquivo. Elas estavam no lugar errado, na hora errada e com a pessoa errada”, afirma.

ENVOLVIDO COM O TRÁFICO

As investigações são conduzidas pelo delegado Rafael Latorre, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Votuporanga, porém, como a família morava em Olímpia, a delegacia local está colaborando.

“Estamos ouvindo pessoas que conheciam a família e têm algo a contribuir. Já a delegacia de Votuporanga fica a cargo das provas técnicas, ou seja, necropsia dos corpos, perícia no automóvel, imagens de câmeras, por exemplo”, completa Pupo.

Em 2015, Andersen e outros três homens foram presos em Tabapuã com 995 porções de cocaína. Ele foi condenado a dois anos de prisão no regime semiaberto. Segundo Pupo, fontes disseram que Anderson ainda estava envolvido com o tráfico de drogas.

TIROS DE PISTOLA 9 MILÍMETROS

Cápsulas de pistola 9 milímetros foram recolhidas por peritos no local da execução, próximo a um canavial. O corpo de Anderson estava a poucos metros do veículo. O Gol estava com o vidro do motorista estourado, o que indica a direção dos tiros.

Mirele estava sentada no banco do passageiro, ainda com o cinto de segurança, o que reforça a suspeita de que a família foi surpreendida e não teve tempo de fugir. Já a filha do casal estava sentada no banco de trás.

Outro indício sobre a direção dos tiros são duas perfurações que atravessaram a porta danteira do passageiro, de dentro para fora. Ou seja, o atirador estaria posicionado ao lado da porta do motorista e atirou para dentro do veículo. Há também uma marca de disparo no para-brisa, na direção do banco de Mirele.

DIGITAIS NO CARRO

Os corpos, que estavam em estado de decomposição, foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Votuporanga e após os trabalhos foram liberados para a família na terça-feira, 2, quando forma enterrados em Olímpia.

“Não consigo acreditar nisso, por que isso meu Deus? Por que esta maldade, senhor?”, escreveu Franciele Tofalete em uma rede social. Ela é irmã de Mirele e esteve à frente das buscas pela família.

O Gol foi apreendido e periciado com o objetivo de detectar impressões digitais ou material biológico (sangue, cabelo) que possam levar a Polícia Civil à identificação dos envolvidos.

A análise inicial do local revelou a presença de digitais e fragmentos no veículo da família, conforme informado pela Polícia Civil. E a expectativa é de que o laudo necroscópico forneça detalhes adicionais.

“A perícia precisa de 10 dias para concluir os laudos, que serão muito importantes principalmente para revelar a cronologia da morte. Identificamos que a biologia do local revela que os corpos estiveram no local há um tempo e a Polícia Civil continua com o trabalho de investigação, levantamento de câmeras, oitivas, inquérito policial instaurado, tudo em busca de esclarecimento deste bárbaro crime”, afirma Everson Contelli, delegado Seccional em exercício em Votuporanga.

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