10 de janeiro | 2016

Terrenos já representam 34% de todos os imóveis de Olímpia

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Os terrenos ainda vagos existentes em Olímpia representam 34% aproximadamente, de todos os imóveis cadastrados pela Prefeitura Municipal de Olímpia e que estão sujeitos à cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Dos aproximadamente 25,5 mil carnês do IPTU que serão distribuídos, 8,5 mil seriam de terrenos, a maioria pertencente aos novos loteamentos aprovados pelo prefeito Eugênio José Zuliani.

A essa conclusão se pode chegar a partir de uma informação divulgada pelo radialista João Alberto Prates, da rádio Espaço Livre, quando anunciava uma entrevista concedida pelo secretário municipal de Finanças, Cleber José Cizoto, que foi mostrada na quinta-feira desta semana, dia 7.

Pelo menos aparentemente, essa informação embasa uma matéria publicada em meados de 2015, divulgando que o município já podia estar sentindo os efeitos do estouro da bolha imobiliária, que teria surgido, principalmente após a implantação de grandes investimentos imo­biliários através de vários loteamentos, a maioria de alto padrão, fazendo crescer as expectativas de grandes lucros aos compradores.

Além disso, a economia local vivia também dos gastos de turistas com hospedagem, fossem em hotéis ou pousadas, ou casas de aluguel. No entanto, o que já se via é que, principalmente as casas que foram construídas ou remodeladas para serem alugadas para turistas e as pousadas construídas para abocanhar uma boa parte dos rendimentos com o turismo, já não vinham obtendo o mesmo resultado de anos anteriores.

Situação esta que pode ser creditada ao grande número de hotéis que já entraram em atividade e outros que ainda estão em fase de construção ou se preparando para iniciar suas obras, sem que novas atrações, fora o Parque Aquático Thermas dos Laranjais, que inaugura uma grande nova atração por ano, ou mesmo se tenha visto algum planejamento voltado para poder trazer mais turistas para Olímpia.

O parque aquático embora tenha conseguido até aqui, não pode sozinho ser o responsável por atrair turistas para tantos investimentos na área de hospedagem.

PESQUISA

Entretanto, de acordo com uma pesquisa realizada por estudantes da Etec, supervisionada pela Olímpia Con­vention & Visitors Bureau, no período de 12 meses, apenas aproximadamente 37% dos turistas haviam se hospedado em pousadas (e casas de temporada).

Isso pode até explicar o grande número de prédios residenciais colocados à venda. Basta circular com atenção pelas ruas da cidade para perceber o grande número de placas com a inscrição “vende-se”. Quer dizer, começaram a sobrar casas que já podem ter sido adaptadas e aproveitadas como pousadas.

Proprietários de Olímpia vão pagar IPTU com reajuste de quase 10%

Embora estivesse sendo aguardado um aumento até maior, ou seja, bem acima do que a inflação fechou o ano de 2015, o prefeito Eugênio José Zuliani aumentou em aproximadamente 10% os valores que compõem o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que será pago pelo contribuinte em 2016.

Mas, provavelmente tentando minimizar os efeitos negativos de mais um aumento já afetado bastante ao que foi aplicado em 2014, o secretário municipal de Finanças, Cleber José Cizoto, justifica que o aumento é exigência de uma lei municipal vigente em Olímpia.

A informação foi passada na quinta-feira, dia 7, pelo secretário durante entrevista que concedeu a rádio Espaço Livre. Segundo ele, o aumento será de 9,64%.

“É o reajuste da inflação o que é previsto em lei e obrigatório que a gente reajuste pelo menos o índice da inflação. Vai ficar em torno de 10%”, justificou.

A previsão é de arrecadar em torno de R$ 9 milhões com o IPTU em 2016. Mesmo assim, o secretário trabalha com a possibilidade de que também neste ano o contribuinte deixe de recolher o imposto: “Isso é o que é estimado, mas dificilmente a gente arrecada (esse montante)”.

Para a expectativa de aumento da inadimplência está sendo considerada a possibilidade de crescimento da crise econômica. “Estamos prevendo um momento (financeiro) difícil do país. A crise econômica está se agravando e a gente prevê, talvez nesse ano, uma inadimplência maior do que teve em outros anos”.

Ainda de acordo com o secretário, os carnês estão sendo confeccionados pelo Banco do Brasil e serão distribuídos pelos Correios. No entanto, as datas limites para pagamento à vista ou mesmo da primeira parcela, para quem optar por parcelar, estão previstas para o dia 10 de fevereiro.

Mas a previsão, principalmente no caso do contribuinte preferir recolher o imposto antes da chegada dos carnês, é de que a impressão dos mesmos estará disponível no site da Prefeitura Municipal de Olímpia a partir do próximo dia 18 de janeiro.

Aumento exorbitante do IPTU pode ter causado o estouro da bolha imobiliária

Como se recorda, no início de maio de 2014, esta Folha publicou uma matéria que, embora sem afirmar categoricamente, já indicava que o aumento exorbitante do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) aplicado pelo prefeito Eugênio José Zuliani com total apoio da Câmara Municipal de Olímpia, poderia ser uma das causas de um provável estouro da bolha imobiliária que já estava instalada em Olímpia.

A reportagem ressaltava que os percentuais que atingiram os contribuintes, principalmente a partir da Planta Genérica de Valores, o IPTU, passava a ser um detalhe importante no momento de escolher o investimento. Afirmava-se na época, que esse valor teria que ser computado e descontado do rendimento para verificar se ainda valia a pena e que o fato do IPTU muito alto deveria contribuir negativamente.

Mesmo assim ainda não era suficiente para afirmar que já resultaria então, o estouro da bolha imobiliária de Olímpia, mesmo porque a questão ainda necessitava ser muito bem analisada, ou seja, era preciso fazer as contas na ponta do lápis.

Essas afirmações eram feitas naquele momento do mercado imobiliário de Olímpia, que entendia estar bastante aquecido em razão do desenvolvimento do turismo.

MERCADO PODIA ENTRAR EM CRISE

Entretanto, por isso, não era descartado que o mercado poderia entrar em crise, caso alguma medida não viesse a ser adotada, inclusive no sentido de proteger os investidores que já tinham aplicado altas cifras na cidade.

Nesse sentido, além do IPTU, havia também o consequente aumento dos valores cobrados a título de condomínios, que no caso dos apart hotéis, principalmente, poderiam diminuir o rendimento. Quer dizer, outro fator que poderia contribuir no sentido do estouro da bolha também.

Até em razão disso, era alertado por especialistas para alguns cuidados que os investidores deviam adotar no momento de decidir a forma de aplicar os recursos financeiros que tinham.

Agora, no caso dos terrenos comercializados em grande número que ainda continuam sem construções, gera o entendimento de que a força econômica dos compradores já cedeu ora ao próprio custo do IPTU, ora à própria crise econômica que vive o Brasil.

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