17 de agosto | 2008

Terra da Luz aponta falhas que atrapalharam suas apresentações

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 A direção do Grupo Parafolclórico Terra da Luz, da cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, apontou falhas da organização do 44.º Festival do Folclore (Fefol), que chegaram a atrapalhar as apresentações do folclore do estado nos palcos do Recinto de Exposições e Atividades Folclóricas Professor José Sant’anna. Pelo menos isso é o que se pode depreender da fala do coordenador do grupo, Francisco da Silva Freitas (foto).

Na noite do sábado, dia nove, momentos antes de iniciar a última apresentação deste ano, no palco da arena cultural, Freitas reclamou que, embora considerasse motivo de orgulho, apresentações do folclore cearense por parafolclóricos de outros estados, antes de suas apresentações, fez com que tivesse dificuldades para escolher seu repertório.

A preocupação de Freitas, que também sempre foi a do idealizador e criador do festival, professor José Sant’anna, era evitar a repetição de danças e folguedos numa mesma noite.

"A exemplo do que aconteceu durante todas as apresentações e do que aconteceu com apresentações de grupos de outros estados, mostrando a cultura cearense, que para nós é motivo de grande orgulho, nós ficamos sem opção, praticamente, de mostrarmos no palco B, alguma coisa do nosso repertório que não fosse repetitivo para o público. Que não fosse cansativo ter que ver, de novo, a mesma coisa, a mesma dança, ou seja, a mesmice que se viu durante toda a semana, mostrada pelos demais grupos provindo de outros estados", afirmou.

Trata-se de uma situação sempre reclamada. Embora tenha sido o único a apresentar essa queixa abertamente, certamente que outros grupos também tenham tido essa situação adversa no momento de subir ao palco para fazer sua apresentação. Todos eles preparam a apresentação da noite no período da tarde, principalmente.

Um exemplo de repetição que se verifica em todos os festivais, é o excesso de danças gaúchas apresentadas. Muitas vezes, no caso do Godap de Olímpia, só para citar como exemplo, apresentava danças gaúchas momentos antes de um grupo do Rio Grande do Sul subir ao palco para sua apresentação.

"É motivo de orgulho para nós, mas acho que é chatice para o público ter que ver todas as noites qualquer coisa só lá do Ceará. Só Ceará. Só Ceará", reforçou Freitas antes de iniciar sua apresentação no palco A do recinto, na noite do sábado, dia 09.

Viagem
Entretanto, durante a semana, em entrevista que concedeu a uma emissora de rádio da cidade de Olímpia, o professor Freitas reclamou das condições de transporte oferecidas pela organização do evento. As despesas durante a viagem tiveram que ser pagas pelos próprios integrantes do grupo, muitos deles estudantes que acabam sacrificando seus pais para poder viajar.

"Para chegarmos até aqui nesse ano foi um sacrifício tremendo. Estamos aqui com despesas de alimentação e trânsito por conta do próprio grupo. Não somos um grupo profissional, mas acho que o que a gente já fez por Olímpia, acho que a atual comitiva do folclore devia pensar um pouco mais com relação a isso. E se deixou a nossa presença aqui, tivesse feito um pouco mais de sacrifício disponibilizando, por exemplo, verba para que a gente ficasse aqui com mais tranqüilidade", reclamou.

Freitas informou que "Olímpia nos cedeu o ônibus, mas o preço que pagaram fez com que a gente viajasse numa situação meio difícil. Quer dizer, não comportando direito todo o material, toda indumentária. Porque se a gente está retornando a Olímpia, depois de seis anos, a gente procurou trazer o melhor do nosso folclore. E isso requer espaço, mas por conta disso foi um sufoco para gente colocar pelo menos um pouco do que a gente tencionava trazer para cá".

Já sobre o festival e a abertura oficial na noite do sábado, dia dois, Freitas diz que não viu a suntuosidade de anos anteriores. Ele, que não vinha com o grupo desde 2001, afirmou: "não vi aquela abertura tão pomposa dos anos anteriores. Tenho certeza que, com aquela pobreza que viram ontem (sábado da abertura oficial), poucos se sensibilizaram a virem".

Outro lado
Embora não tenha sido encontrado para falar, na semana passada o presidente do Instituto Brasileiro de Cultura Popular (IBCP), Vivaldo Mendes, falou sobre a contratação do ônibus durante entrevista que concedeu à mesma emissora de rádio que havia entrevistado o coordenador do Terra da Luz.

"Eles mandaram um orçamento de ônibus feito por eles, eles escolheram o ônibus e negociaram. Depois eu liguei (na e empresa) e tentei baixar o preço porque eles tinham dado o preço por quilometragem. Como a gente tem fórmula de calcular e temos como fazer cálculo para saber a quilometragem, negociamos e chegamos a um valor. Nenhum momento eu verifiquei se o ônibus era de dois andares, três andares, se cabia o material dele todo, de maneira nenhuma. Ele que escolheu o ônibus", justificou.

 

 

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