As tentativas de suicídio já são consideradas problemas de saúde pública. Em Olímpia a questão tem merecido atenção especial, tanto que no Centro de Saúde há uma equipe (foto) composta por várias profissionais especializadas prestando atendimento às pessoas que tentam contra a própria vida. No entanto, há ainda dificuldades em resolver a questão definitivamente.

Para a assistente social e articuladora de Saúde Mental, Cristina Esteves Kiill, as pessoas tentam contra a própria vida por falta de recursos internos. Elas não conseguem lidar com os problemas que vão surgindo no cotidiano da vida e acabam entrando em desespero.

"Qualquer tipo de problema, às vezes uma dívida, uma separação, problema familiar, problema de relacionamento e também as doenças, as psicoses, problemas orgânicos, podem levar uma pessoa a uma tentativa de suicídio", comenta.

A equipe é composta por psicólogos e terapeuta ocupacional, todos trabalhando no ambulatório de saúde mental, onde as tentativas de suicídio são prioridades no atendimento: "Temos aqui um acordo com a Santa Casa e quando a pessoa é atendida é imediatamente encaminhada para cá e introduzida no tratamento com todo atendimento que precisar".

Mas as causas podem estar até mesmo na carga genética da pessoa. Segundo a psicóloga Sueli Regina Recco Costa, há a questão de hereditariedade e o ambiente é muito importante. "Se vive numa família onde as pessoas têm problemas emocionais, a pessoa tem aquilo como modelo e vai crescendo com o mesmo tipo de comportamento", avalia.

Outro fator, segundo Débora Cristina Queiroz de Oliveira Benetti, também psicóloga do grupo, a inversão de valores também entra no contesto que pode levar à tentativa de suicídio. Um exemplo é a pessoa ir atrás de dinheiro e não conseguir e ficar frustrado.

A competitividade no mercado de trabalho é outro fator: "dependendo de como a pessoa lida com isso, porque se vai deixar a família para traz e trabalhar feito um louco em busca de uma outra promoção e aquilo não vem e não tem recurso para lidar com aquilo, pode desenvolver um quadro e tentar suicídio. Os aspectos externos são fatores importantes, mas os internos são os determinantes".

No entanto, as separações de casais não são causas determinantes, conforme explica a terapeuta ocupacional Roosimeire Viana. "Colabora, mas tudo depende das bases em que são feitas, porque tem muita gente que se separa e tem muita gente que nunca viu o pai ou a mãe e são bem estruturados", define.