21 de abril | 2024

Tenente destaca necessidade de várias ações e a integração de vários setores

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CRISE URBANA?
Conejo destaca pequenos furtos patrimoniais e a necessidade de ação conjunta de várias instituições. Segundo o PM a legislação é falha ao não permitir a internação compulsória.

Um dos entrevistados pela Folha em Olímpia nos últimos dias, sobre o aumento do número de moradores de rua e as consequências, foi o 1º Tenente PM Conejo que alertou para a complexidade desta questão e as múltiplas abordagens necessárias para lidar com ela.

O oficial destacou a visibilidade crescente deste problema nas ruas da cidade, especialmente nas principais avenidas, um fenômeno que, segundo ele, não se limita apenas a Olímpia, mas é um reflexo de uma crise mais ampla que afeta diversas partes do estado de São Paulo e do Brasil.

ABORDAGEM COLABORATIVA
DE VÁRIAS INSTITUIÇÕES.

“O número de moradores de rua tem aumentado, sim”, afirmou Conejo. “É um problema muito complexo que exige múltiplas atuações. Todo problema complexo exige uma solução complexa. Se alguém apresentar uma solução simples para um problema complexo, pode ter certeza de que essa solução é ineficaz.”

O tenente também destacou a importância de uma abordagem colaborativa envolvendo várias instituições. “Não é algo fácil, não é simples”, disse ele. “Temos a Polícia Militar na rua, representando a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil investigando os crimes e possíveis delitos. Mas também temos a atuação da prefeitura, que deve atuar com psicólogos para acompanhar a assistência social, estudando os casos, caso a caso.”

MORADORES CAUSAM
AUMENTO DE DELITOS PATRIMONIAIS

Além dos desafios sociais, Conejo abordou as consequências do aumento da população de rua para a segurança pública. Ele mencionou que, embora os problemas mais frequentes não estejam diretamente relacionados a crimes graves, eles incluem delitos patrimoniais que impactam o turismo local, especialmente em áreas turísticas. “Não são crimes, mas são delitos patrimoniais que acabam prejudicando o turismo às vezes por estar numa parte turística e atrapalhando o turista”, explicou.

O tenente também observou que a contribuição dos turistas, frequentemente em pequenas quantias, acaba por ter um impacto significativo na vida dos moradores de rua.

“A grande população flutuante, esses turistas que vêm de todo canto do Brasil, fornece um apoio financeiro significante para o morador de rua”, comentou. “Mas moedinha por moedinha, o morador de rua acaba fazendo o volume dele.”

CONEJO DEFENDE
A INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA

Discussões sobre a eficácia das políticas atuais e a necessidade de novas estratégias também foram parte da conversa. Conejo criticou a falta de uma legislação que permita intervenções mais diretas, como a internação compulsória, em casos extremos onde indivíduos não conseguem mais tomar decisões racionais devido ao uso de substâncias alucinógenas. “Precisa de uma intervenção de uma internação compulsória, só que isso é uma coisa que a lei hoje não permite”, lamentou o tenente.

A entrevista concluiu com um apelo à conscientização da população sobre como ajudar efetivamente os moradores de rua. “Não contribua financeiramente porque você está, na verdade, prejudicando ele a longo prazo”, aconselhou Conejo. “Talvez momentaneamente ele se satisfaça, mas a longo prazo você está incentivando o cara ficar na rua.”

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