05 de novembro | 2023
Suspeito de matar mulher nega crime e diz que a deixou “bem viva” no motel em Olímpia
Polícia fez “perseguição virtual” para prender suspeito de assassinar mulher em motel local dentro do ônibus do pai em Presidente Prudente.
Da Redação com G1 de Prudente – O homem suspeito de assassinar uma mulher em um motel de Olímpia (SP) que foi preso em flagrante na sexta-feira (3), durante uma abordagem feita pela fiscalização da Polícia Militar Rodoviária a um ônibus no km 567 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Presidente Prudente (SP), declarou na delegacia da cidade que, quando deixou a mulher no motel, ela estava viva e bem.
A prisão ocorreu após uma “perseguição virtual” ao veículo através do sistema conhecido como Detecta que abordou o ônibus preto do pai que teria sido chamado para ajudar o filho.
O crime vitimou Silvia Mirian Ângelo Ramos, de 56 anos, que foi encontrada morta em um motel em Olímpia, na madrugada da quinta-feira (2).
Conforme o Boletim de Ocorrência, registrado como homicídio, Silvia Mirian era moradora de Severínia (SP) e havia combinado uma corrida naquele horário com uma motorista por aplicativo. No local, a condutora tentou contato com Silvia, mas a passageira não retornou.
“PERSEGUIÇÃO VIRTUAL”
O Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) havia despachado via rádio informações para a rede da corporação com as características do ônibus, com placas de Ribeirão Preto (SP), pertencente ao pai do suspeito, em que poderia estar o foragido autor do crime.
A fiscalização constatou, então, que o suspeito, de 30 anos, era passageiro do veículo abordado e, após a prisão, o encaminhou à Delegacia da Polícia Civil, em Presidente Prudente, onde o homem permaneceu à disposição da Justiça.
Para conseguir prender o suspeito, os policiais fizeram uma “perseguição virtual” ao ônibus, através do sistema Detecta, e tomaram conhecimento de que o veículo tinha passado pelo radar em frente à Base da Polícia Militar Rodoviária, em Presidente Prudente, por volta das 7h05. A fiscalização encontrou o veículo, em que estavam o suspeito e o pai dele, em uma via marginal, na altura do km 567 da Rodovia Raposo Tavares, às 15h30.
ACUSADO FICOU NERVOSO
QUANDO QUESTIONADO SOBRE O CRIME
Questionado sobre o crime, o rapaz ficou nervoso e passou a dizer coisas sem sentido, segundo a polícia.
O pai dele alegou que, em princípio, somente tinha ido buscar o filho na cidade de Martinópolis (SP), na região de Presidente Prudente, e não havia dito mais nada.
Quatro celulares que estavam com o pai e o filho foram apreendidos para auxiliar nas investigações.
Os militares salientaram que a roupa que o rapaz usava durante o crime foi encontrada dentro da caixa de água do ônibus em que ele foi detido.
A Polícia Civil também irá investigar por que o ônibus foi todo pintado de preto e se isso foi adotado como uma forma de tentar despistar a identificação do veículo na fuga.
RELACIONAMENTO
ENTRE VÍTIMA E SUSPEITO
Na delegacia, o suspeito alegou à Polícia Civil não se recordar de muita coisa, pois acreditava que um homem para o qual trabalhava teria colocado algo em sua bebida, mas se lembrava de que, quando havia saído do motel, a vítima ainda estava viva e bem, e negou ter matado a mulher.
O pai contou à Polícia Civil que, na madrugada da quinta-feira, seu filho havia lhe telefonado e dito que “tinha feito uma cagada” e que era para buscá-lo no trevo de saída da cidade de Olímpia, e assim o fez.
Ao receber uma mensagem de uma filha, dizendo que o rapaz era suspeito de um homicídio, o pai teria confrontado o jovem, mas ele negou envolvimento no crime.
DELEGADO DE PRUDENTE PEDIU
A CONVERSÃO DO FLAGRANTE EM PREVENTIVA
Uma testemunha, amiga da vítima, informou à Polícia Civil ter conhecimento de que Silvia mantinha um relacionamento com o suspeito.
Outras duas testemunhas foram as pessoas que levaram a vítima e o autor até o motel e que buscaram Silvia posteriormente.
“Destarte, tenho que as circunstâncias fáticas extraídas dos autos revelam a concreta periculosidade do indiciado, constituindo indícios veementes da potencialidade lesiva do delito em comento, que abala seriamente a ordem social, conferindo idoneidade ao decreto prisional cautelar, razão pela qual deve ser convertida a prisão em flagrante em preventiva”, concluiu o delegado Eduardo Iasco Pereira, que representou à Justiça pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito.
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