02 de março | 2008

Sem conhecer língua do Brasil se comunicavam com gestos

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Nem todos os que vieram para a região tinha a sorte de encontrar logo algum japonês que pudesse ajudar na interpretação da língua. Este foi o caso dos pais de Tieko Okita Tokunaga (foto), 65 anos, que ainda sofreram humilhação por terem chegado em época de guerra mundial. "Sofreram muito mais, porque eles queriam matar as "japonesadas", é uma história assim", disse.

No entanto, ao chegar em Olímpia Tieko não encontrou dificuldades. Ela havia casado e veio de Araçatuba para morar com a família do marido, Tokio Tokunaga, que faleceu há três meses. "Vim para cá em 1964, me casei e vim para Olímpia", explicou.

Os pais vieram para trabalhar em cafezais, porém, não sabe com que idades chegaram ao Brasil. Por outro lado, se admira de ver o crescimento da cidade de Olímpia. "Era pequena e agora que cresceu um pouquinho, está melhorando", comentou.

Dos filhos, que tem dois e netos, explica que até começaram na lavoura, mas que depois foram para a cidade de São Paulo e começaram a trabalhar em indústrias.

Sobre o clima, explicou que na cidade de Hiroshima, onde os pais moravam, a temperatura também é mais alta. "Em relação a temperatura não sei se sofreram muito", explicou.

Um dos irmãos de Tieko atualmente está residindo no Japão. De acordo com ela, há 10 anos ele resolveu se mudar. O marido trabalhava com um sítio e na horta e depois estabeleceram com uma quitanda, segundo ela, "um mercadinho".

Embora tenha aprendido um pouco da língua japonesa com a mãe, Tieko afirma que atualmente é mais brasileira que japonesa, até mesmo quando se trata da comida. "Acabou esse negócio de cultura japonesa", observou.

 

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