06 de maio | 2012

Secretária de Saúde barra convênio em Severínia que ajudaria Santa Casa local

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De maneira inesperada, pelo menos para a secretária municipal de Saúde de Severínia, Valnice Aparecida Cussolim Barbareli, a secretária de Saúde de Olímpia, Silvia Elizabeth Forti Estorti (foto) está barrando a implantação de um convênio em Severínia, que em atuação viria a favorecer também a Santa Casa de Olímpia.

Pelo menos é isso que se entende da informação passada por Barbareli na tarde da quinta-feira desta semana, dia 3, em e-mail que encaminhou à redação desta Folha, e também durante reportagem via ligação telefônica.

Trata-se da Sala de Estabilização (SE), uma estrutura que funciona como local de “assistência temporária e qualificada para estabilização de pacientes críticos/graves, para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde”.

Para contemplação do pleito o município enviou projeto ao Ministério da Saúde solicitando a implantação. Após deliberação CIB foi encaminhado para analise e ratificação do CGR de Barretos para prosseguimento, no caso o colegiado norte que é composto por 10 municípios, na Regional de Saúde de Barretos.

De acordo com Valnice Barbarelli, os municípios contemplados com Salas de Estabilização na Rede de Atenção as Urgências (RAU) na CIB nº 76 de 21 de abril de 2012 pertencentes à Divisão Regional de Saúde – V Barretos são: Severínia (CGR Norte) e Viradouro (CGR Sul), cabendo aos gestores municipais pertencentes aos CGR não só ratificar essa indicação como também avaliar os pleitos dos demais municípios que não foram contemplados.

Entretanto, na última reunião realizada no dia 02 de maio de 2012, na DRS V de Barretos, não houve consenso para manter o pleito já contemplado para o município de Severínia. Embora tenha havido muita discussão dos municípios que julgaram necessária ao fortalecimento da articulação regional, os municípios de Altair, Colômbia e Olímpia apresentaram-se contra o pleito.

“Esse fato causou surpresa na maioria dos participantes devido o comportamento de contradizer o que se chama de integração, intersetorialidade e fortalecimento regional com a implantação e implementação do SAMU”, explicou Barbarelli.

De acordo com ela, “a preocupação maior é ter perdido a oportunidade de se estabelecer um atendimento que visa fortalecer e estruturar a região composta por 10 municípios no atendimento de urgência e emergência com a atitude dos municípios de Altair, Colômbia e Olímpia”.

CONVOCAÇÃO DE ÚLTIMA HORA
Por outro lado, Barbarelli ligou no início da noite da quinta-feira desta semana, dia 3, às 18 horas, informando que tinha sido convocada naquela hora para uma reunião extraordinária na DRS V de Barretos, para a segunda-feira da próxima semana, para novamente tratar dessa sala de estabilização.

A secretária severinense acredita e antecipou que o assunto deverá voltar à pauta, por orientação de São Paulo que deve ter estranhado a atitude da secretária de Olímpia, seu marido Adileu Storti, que é secretario de Colômbia e do representante da Saúde de Altair.

No entanto, na segunda-feira, a secretária teria recebido nova informação dizendo que o Email da convocação teria sido disparado para os municípios do CGR Norte por engano.


Secretária local teria agido por
retaliação votando contra Severínia

A decisão adotada pela secretária municipal de Saúde de Olímpia, Silvia Elizabeth Forti Stort, teria sido de caráter pessoal. A intenção dela seria a de desestruturar a Direção Regional de Saúde de Barretos – DRS V, inclusive com a retirada estratégica de quatro municípios que compõem o colegiado da região norte, por não ter obtido o cargo político de diretora regional de saúde de Barretos.

“A intenção dela era ser diretora da regional de Barretos. Mas como ela não conseguiu esse cargo, ela queria desestruturar Barretos”, afirmou a secretária municipal de Saúde de Severínia, Valnice Aparecida Cussolim Barbareli.

Na avaliação de Barbareli seria uma maneira de atingir principalmente o colegiado norte, que é composto por 10 municípios e Severínia se manteria a principio como o único município contemplado do CGR Norte.

Por outro lado, também segundo ela, o colegiado sul, composto por oito municípios, teria como único município contemplado Viradouro.

“Sem justificativa, a Silvia, que é a secretária de Olímpia, o Adileu (Storti) que é marido dela e secretário de Colombia, e o vice de Altair, Vicente (secretario de lá), que a mulher dele Alessandra é suplente, eles se colocaram contra a ratificação de Severínia”, afirmou Barbareli.

De acordo com ela, a sala é uma estrutura que funciona como um local de assistência temporária para estabilização de pacientes críticos e graves. Essa sala já existe no município de Severínia e foi reestruturada no ano passado, ficando de acordo com a legislação.

RECURSOS
Inicialmente, o município vai receber recursos de R$ 100 mil para aquisição de equipamentos e lá faltam apenas um respirador e um cardioversor. A partir disso, recebe R$ 25 mil por mês para custeio das equipes que estarão atuando.

Barbareli contou que a partir do funcionamento da sala apenas os casos mais graves chegariam a Olímpia. “Seriam encaminhados menos pacientes para Olímpia (Santa Casa), mas ela votou contra”, reforçou.

Os contrários, conta a secretária de Severínia, alegaram que não sabiam quais os critérios utilizados pelo Ministério de Saúde para definir a contemplação. Segundo PORTARIA Nº 2.338, DE 3 DE OUTUBRO DE 2011 os critérios são: município com população menor que 50 mil habitantes; cobertura no mínimo de 50% pelo ESF (lá é 100%); não possuir UPA (Olímpia já tem?); atendimento 24 horas, coisa que o Pronto Socorro de lá já realiza.

Mas também surgiu outra motivação. Adileu Storti, marido de Silvia e secretário de Colômbia, alegou que tem uma rodovia de grande fluxo de pistas simples (Faria Lima). Porém, Barbareli diz que esse é o mesmo caso que ocorre em Severínia, devido à localização geográfica do município. “E temos de pegar o touro a unha”, acrescentou.

Quando questionada sobre se haveria algum outro motivo para a decisão de Silvia Forte, Barbareli disparou: “Estou achando que é pessoal. Que ela não gosta de mim porque ela queria fazer a microrregião de Olímpia, ela queria tirar quatro municípios (de Barretos): Severínia, Altair, Guaraci, Cajobi e Olímpia, e fazer uma microrregião. Pacientes desses municípios passariam a ser encaminhados para Rio Preto, ao Hospital de Base (HB)”.

Atualmente, segundo ela, os pacientes de Severínia são encaminhados para Ribeirão Preto, onde o atendimento é melhor que o de Rio Preto. Não há demora e nem tem problemas de exames. “É melhor mesmo tendo de percorrer uma distância maior”, assevera.

“É ser muito egoísta. Ela não está prejudicando uma pessoa. Ela não está me prejudicando. Ela está prejudicando uma população deixando de fortalecer o colegiado”, acrescenta.

OUTRO LADO
Na manhã desta sexta-feira, dia 4, por volta das 14h30, foi tentado contato por telefone com a secretária de Saúde de Olímpia, Silvia Elizabeth Fort Storti, mas a informação obtida com sua secretária, Cidinha, é que estava em reunião e não poderia se interrompida naquele momento.

Até em razão disso foi deixado recado com a secretária para que retornasse a ligação, inclusive esclarecendo de qual assunto se tratava. Porém, Silvia Forti não retornou a ligação até o fechamento da edição.

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