21 de outubro | 2012

Santa Casa suspende cirurgias eletivas pelo SUS a partir de 2.ª

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A diretoria da Santa Casa de Olímpia resolveu suspender a realização de todas as cirurgias eletivas, aquelas que não são precedidas de urgência e emergência, que seriam pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A paralisação, segundo comunicado que chegou à redação, ocorrerá a partir da segunda-feira da próxima semana, dia 22. A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira, dia 19, pelo provedor Mário Francisco Montini.

“Comunicamos a todos os agentes da mídia do município de Olímpia que diante das significativas dificuldades atuais para manutenção de nossos serviços, apesar de todos os esforços, a partir da próxima segunda-feira, dia 22 de outubro de 2012, não mais serão realizadas cirurgias eletivas em todas as especialidades médicas, por prazo indeterminado”, diz o primeiro comunicado datado da quarta-feira desta semana, dia 17.

No entanto, nesta sexta-feira, dia 19, a direção do hospital soltou outro comunicado, desta feita suspendendo também, a partir da mesma data, todos os atendimentos de urgência e emergência que vinham sendo realizados, além do SUS, também por planos de saúde. Um comunicado avisa que todos os atendimentos da espécie que forem realizados lá terão de ser pagos particularmente.

“A provedoria da Santa Casa comunica a todos os cidadãos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) e de planos de saúde que não haverá mais atendimentos de urgência e emergência a partir do dia 22 de outubro de 2012. Os que necessitarem de serviços de saúde deverão procurar a UPA ou os consultórios particulares de médicos. As eventuais necessidades de ambulatório médico atendidos pela Santa Casa terão as consultas cobradas como atendimento particulares”, diz nota datada do dia 19.

SEM FECHAMENTO
Entretanto, procurado na tarde de ontem, Montini negou qualquer possibilidade de que esse processo fosse um encaminhamento para o fechamento do hospital, conforme vem sendo analisado depois que a notícia foi divulgada na quinta-feira desta semana, dia 18. “Isso é um absurdo”, garante.

Tudo estaria relacionado apenas aos baixos valores que são pagos, seja pelo SUS, seja pelos planos de saúde, principalmente a Unimed. No entanto, devido a compromissos profissionais, Montini alegou que não poderia falar em valores na tarde de ontem, quando houve o contato com a reportagem. Apenas preferiu anunciar uma entrevista coletiva para a quarta-feira da próxima semana, dia 24.

Segundo Montini, as cirurgias pelo SUS só ocorrerão em casos de urgência e emergência e mesmo assim quando o paciente for encaminhado pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento). “Chegamos a um limite de atendimentos e a região não ajuda. Tudo na Santa Casa dá prejuízo por causa do SUS”, justifica.

Ainda sobre o atendimento do Pronto Socorro para os municípios da microrregião. “Eles que mandem para a UPA. Se a UPA vai atender ou não, isso é problema deles. Como eles não ajudam e não pagam nada, nós também vamos suspender os serviços de urgência e emergência”, reforçou.

CUSTOS ALTOS
Segundo o provedor, os custos sempre superam o valor da contratualização. “Isso vem o dinheiro do SUS que paga muito mal. A gente não aguenta mais fazer o serviço que tem que fazer com o valor que eles pagam”, diz.

Ele reclama mais da falta de atitude das Prefeituras da microrregião que, segundo Montini, apenas uma estaria pagando e mal. O provedor exemplifica que esses municípios contratam 50 cirurgias por ano, mas realizam 100. “Eles não ajudam nada. Nem o Pró-Santa Casa estão pagando. Então tenho que dar um basta nessa coisa. Não tem como a provedoria correr atrás de dinheiro para pagar uma coisa que não é obrigação dela pagar.

Estamos trabalhando com prejuízos”, contou.

ISENÇÃO A UPA
Por outro lado, desvincula a decisão ao fato do hospital ter perdido o contrato que tinha com a Prefeitura Municipal de Olímpia, após a inauguração da UPA. “Antes tinha prejuízos também”, afirmou.

Montini também não vê diferença na perda de vínculo do pronto socorro com o município, em relação à ajuda que recebia da comunidade, que considera continua sendo pequena. Segundo ele, quem tem mais poder de ajudar não tem ajudado nada. “Os mais comuns são os que ajudam mais”, disse.

Mas critica o segmento do turismo que, pelo movimento semanal que tem não ajuda nada a Santa Casa. “O Thermas mandava uma ajuda e cortou”. Mesmo as verbas que chegam através de deputados tem influência na decisão. Segundo Montini, foram R$ 400 mil neste ano que significaram pouco. “Não foram verbas de custeio”, explica.

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