04 de fevereiro | 2018

Quase a metade da população local pode estar vivendo em estado de plena pobreza

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Aproximadamente 44%, ou seja, quase que a metade da população de Olímpia pode estar vivendo ou tentando sobreviver em estado de plena pobreza e, parte desse conglomerado, pode, até mesmo, se encontrar em estado de miserabilidade. Pelo menos é isso que indica os números informados nesta semana pela secretária municipal de Assistência social, Izabel Cristina Reale Therezo.

De acordo com ela, são exatas 5.444 famílias que estariam em situação de miserabilidade, cujo número de pessoas pode che­gar a quase 22 mil, ou seja, praticamente a metade da população de Olím­pia estaria na abaixo da linha da pobreza, ao se mul­tiplicar o número de famílias por um número médio de integrantes.

A informação foi divul­gada pela secretária na quin­ta-feira desta semana, dia 1.º, durante uma entrevista que concedeu ao jornalista José Antônio Arantes, que comanda o programa Cidade em Destaque, pela Rádio Cidade FM.

“Hoje nós estamos com aproximadamente duas mil famílias que recebem o benefício. Mas só de cadastros de famílias que estão dentro dos critérios do Governo Federal são cerca de seis mil famílias. São famílias que precisam receber e que o Governo Federal acaba não atendendo”.

O principal critério para receber o bolsa família é ter uma renda per capita de até R$ 80,00, si­tuação que é estipulada pelo Governo Federal. Mas, além disso, há ques­tões ligadas à educação e à área de saúde.

O Programa Bolsa Família é um benefício que desde 2003 auxilia milhões de pessoas a sair da situação de pobreza e extrema pobreza.

Porém, essas famílias, além de crianças, podem abrigar pessoas com idades superiores a 18 anos, como irmão ou irmã, a até tios e avós. Por isso, há dificuldades em determinar o valor absoluto de pessoas envolvidas.

No entanto, levando em conta a média de mem­­bros de uma família normal, que é de quatro pessoas, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), pode se chegar a um total de 22 mil habitantes, ou seja, 44% da população considerando 50 mil habitantes.

Maior concentração de pobres está em bairros da zona leste da cidade

Embora a situação de estado de pobreza esteja disseminada basicamente em três bairros de regiões da cidade, o local que mais concentra pessoas em estado de miserabilidade é a zona leste. Essas pessoas são atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) 3, que fica no Jardim Luiza.

Lá estão 2.021 famílias, ou seja, 37,2% delas. Considerando a média de quatro pessoas em casa, segundo critérios da Organização das Nações Unidas (ONU), seriam 8.084 pessoas, ou seja, cerca de 16% da população local, considerando o total de 50 mil habitantes.

O segundo maior contingente está cadastrado no CRAS 2, que funciona no Jardim São José, na zona sul da cidade. São 1.743, ou seja, 32% das que necessitam do Programa Bolsa Família, compondo um grupo de 6.972 habitantes, ou cerca de 14% da população.

Por outro lado, há um grupo que está diminuindo em relação aos demais. O que é atendido pelo CRAS 1, do Jardim Santa Ifigênia, na região norte, região que estão sendo invadidas por investimentos em torno do setor do turismo. São 1.680 famílias, ou cerca de 30,1% das que necessitam do benefício do governo federal. O que dá um total de aproximadamente 6.720 pessoas, ou cerca de 13,5% da população.

Mas essa questão envolve a falta de empregos na cidade, que não exige a mão de obra mais qualificada. São famílias carentes e expostas a todo e qual­quer tipo de sorte, inclusive com parte de seus integrantes que acabam se envolvendo com a crimi­nalidade.

A crise econômica e o a­u­mento do desemprego são os responsáveis pelo aumento do número de pessoas que dependem do programa social. “Nos últimos anos de recessão, o desemprego explica por que as pessoas estão dependentes do Bolsa Família, que é um paliativo. O dinheiro ajuda, mas não resolve já que é uma quantia bem abaixo dos gastos mensais que uma família formada tradicional, formada pelo casal e dois filhos,” disse o professor da Universidade de Brasília (UnB) De­nil­son Coelho.

Mas o número de be­ne­­ficiários do Bolsa Família serve como um termômetro social de uma localidade, já que são a­tendidas famílias em situação de extrema pobreza, com renda mensal por pessoa de até R$ 85, e de pobreza, com renda mensal per capita entre R$ 85,01 e R$ 170.

Fundo Social oferece os cursos de moda, beleza e padaria artesanal

A crise econômica e o a­umento do desemprego são os responsáveis pelo aumento do número de pessoas que dependem de programas sociais, co­mo no caso do Programa Bolsa Família, principalmente. Trabalhando ao lado do Fundo Social de Solidariedade, a secretária mu­nicipal de Assistência Social, Izabel Cris­tina Re­ale Therezo, tem realizado oficinas de mão-de-obra e está a­guar­dando confirmação da implantação da Frente de Trabalho pelo Governo do Estado.

Já o Fundo Social está recebendo desde a quinta-feira desta semana, dia 1º de fevereiro, inscrições para as turmas de 2018 de três cursos pro­fissionali­zantes gratuitos: Padaria Artesanal, Escola da Moda (consertos e reparos) e Escola da Beleza (Colorime­tria).

Ao todo, serão disponi­bilizadas duas turmas de 10 alunos para cada curso, totalizando 60 vagas.

As qualificações, oferecidas em parceria com o FU­S­SESP (Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo), têm carga horária de 60 horas, são ministradas por monitores capacitados e possuem certificado.

Os interessados devem comparecer à sede do Fun­do Social (Rua Caetano Go­tardi, 323 – Centro), de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 15h30. Para realizar a inscrição é necessário levar cópia do RG, CPF, comprovante de renda ou carteira de trabalho e comprovante de residência.

No curso de Padaria Ar­tesanal, os alunos aprenderão a produzir 10 tipos de pães, cookies, pão de mel e panetone. A Escola da Moda é responsável por ensinar métodos de consertos e reparos em roupas. Já a Colorimetria qualifica os participantes para trabalhar com tintura de cabelo. Neste último, é necessário ter curso básico de cabeleireiro e apresentar o certificado no momento da inscrição.

As vagas são destinadas preferencialmente a pessoas desempregadas ou com renda familiar até do­is salários mínimos, sendo que os inscritos passarão por avaliação socio­e­conô­mi­ca com o técnico responsável pelo Fundo Social de Solidariedade de O­límpia. No caso haver vagas remanescentes, interessados com renda familiar acima da referida poderão se inscrever.

A idade mínima para participar é de 16 anos, sendo que os pais ou responsáveis por menores de idade deverão assinar um termo de responsabilidade. As inscrições seguem até o dia 16 de março.

Em caso de dúvidas, os interessados podem entrar em contato com o Fundo Social pelo telefone (17) 3281-1939.

OFICINA DE ORQUÍDEAS

Em parceria com o Sindicato Rural de Olímpia, a Secretaria Municipal de Assistência Social, realizou entre os dias 24 e 26 de janeiro, a Oficina de Orquídeas. O curso foi ministrado na unidade do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS III) com a participação de 20 alunos.

Na oficina, os alunos a­prenderam a fazer a poda correta das plantas, a produzir mudas e, principalmente, o manejo adequado para que a planta cresça sadia.

Segundo a secretária de Assistência Social, Izabel Cristina Reale Therezo, a oficina é uma oportunidade para que as pessoas apaixonadas por plantas adquiram mais conhecimento e possam fazer disso uma nova fonte de renda.

“A parceria com o Sindicato é muito importante para nosso município, pois possibilita oferecer à população atividades que ampliam o universo de conhecimento dos usuários dos programas sociais inscritos nesta oficina. Além disso, visa buscar a porta de saída do processo de vulnerabilidade social, fortalece o convívio comunitário, a troca de vi­vências e incentiva a socialização, bem como, fazer do plantio de orquídeas uma forma de gerar renda”, explicou.

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