29 de junho | 2014
Provedor afirma que Santa Casa local trabalha de graça para UPA há 2 anos
O provedor da Santa Casa de Olímpia, Mário Francisco Montini (foto), afirmou na tarde desta sexta-feira, dia 27, que há dois anos o hospital vem trabalhando de graça para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Um problema que perdura praticamente desde que foi inaugurada à vésperas do período eleitoral de 2012, pelo prefeito Eugênio José Zuliani.
A afirmação foi feita para a reportagem desta Folha da Região quando explicava os motivos do fechamento temporário da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), segundo ele, para a realização de uma reforma estrutural do local.
Na realidade, segundo o provedor, a UPA está na verdade gerando prejuízos para a Santa Casa: “É, manda atendimentos para o hospital que não são nossos. Agora vamos disciplinar essas coisas. Se tivéssemos contratado a gente receberia. Poderia estar recebendo mal, mas receberia. Só que não temos essa contratualização. Não é pago. Entra para o fundo de prejuízos da Santa Casa”.
Montini conta que há muito tempo tem conversado a respeito do problema, mas que até agora não encontraram uma solução. “Não podemos ficar com a Santa Casa sofrendo prejuízos. Vamos ver qual a posição que vamos tomar”.
O prejuízo é causado pela ausência de contrato para determinados atendimentos. “O problema é que os atendimentos mais urgentes eles querem mandar tudo para a Santa Casa e a Santa Casa não tem esse contrato para atender determinados casos”, observa Montini.
REFORMA ADMNISTRATIVA
Por isso fala em reforma administrativa da UTI e até em deixar de receber pacientes encaminhados pela UPA. “Nós não vamos mais receber pacientes. Chegou paciente na UPA aí é problema da secretária. Ela que tome as providências necessárias”, afirmou se referindo a buscar vagas em hospitais da região no centro de controle.
“Não vamos aceitar também depois o que ela faz. Tem paciente que não é da competência da Santa Casa atender, manda (UPA) pra a Santa Casa e nós que temos de fazer a remoção depois. Essa é outra coisa que vamos ter de disciplinar porque senão os custos acabam ficando com a Santa Casa”, acrescentou.
De acordo com o provedor é necessário fazer uma reengenharia de custos e tentar diminuir o prejuízo que atualmente vária entre R$ 70 mil e R$ 80 mil por mês. “Nós temos que aproveitar esse período de fechamento para a reforma para rever todos os conceitos de condução da UTI, porque senão a gente não vai suportar financeiramente”, explica.
De acordo com ele, a Prefeitura Municipal de Olímpia, através da Secretaria Municipal de Saúde, repassa a quantia de R$ 14 mil por mês referente aos atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde), mas o custo total da UTI chega a ser de entorno de R$ 130 mil por mês.
Segundo o entendimento do provedor, a UPA teria que encaminhar os pacientes para outro hospital: “A gente acaba aceitando pra atender o paciente. O problema é que nós não temos recurso para isso. Nós não temos contratado esse serviço”.
A mesma situação está relacionada com as demais Prefeituras dos outros municípios da Comarca de Olímpia, que também não estariam pagando pelos atendimentos de UTI porque não têm contratos. “Não ajudam”, enfatiza o provedor.
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