11 de junho | 2017
Projetos para recuperação do prédio da Beneficência custam quase R$ 600 mil
De acordo com o que consta em um dos processos movidos pela diretoria da Associação Beneficência Portuguesa de Olímpia contra a Prefeitura Municipal, somente os projetos e a direção técnica de arquitetura, engenharia, elétrica, hidráulica, entre outros segmentos, custariam quase R$ 600 mil. O valor foi estimado pelo Escritório de Arquitetura e Regularização de Imóveis – Donizeti Antunes.
Segundo consta na relação de valores, esses projetos custariam R$ 576 mil. Além disso, outro valor que chama a atenção é de R$ 350 mil para a restauração das pinturas clássicas em ar fresco/francês, datadas de 1951.
Localizada na Praça Altino Arantes, número 115, consta que a Beneficência Portuguesa possui área de construção base de 1.584,46 metros quadrados, em um terreno de aproximadamente 4,8 mil metros quadrados.
Na relação de serviços e estimativas em reais para a reforma do imóvel ainda consta os trabalhos de limpeza e detetização no montante de R$ 160, mil (já realizados pela Prefeitura Municipal); execução de sistema de proteção contra incêndios no valor de R$ 860 mil; revisão na estrutura do telhado e calhas e rufos no valor de R$270.202,80.
Com reparos e reforços estruturais (fundação) deverão ser gastos R$ 380 mil; execução de serviços de impermeabilização no valor de R$ 275 mil; reforma estrutural e preventiva em todo subsolo no montante de R$ 633.784,00; reparos/amarrações estruturais no valor de R$ 240 mil; reparos em pisos e contrapisos no montante de R$190.135,20.
A execução de nova rede elétrica deverá custar R$ 819.958,05; revisão da rede hidráulica (água e esgoto), R$ 580 mil; revisão e execução de forros (PVC E madeira), R$190.135,20; reparos, manutenção e substituição de pontas e janeiras de madeiras, R$ 117.000,00; reparos, manutenção e substituição de portas e janelas de ferro e vidro, R$ 85 mil; execução de nova pintura (interna e externa, no valor de R$ 713.070,00.
A demolição e construção de novo depósito externo custaria R$ 253.039,50; revisão em muros de divisas (alvenaria, pintura, ferragens), R$ 130.950,00; revisão e modernização do sistema de para-raios, R$170 mil; manutenção e melhoria do paisagismo R$ 60 mil; adequação de acessibilidade do imóvel R$ 140 mil.
Para a adequação do imóvel à vigência das normas do código sanitário estadual para atividade hospitalar está previsto o custo de R$ 650 mil; serviços de serralheira (rampas e acessos), R$ 130 mil; restauração dos móveis patrimoniais esculpido em madeira/couro com emblema da empresa, R$ 30 mil.
Cunha espera decisões judiciais para falar com diretoria sobre futuro da Beneficência
Como já tinha afirmado no final do mês de março deste ano sobre o desejo que tem para a Prefeitura Municipal continuar na posse do edifício que pertence à Associação Beneficência Portuguesa de Olímpia, o prefeito Fernando Augusto Cunha confirmou nesta semana que trabalha com a ideia, mas que aguardará pelo encerramento dos processos judiciais para voltar a manter um diálogo com a diretora da instituição.
Cunha diz que o desejo dele enquanto gestor público é ter o prédio para ocupá-lo com serviços públicos de saúde, conforme preconiza o estatuto da Beneficência.
No entanto, ressalta que aguarda o desfecho dos processos, impetrados pela Sociedade Beneficência Portuguesa contra a Prefeitura na justiça, para dialogar com a diretoria e negociar futuros projetos para o local.
Um dos processos cobra o valor de aproximadamente R$ 8 milhões, valor estimado para recuperar e recolocar o prédio em condições de uso para o funcionamento de um hospital.
No entanto, a vontade de utilizar o prédio, seja alugando ou mesmo adquirindo, isso não será possível segundo a afirmação feita recentemente a reportagem desta Folha pelo presidente da instituição, advogado Luiz Gustavo Alessi.
Na oportunidade, Alessi explicou que para uma eventual venda do prédio seria necessária uma decisão judicial que permitisse, em nome dos sócios da instituição, que o local fosse negociado com a Prefeitura Municipal de Olímpia.
Além disso, há também as dificuldades relacionadas ao próprio estatuto da sociedade que direcionam a edificação para fins hospitalares e não, como por exemplo, a instalação da Secretaria Municipal de Saúde.
Entretanto, a uma possibilidade declarada à reportagem por Luiz Gustavo Alessi, que seria uma parceria entre a sociedade e o município, que seria para o funcionamento de um hospital. “Mas com a administração pela diretoria da Sociedade Beneficência Portuguesa”, afirmou.
PMO gastou R$ 34 mil para limpar prédio da Beneficência
Da redação e assessoria
Embora tenham sido utilizados veículos e mão-de-obra próprios, praticamente na totalidade, principalmente pela Prodem (Progresso e Desenvolvimento Municipal), a Prefeitura Municipal de Olímpia gastou a importância de R$ 33.683.41 para realizar os trabalhos de limpeza do prédio da Associação Beneficência Portuguesa, onde, até meados de dezembro de 2016, quando foi devolvido pelo ex-prefeito Eugênio José Zuliani. Durante vários anos o local abrigou a Secretária Municipal de Saúde.
A limpeza foi concluída em meados recentemente. A ação foi coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde, com apoio da Secretaria Municipal de Obras, Engenharia e Infraestrutura e da Prodem – Progresso e Desenvolvimento Municipal.
O processo de limpeza foi também acompanhado por representantes da nova diretoria da entidade e pelo prefeito Fernando Augusto Cunha que visitou o prédio durante e após a conclusão do serviço para verificar as condições do local.
Na quinta-feira (27), a visita do prefeito à Beneficência Portuguesa foi acompanhada pelos secretários municipais Luiz Junqueira (Obras, Engenharia e Infraestrutura) e Sandra Lima (Saúde), pelo presidente da Sociedade, Gustavo Alessi, pelo vice-presidente, o arquiteto Donizeti Antunes, e pelo diretor de Engenharia e Obras da Prodem, Bruno Freu.
Conforme divulgado no fim de março, a Prefeitura havia sido notificada pela justiça para limpar o espaço dentro de 30 dias. Segundo a liminar, o prédio precisava ser limpo e dedetizado com urgência por uma empresa especializada devido à existência de detritos hospitalares, materiais radioativos e documentos de guarda obrigatória.
A denúncia foi proferida pela antiga Presidência da Sociedade Beneficência Portuguesa que cedeu o prédio à Prefeitura, há mais de 20 anos, para fins médico-hospitalares com encargo total ao Executivo. O local foi desocupado pela secretaria de Saúde da antiga gestão, no fim de 2016, em situação de deterioração e abandono, constatada por perícia.
Mais de 65 quilos de remédios abandonados na Beneficência
Além de outros materiais e equipamentos, mais de 65 quilos de medicamentos que já estavam vencidos ou a vencer, foram retirados do prédio da Associação Beneficência Portuguesa de Olímpia, durante a limpeza do local realizada pela Prefeitura Municipal. Essa informação consta do relatório final que estava sendo encaminhado ao Ministério Público (MP) da Comarca de Olímpia, que está investigando a situação.
A Secretaria Municipal de Saúde retirou todos os medicamentos que foram encontrados no prédio. São remédios vencidos ou que ainda irão vencer, porém todos foram descartados devido à forma como se encontravam armazenados.
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