13 de setembro | 2009

Professores chegam a ter receio de apanhar de alunos

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 De acordo com a secretária mu­nicipal de Educação, Eliana An­­tônia Duarte Berton­cello Mon­teiro(foto), as atitudes negativas den­tro das salas de aulas ultrapassam o limite das a­gressões verbais e até fazem com que al­guns professores cheguem a sentir receio de serem agredidos fisicamente. Por is­so, a violência infanto-juvenil, a­­lém do medo que alguns pais têm se serem considerados ultrapassados, vêm também dos profissionais da educação e, claro, de maneira geral, da sociedade como um todo que acaba aceitando a convivência.

“Há casos que o professor não tem medo de ser considerado retrógrado, ele tem medo mesmo é de apanhar de aluno, por isso ele se omite em várias situações. Não vê, não ouve, porque, depois passa por algum tipo de retaliação do aluno. Uma das coisas mais freqüentes é carro riscado em porta de escola e para que não tenham esse problema, deixam de ver ou ouvir dentro das salas de aulas”, afirma.

De acordo com ela é um problema de alta complexidade que envolve as questões educacional, familiar e social. “A própria história do país que criou desigualdades sociais, embora isso não seja mais específico das classes menos favorecidas, isso acontece em todos os segmentos, mas houve fatores que contribuíram para isso”, explica.

“Criou-se uma mentalidade de permissividade na educação, porque passou-se a falar que pai que corrige muito traumatiza filhos, então tem que aceitar as diferenças, tem que conversar com os filhos. Realmente é importante o diálogo, a conversa, mas o filho precisa sentir o limite, isso daí desde criança, desde a primeira infância a criança precisa saber do limite, do horário, porque existe uma convivência social a que ela que será submetida e precisa”, alerta.

Por esses receios, explica Ber­ton­cello Monteiro, é que crianças e adolescentes formam a idéia da impunidade e acreditam que nenhum de seus atos têm conseqüências graves para a vida: “Então podem agir como quiserem que a vida será igual”.

Por outro lado, aponta também a desvalorização da escola. A secretária afirma que o conhecimento passou a ser considerado algo inútil que não leva ninguém para a frente e, sem a perspectiva de uma boa formação para a pessoa sonhar com um mundo melhor ou ao menos lutar por ele, deixa a pessoa sem objetivos.

“A vida fica sem sentido e, pa­ra quem a vida não tem sentido, a própria vida não tem e a dos outros também não e se torna muito banal. É por isso que nós vemos tantos desrespeitos às pessoas e esses acontecimentos têm se tornado muito freqüentes”, comparou.

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