22 de fevereiro | 2009

Presidente da OAB diz que aumento de furtos está relacionado às drogas

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Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, subsecção de Olímpia, advogado Gilson Eduardo Delgado(foto), o consumo de drogas, além até da falta de opções de desenvolvimento de uma vida profissional digna, é o principal responsável pelo aumento de pequenos furtos registrados no ano de 2008, em comparação a 2007, segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

"Não tenho dúvida nenhuma que, no caso de Olímpia, é o considerável aumento no caso de jovens, principalmente consumindo drogas cada vez mais cedo. Acho que é um pouco por falta de opção, já que nosso país vive num momento em que o jovem não tem muito espaço dentro do mercado de trabalho", avaliou.

Delgado alerta que é preciso rever algumas situações para que o jovem possa ingressar mais cedo e com mais facilidades, no mercado de trabalho. "Hoje o empregador tem muito receio de contratar um jovem em razão dos problemas que a lei trabalhista impõe e o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente", lamenta.

Além disso, cita, realçando não se tratar apenas de uma crítica politiqueira, que a cidade viveu um período muito longo, no qual não se investiu nada nas áreas de esporte e lazer. "Acredito que os jovens ficaram bastante ociosos, o que é um prato cheio para os traficantes e para a droga", acrescentou.

A falta de melhor estrutura sócio-econômica é fator primordial, segundo Delgado, para aumentar o problema. "É um dos mecanismos que desencadeiam nesse problema. Mas acho que o principal é a questão social, voltada para o jovem que está entrando no mundo da droga muito mais cedo", afirma.

Também a formação familiar e religiosa são apontados fomo fatores influentes. "Infelizmente, uma degradação que enfrentamos há muito tempo e que a sociedade hoje está vivendo o problema no seu cotidiano e no meio das pessoas que a gente convive", explica.

Para minorar o problema, afirma o presidente da OAB, é preciso combater o baixo grau de instrução e a evasão escolar. Para tanto, principalmente, no segundo caso, Delgado diz que é preciso renovar o sistema educacional.

"Acho que para manter um jovem na escola, nas condições em que o estado impõe o ensino, é um absurdo esse regime de progressão automática que não reprova e não avalia direito. Isso precisa ser revisto", sugere.

 

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