04 de novembro | 2007

Prefeitura desapropriou quase 500 sepulturas no Cemitério São José

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De acordo com o funcionário municipal encarregado de fazer o levantamento e determinar a abertura das covas, mas que solicitou à editoria desta Folha para que não fosse identificado, quase 500 sepulturas já foram desapropriadas no Cemitério São José, de Olímpia, desde o início do trabalho.

"Já foram desapropriados 469 túmulos da quadra oito (onde estavam sepultadas principalmente crianças) e que estavam abandonadas. Isto é, sem identificação e em estado de abandono. Desde quando assumi em 2005, trabalho com 16 sepulturas", explicou o funcionário.

De acordo com ele, inicialmente é detectado junto ao cadastro da pessoa sepultada e a família é chamada para saber se pretende fazer o translado dos despojos da sepultura em estado de abandono, para outra da família localizada em outro setor do cemitério ou levar para os ossuários individual ou coletivo. "Feito isso, a sepultura é fotografada", informou.

Depois de aberta a sepultura os despojos retirados recebem um lacre de identificação futura próximo e registrado em livro próprio: "Esse é o trâmite", observou.

Não há tempo preciso para definir o estado de abandono de uma sepultura. O regulamento, de acordo com a explicação desse funcionário, apenas define que qualquer uma que não estiver identificada é considerada abandonada. "Posso sepultar uma pessoa hoje e daqui oito meses constatar o abandono", reforçou.

A ordem a ser seguida, justifica, é necessidade de sepultar alguma pessoa em algum lugar. Por isso entende que a câmara municipal deveria se preocupar mais com a situação do cemitério. O motivo da preocupação, ele explica, é o processo de licitação para a construção de um novo cemitério que está emperrada na justiça.

Precisa mais

Mas mesmo com essas desapropriações confirmadas pelo funcionário, há riscos de faltar espaços para sepultamentos na cidade, mesmo com a existência do decreto emergencial do prefeito Luiz Fernando Carneiro determinando as medidas de remanejamento de despojos.

O cemitério necessita sempre de ter pelo menos oito sepulturas simples e oito duplas a disposição. No caso de um acidente de graves proporções, o que significaria uma tragédia para a cidade, pode surgir problemas para os sepultamentos.

De acordo com o funcionário, nos ossuários coletivos estão abrigados os despojos de 535 pessoas e no individual, os de outras nove. "Pelo que foi estipulado no decreto emergencial 4112, essas desapropriações feitas até agora deram para suprir as necessidades, até porque esses túmulos da quadra oito abrigaram os restos mortais de muitas pessoas que faleceram do início do ano até agora", explicou.

Todas as pessoas que estiverem interessadas em cadastrar os túmulos podem obter informações na portaria do cemitério. Segundo o funcionário, atualmente na quadra 24 há duas sepulturas especiais para receber corpos de pessoas com porte físico avantajado.

"Também na mesma quadra há 24 sepulturas com seis gavetas cada uma, para abrigar, por exemplo, uma família que por ventura venha sofrer um acidente e que muitas pessoas venham a falecer", finalizou.

 

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