01 de outubro | 2023

Prefeito sanciona a lei que cobra aluguel do Estádio e enterra o Olímpia FC de vez

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LÁ TINHA CLUBE PROFISSIONAL!
Não tem lero e nem vem cá que eu quero: usou vai ter que pagar. Dane-se, ora!
Novas regras e taxas para eventos no Recinto, Ginásio de Esportes e Estádio Teresa Breda entram em vigor no dia 1º de dezembro.

 

José Antônio Arantes – O futuro do Olímpia Futebol Clube (FC), com quase 100 anos de existência e um dos mais antigos clubes do interior, parece mais incerto do que nunca. A sanção das novas regras pelo prefeito Fernando Cunha, que determinam a cobrança de uma taxa de uso dos próprios municipais, incluindo o Estádio Teresa Breda, coloca em xeque a viabilidade do clube centenário.

A partir de 1º de dezembro as mudanças entram em vigor, trazendo consequências diretas para o Olímpia FC.

Primeiro, as secretarias municipais de Esporte, Lazer e Juventude e de Turismo e Cultura passam a ser as entidades responsáveis pela autorização e fiscalização de eventos em locais como o Recinto de Exposições e o Estádio Teresa Breda. Além disso, foi estabelecido um sistema de taxas diárias e cauções para a utilização desses espaços públicos.

Para o Estádio Municipal Teresa Breda, a taxa diária será de 50 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESP), reduzida para 30 UFESP para eventos com duração de pelo menos 5 dias. Adicionalmente, uma caução no valor de 200 UFESP deverá ser depositada.

MAIS DE R$ 1.500,00 POR DIA
MAIS CAUÇÃO DE MAIS DE R$ 6 MIL

Em valores atuais (UFESP a R$ 31,97), isso representa um custo de R$ 1.598,50 para uma partida noturna e R$ 6.394,00 de caução para o Olímpia FC da qual poderão ser descontadas as despesas com energia elétrica e tudo que for usado ou estragado no Estádio.

Se o clube precisar treinar durante uma semana, considerando uma taxa de 30 UFESP por dia, isso totaliza R$ 6.657,00, acrescido dos R$ 6.394,00 de caução. É uma despesa considerável para um clube que já enfrenta dificuldades financeiras.

DOMÍNIO DO ESTÁDIO
É FUNDAMENTAL PARA O OLÍMPIA FC

O Estádio Teresa Breda tem sido fundamental para a sobrevivência do Olímpia FC. A infraestrutura disponível, incluindo 17 apartamentos, salas de musculação, recreação e uma ampla cozinha, era uma moeda de troca importante na busca por parcerias e patrocínios.

No entanto, com as novas taxas de aluguel e cauções, o clube se vê em uma situação delicada. Ao invés de atrair apoio, agora terá que arcar com despesas significativas apenas para treinar e jogar em seu próprio estádio.

Em vez de adotar uma abordagem unilateral, como parece ter sido feito até agora, é fundamental explorar soluções alternativas. Uma possibilidade seria a cessão do Estádio em comodato para o Olímpia FC, com um acordo para que o clube cuide do local em troca de um valor simbólico. Essa abordagem poderia permitir que o clube continue suas atividades e seja autossuficiente.

MOMENTO POLÍTICO INDESEJÁVEL

Além das considerações legais e práticas, também é importante considerar o contexto político em que essa controvérsia está ocorrendo. O momento político pode influenciar as decisões tomadas, e é fundamental que as ações sejam transparentes e bem fundamentadas, levando em consideração o impacto na comunidade.

A situação em torno do Estádio Teresa Breda e do Olímpia FC é complexa e multifacetada. A falta de transparência, a influência do promotor e a incerteza em torno da cláusula de doação tornam essa questão particularmente desafiadora.

A moral da história é que, de uma forma ou de outra, tudo leva a crer que o Olímpia FC vai acabar realmente. Pois qualquer saída que se dê daqui pra frente não irá bastar para dar vida ao clube centenário.

A caótica situação financeira não permite nem que a agremiação receba o imóvel em comodato, pois teria que arcar com a manutenção do Estádio que, calcula-se, ficaria em pelo menos R$ 20 mil por mês.

A QUEM INTERESSA
A DESTRUIÇÃO
DE UM CLUBE CENTENÁRIO?

Em meio a essa turbulência e com a entrada em vigor das novas medidas adotadas pelo executivo local, com certeza, a equipe profissional de Olímpia, o Azulão, o alviceleste, vai passar a ser apenas uma imagem desbotada na mente dos torcedores, reavivada por sites que recordam o passado e dão ênfase para as coisas que Lá tinha.

A grande pergunta que fica é a se os doadores do terreno que fizeram questão de colocar uma cláusula prevendo a volta da propriedade para a família, está condizente com a atual situação.

Mais grave ainda é tentar descobrir a quem interessa tal cobrança e a destruição de um time centenário.

As chances de que um milagre possa acontecer são remotas em razão da própria situação por que passa o clube local. Mas, pior ainda, é entender que muito ódio corre nos veios que separam os politiqueiros locais. Adeus, Alviceleste, seus torcedores agora viverão apenas das memórias do seu passado glorioso.

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