19 de abril | 2020

Prefeito faz balanço da crise por quase duas horas na rádio Cidade

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COMO O BARCO ESTÁ NAVEGANDO!       “É uma pena, mas realisticamente o risco de não ter o Fefol existe.”

“A previsão é a de que a prefeitura tenha uma queda de arrecadação este ano de R$ 30 milhões, que exigirá cortes em despesas que possam não estar entre as consideradas essenciais”.

O Prefeito Fernando Cunha foi entrevistado na terça-feira, 14, pelos âncoras do programa no Cidade em Destaque, Bruna Silva Arantes Save­g­nago e José Antônio A­rantes, que é trans­mitido de segunda a sexta-feira, das 11 às 12 ho­ras pelo “Face”, Youtu­be e pelos 98,7 Mhz da Rádio Cidade, quando, por mais de 1h30 fez um balanço de como está a situação do município em meio à crise do novo coronaví­rus.

Além de responder as pergunta dos jornalistas também respondeu as dos ouvintes, quando, entre o­utras coisas, deixou claro que o futuro é incerto e vai ser preciso a união de todos para que a economia volte a funcionar, principalmente no setor do turismo, pois não existe previsão para a volta dos parques aquáticos.

Disse que não acredita que a eleição acontecerá em outubro, mas sim será adiada por um ano ou para 4 de dezembro e alertou so­bre a possibilidade de o Festival do Folclore não a­contecer este ano.

Anunciou uma campanha para incentivar o uso da máscara caseira e que a Saúde de Olímpia deverá fazer teste para o Covid-19 nos casos mais graves com resultado em quatro dias.

Destacou também que a previsão é a de que a pre­feitura tenha uma que­da de ar­reca­dação es­te ano de R$ 30 milhões, que exigirá cortes em despesas que pos­sam não estar entre as consideradas essenciais.

O prefeito iniciou sua entrevista falando sobre a pan­demia.

SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS

— Essa dúvida é uma dúvida que permeia todas as classes sociais. Tem muita gente achando que é muito exagero. É incontestável que a covid mata e mata mu­ito, por outro lado nós temos alguns fatores que o pessoal acha que aqui no Brasil podem minimizar. Acho que é incontestável que a covid se propaga mu­ito fácil. O que acontece é que nós não temos conhecimento científico e médico com ataque frontal e objetivo, por isso o isolamento. É uma medida para quem não tem uma medicação confiável, é o único instrumento que restou. O achatamento da curva é pa­ra tentar adequar o nível de contaminados possíveis com a quantidade de leitos hospitalares disponível.

QUARENTENA E USODE MÁSCARA CASEIRA

— O funcionamento do co­mércio mesmo à portas fechadas ou no sistema Dri­ve Thru é essencial e a gente tem procurado orientar para que mantenham o chamado distan­ciamento social. O comércio tem que manter uma quantidade máxima de uma pessoa a cada 9 m² e nós vamos ampliar uma campanha de uso de máscaras. O uso obrigatório será para os funcionários públicos, para quem trabalha e para quem atende, e recomendar a população que use máscaras.

— O que nós fizemos primeiro foi socorrer minimamente nossos comerciantes. Em Olímpia metade da economia é turismo, já sofre demais economicamente, se a já gente não der minimamente condição aos demais agentes econômicos, nós matamos a economia da cidade. Nós utilizamos para isso uma brecha no decreto do governador e então instituímos o chamado drive-thru para poder flexibi­li­zar. Tem um trabalho de conscientização que está crescendo no nosso comércio, então nós tivemos que ampliar a fiscalização, ampliar as multas para forçar essa consci­en­tização. Acho que esta­mos chegando em um patamar razoável de dis­tan­ciamento social.

QUEDA DA ARRECADAÇÃO PODE CHEGAR A R$ 30 MILHÕES

— Nós já fizemos uma pré-analise das perspectivas econômicas e financeiras para o nosso município. No estado atual, nós devemos ter uma perda de até 30 milhões de reais de receita ao longo do ano. É muita coisa. 12 milhões estimamos que nós deveremos ter em redução de I­CMS; daqui até ao final do ano, nós deveremos ter mais 15 milhões no ISS no município e deveremos ter mais 2 milhões de queda no FPM – Fundo de Participação dos Municípios, mes­mo com a reposição que o governo federal a­nunciou.

— Nós teremos uma perda milionária no município e a gente tomando medidas de economia para ca­da secretaria. Essa semana, eu já demiti 20% dos car­gos comissionado, mas têm muitas outras que serão tomadas em cada secretaria. Teremos que economizar de R$ 10 a 12 milhões de reais. O estado mandou quatro reais por habitante para saúde, que dá 200 mil reais; o governo federal mandou 800 mil. A gente está se preparando pa­ra ter que se virar com pernas próprias.

FESTIVAL DO FOLCLORE PODE NÃO ACONTECER

— Na saúde e na assistência social, o que for preciso nós vamos comprar. Essas duas estão fora da economia, nós temos que economizar em tudo mais. As fes­tas da Secretária da Cultura vamos adiar ou reduzir. Tipo festa junina, festival do folclore, padroeiro, vamos economizar. A área de obras, área da educação, finanças, administração, em tudo vamos economizar. O festival do folclore lá para junho vamos ter que tomar uma decisão. Têm os problemas de contaminação da nossa cidade e tem o problema dos 1500 figurantes que vêm do Brasil inteiro, e também as finanças do município. Mas ainda é cedo para dizer que não teremos. É u­ma pena, mas realisticamente o risco existe.”

TESTE PARA O COVID-19 EM OLÍMPIA

— Ontem (segunda-feira, dia 13) assinamos o contrato para exames do PCR, aquele que testa enquanto está doente. Esse é considerado o mais importante para os médicos, para U­PA, para os hospitais. O teste rápido só dá resultado depois que a pessoa já adoeceu ou já tem imunidade assegurada. Agora va­mos passar a fazer exame sem mandar para Adol­fo Lutz. É laboratório cre­denciado e em quatro dias tem resultado de todo mundo. Nós estamos estudando com infectolo­gistas e com empresa de pesquisa para fazer pesquisa mensal com 500, 600 testes por bairro, por faixa e­tária para ter um mapa preciso do nível de imunização.

SOBRE O HOSPITAL DE CAMPANHA NO HOTEL DA FAMÍLIA RISCALI

— A prefeitura está a disposição. Quem tiver um outro em melhores condições, nós agradecemos. Só tem que lembrar o seguinte: tem que ser de graça, tem que ter corredores amplos para passar maca, tem que ter entrada para ambulância. A Tina não vai receber um tostão, a cidade tem que agradecer a Tina por ter liberado. Além do que, ela deu os quartos com televisão, ar condicionado, frigobar, duas camas em cada quarto, banheiro, tudo novo. O pessoal da Santa Casa que foi lá e escolheu, falou: ‘Olha, melhor do que um hospital. Ganhamos na loteria de ter um lugar desse’.

UNIÃO DE TODOS PARA ECONOMIA VOLTAR A SER COMO ANTES

— Acho que em Olímpia vai ser uma cidade que o estrago vai ser maior. Simplesmente essa é a realidade. O turismo, como um todo, é considerado no mundo um dos setores que mais vai sofrer, será o último a se recuperar. Eu acho que lá para junho, julho vão liberar as viagens, por exemplo ao litoral.

  Quem tem turismo ao ar livre, daqui a pouco volta, as pessoas vão na praia, as pessoas vão fazer trilha, mas onde é fechado vai ser um problema. Esse é o ma­ior desafio. Encaminhada a questão da saúde, da segurança alimentar, nós temos que começar a quebrar a cabeça para ver co­mo reabrir os parques, em particular o Thermas, o mais rápido possível. Mas essa é a questão, que condições vão exigir a vigilância sanitária do Ministério, do estado de São Paulo.

— A gente estima que o turismo gere em torno de seis mil empregos diretos, mas se você pegar os autônomos, freelancers, acho que isso aí chega a dez mil pessoas ativas. É muito im­pactante, é seríssimo. É me­tade da economia da cidade. De seis mil funcionários registrados, até metade pode acontecer de ser demitido. Se abrir os parques em junho, é uma realidade; se o parque abrir em setembro, é outra. O número de demitidos cresce muito.

SOBRE OS PROFESSORES ACTs

— A nossa orientação é que todos os secretários cortem tudo o que for possível, porque senão nós não vamos ter como pagar aqueles que são estáveis. Então, tudo o que não é essencial vai ser cortado. Se o ACT não for essencial, se­rá cortado e tudo mais que for preciso. O que não for necessário nós precisaremos cortar para ter o dinheiro para o essencial, que é a folha de pagamento, que é saúde, educação, que é manutenção da cidade.

ELEIÇÃO VAI SER ADIADA

— Acho que vai ser adiada. Eu vejo dois cenários: o pri­meiro é quatro de dezembro agora, por exemplo, adia dois meses. O outro seria adiar por um ano, para outubro do ano que vem. Acho que o congresso não está discutindo is­so agora porque tem que discutir saúde mesmo, em­prego e renda, não é hora de discutir eleição. Eles vão discutir isso no fim de maio, durante o mês de junho.

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