24 de outubro | 2021

Prefeito é entrevistado na Cidade, anuncia obras e diz estar trabalhando para Olímpia não virar Caldas Novas

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AO VIVO E PRESENCIAL!
Após um ano sem ser entrevistado no estúdio da rádio, prefeito falou por mais de uma hora.
2021 foi o pior ano para todos os olimpienses, mas aos poucos a situação vai voltar ao normal.




O prefeito Fernando Cunha, após mais de um ano, voltou a ser entrevistado presencialmente pelos âncoras do programa Cidade em Destaque, Bruna Arantes Savegnago e José Antônio Arantes, pela rádio Cidade e transmitido pelo Face e pelo Youtube e, durante mais de uma hora, falou sobre os problemas que enfrentou e está enfrentando na pandemia, como vê a situação de Olímpia nos próximos anos, enumerou as obras que espera fazer até o final de sua administração e, ainda, se mostrou preocupado com a possibilidade de Olímpia se transformar em uma nova Caldas Novas, onde a água quente foi monopolizada e encarece os empreendimentos do setor.

Cunha esteve nos estúdios da rádio acompanhado de seu secretário chefe de gabinete Bruno Guzzo e começou agradecendo o convite e adiantando que se 2021 não foi o pior, foi um dos piores anos dele como prefeito, mas foi também o pior para toda a cidade e para qualquer um no mundo.

Arantes – O que mais emperrou a administração?

Prefeito – Do ponto de vista financeiro, para as prefeituras, os estados eu acho que não houve problema sério, a receita não caiu. E se tivemos mais gastos na Saúde, em outros setores, como a merenda, por exemplo, a despesa caiu. Então do ponto de vista financeiro não abalou. Agora Olímpia perdeu dois anos e agora é começar de novo. As empresas se descapitalizaram, perderam recursos e muitas estão endividadas. Então agora vai mais de um ano para as empresas voltarem a investir, gerar empregos, girar a economia. Os parques, os grandes resorts, está tudo parado, não tem dinheiro para retomar investimento. Eles terminaram o que estava andando, com muito esforço e fizeram dívidas e agora tem que pagar as dívidas e a hora que sobrar dinheiro, fazer um novo investimento.

Arantes – E as sequelas da Covid-19?

Prefeito – Muita gente com problema psicológico, jovens impactados por perda de parente, perda de renda, perda de convívio social, sem ir na escola. Então tem muita criança, jovem e tem adultos também com sequelas físicas. Em Olímpia, acredito que pelo menos umas 1000 pessoas vão precisar de algum tipo de assistência. Na saúde, mais aí nós vamos enfrentar. Já começamos a ampliar o serviço do CAPS, estamos preocupados com essa área, do centro psicológico, psiquiátrico e assistência, mais a dinâmica econômica, dos investimentos, deste crescimento de Olímpia que vai dar uma esfriada.

Arantes – Pelo público que está frequentando Olímpia não dá pra prever uma recuperação rápida?

Prefeito – A gente tem, na administração pública, primeiro cuidar da população. Em seguida a gente tem que fomentar o crescimento econômico para gerar emprego e renda, pois o país é capitalista. A renda chega no bolso do cidadão via salário, ou via um serviço que ele presta. Então nós temos que promover o crescimento econômico. Então a continuação da Avenida Benatti até a rodovia que vai para Rio Preto, a Assis Chateaubriand, é para estruturar o desenvolvimento do turismo, para fomentar sem impactar muito a cidade. Pra não mexer no trânsito da cidade e derrubar casa.

— Queremos que a inserção do turismo dentro da cidade, venha gradualmente, como é o caso que estamos fazendo. A estação ferroviária, o museu de artes sacras, gostaríamos de mexer na beneficência, o matadouro municipal, mais sem agredir muito a cidade. O pesadão é lá. Lá no Vale do Turismo.

— Embora a coisa esteja parada, sinto que os empresários estão se preparando, estão licenciando, mais três grandes resorts, que vai para mais 12 mil leitos, mais isso tá em banho maria. Não está claro quando vão iniciar. Os outros investimentos que não é hoteleiro, esses estão andando. O Outlet não vai parar. É um investidor de fora que veio, vai por R$100 milhões lá em 1 ano estará pronto, tá rodando. O Centro de Convenções, é também uma coisa nova. É um centro para poder trazer congressos, encontros de igrejas evangélicas, de entidades que são muitas.

Arantes – Aumentando este número de leitos, e os parques não podendo investir, não vai provocar uma defasagem entre atrações e números de leitos?

Prefeito – Vai. Os novos resorts terão que ter novos entretenimentos. Tem que ter mais parques. Eu acho que a expansão do Hot Beach e do Thermas atendem esses Resort que já estão ficando pronto. Agora os novos que devem começar o ano que vem, que vai ficar pronto daqui a quatro anos, tem que ter daqui 4 anos, mais parque em Olímpia. Não basta expandir o Thermas e o Hot Beach. Pelas nossas contas tem que ter mais parque.

Arantes – Boa parte da população acha que o turismo só traz carestia, deixa o aluguel mais caro, a comida mais cara, inclusive entende que o turismo não traz as coisas para ela. Outro ponto, é que a exemplo de Caldas Novas, um grupo assumiu o controle das águas e a cidade ficou praticamente privatizada pelos grandes empreendimentos. Olímpia corre o risco disso?

Prefeito – Correr, corre. Os riscos existem. O país é livre, o país é capitalista. Agora, o poder público tem que colocar freios na voracidade do empresário. Vou continuar trabalhando para ter cuidado. A prefeitura contratou um geólogo para estudar como nós vamos recuperar o poço da Petrobras e nós vamos pedir a licença para vender a água dos três poços da prefeitura para quem quiser investir aqui. Para evitar esse monopólio. Então a prefeitura vai ter água quente pra vender. Se alguém quiser fazer um resort, pode comprar, do Thermas, do Hot Beach, lá do resort que eles têm um poço também. Eu aproveito o meu fim de semana e feriados e visito estes lugares e vejo o que está acontecendo. Em Caldas Novas observei isso e estou numa medida preventiva que é licenciar para a prefeitura que quando esse mercado, acontecer, nós vamos ter a Prefeitura em condições de moderar o apetite.

Arantes – Nós aqui em Olímpia já estamos chegando a média de 70% de toda população vacinada como as duas doses, como explicar isso?

Prefeito – É uma interpretação, não tenho números comprovados. Mas é que o negacionismo não tomou conta de Olímpia, graças a Deus. A população se vacinou. Ou começou a morrer amigo, conhecido e as pessoas entenderam que tinha que não tomar. As redes sociais aqui em Olímpia também deram uma acalmada. A rede fake news, no meu mandato passado, foi um inferno, falando a maior bobagem todo dia, toda hora, parece que caiu a ficha e o pessoal maneirou.

Arantes – Por que está faltando vacina em Olímpia nesse momento?

Prefeito: Na verdade, está sobrando 8.000 vacinas eu acho que da AstraZeneca, que é a segunda dose que não foram tomar. A vacina que nós temos, o Governo Federal manda e o Estado distribui de acordo com um plano que tem que ser obedecido. Nós estamos consultando a secretaria do Estado da Saúde para ver se a gente pode usar essas Astrazeneca já como terceira ou como primeira de outros casos, mas também não podemos usar como a gente quer.

ARANTES: E a máscara? Quanto tempo você acha que ela ainda dura?

PREFEITO: Eu acho que se a gente tivesse uma população consciente, com educação mais ampla, como é no Japão, por exemplo, onde a pessoa acorda em casa e tem um mal-estar uma coriza, começa o nariz escorrer, começa a espirrar garganta, ele pega a máscara e sai para rua de máscara por educação. Infelizmente aqui no Brasil, se não obrigar as pessoas não usam. Agora, eu acho que atividade ao ar livre não faz sentido continuar exigindo. A pessoa vai fazer caminhada, andar de bicicleta, eu acho que isso é uma bobagem. Precisaria usar máscara em lugar fechado. Acho que o caminho vai ser esse.

ARANTES: e a Santa Casa?

PREFEITO: A prefeitura já bancava antes, bancou agora e vai bancar cada vez mais, não tem saída. Já melhorou muito. A gente tem um caminho a percorrer, a gente não tem que acomodar porque custa caro. O normal seria a Santa Casa ter 60% de pacientes SUS e uns 40% particular. O lucro do particular pagaria o déficit do SUS, das filantrópicas. Mas aqui em Olímpia o SUS é 90%, então o prejuízo é maior e o lucro é menor. Aí a prefeitura tem que pagar a diferença e buscar verbas do Estado e da União. Então, agora nós vamos ter que reabrir um monte de coisa na Santa Casa, despesa da covid cai, só vai ficar metade do segundo andar para Covid, são 14 leitos UTI e leito comum. Acho que vamos ter que aprender a conviver com esses leitos permanentes para Covid. Mas vamos abrir a hemodiálise e e o pronto-socorro da Santa Casa para casos de trauma. Eles foram postergados por causa da Covid, como o centro de referência da Saúde da Mulher, onde é que fez o Gripário.

BRUNA: E a obra do Maranata? Tem ouvinte pedindo um bar lá no Ginásio de Esportes. Outra reclamação é sobre a calçada do matadouro até o Cote Gil.

Prefeito: Então vamos lá. Do alto cote Gil, embora seja uma bomba que foi deixada para prefeitura, contratamos o projeto e vamos implantar. A ideia é duplicar ali, fazer calçadas e ciclovias. Primeiro tive que iluminar, que nem iluminação tinha. Então tá nos planos da prefeitura, tá andando, será feito. E as rotatórias são uma esculhambação; é uma rotatória virtual. Eles pintam o negócio amarelo no chão e você tem que imaginar que ali pensaram em fazer uma rotatória, então agora nós temos que exigir.

— O bar do Ginásio é fácil. É bom sinal que estão frequentando o ginásio que aquilo lá ficava parado. Nós já começamos a reformar, vamos reformar os vestiários que tá um caco, o telhado da quadra coberta já na frente, mas o bar eu vou ver com o secretário Fernandinho, se conseguimos colocar lá um ambulante enquanto a gente constrói alguma coisa, isso a gente consegue fazer.

— Agora o Maranata é uma esculhambação. O Governo Bolsonaro não deu um centavo pra nós; a obra é dele e não manda dinheiro. Eu fui visitado por um assessor de um deputado federal que tem acesso ao Ministro e com insinuações de que se o empreiteiro pagar não sei o que, ele libera verba. Eu falei “vai procurar outro, meu filho, aqui não.” Então, tem corrupção sim pra essas coisas e eu não aceito, como levaram na Santa Casa e pediram propina para liberar verba, o Maranata eu passei por esse vexame. Então é o seguinte, demora tanto que a empreiteira não aguenta, ela entregou a obra. Nós estamos relicitando e é o seguinte, se não vier eu vou fazer com dinheiro da prefeitura. Não vou esperar mais.

BRUNA: Ele não pode sair daqui sem falar do Réveillon.

PREFEITO: O Réveillon está programado, tá planejado. Eu tenho evitado liberar eventos que causam aglomeração, não pretendo liberar outros, tenho segurado parque de diversão, circo, show, tenho segurado, mas a ideia é em janeiro a gente poder liberar o Réveillon. Tem um ajuste ainda se vai decidir se vai exigir o passaporte de vacinação ou não, aí nós vamos esperar um pouco mais pra decidir isso em meados de dezembro, mas a ideia é que vai ter sim nos moldes de que sempre teve.

ARANTES: Nesses três anos que faltam, qual grande obra que você vai fazer?

PREFEITO: Tem muita coisa aí né, coisas que ficaram paradas no tempo, então a gente tá tendo que fazer muita coisa. Agora significativo que eu pretendo implementar é o aeroporto. Se não concluir, pelo menos colocar de pé o aeroporto, que coloca Olímpia em outro patamar. É estruturante, situa Olímpia como uma cidade que tem mais uma oferta para ser competitiva com outra cidade. Eu quero implantar, o que eu chamo de Avenida do Contorno, que é similar àquela que o Edinho fez em Rio Preto, então vai pegar a Constitucionalista, atravessar a APAE, atravessar o Distrito Industrial, sai lá no Santa Fé, no linhão, atravessar a Manoel Arruda, sair lá no recinto, aí do recinto sair lá no Maranata, do Maranata sai no Botânico, do Botânico desce sai no Matadouro, aí vem ali atrás do clube de campo.

— Pretendo implantar também um parque aquático municipal, um Piscinão azul, bonitão, com água quente, quiosque, tobogã, toboágua, asa delta, Rio sonolento, a R$ 10,00 pro olimpiense ir lá.

— Quero tentar construir um novo prédio da Santa Casa para mais 80 leitos, dobrar a capacidade da Santa Casa. Podemos implantar o serviço de Cardiologia, a pessoa tem um infarto, tem que botar um Stent, pra pode fazer aqui, até a quimioterapia. Nós arrumamos a Santa Casa, centro cirúrgico, UTI, quartos, cozinha, tomógrafo, agora a gente tem que dar um salto. Quero deixar também encaminhado.

— Penso em licitar também um grande Centro Empresarial Industrial. A iniciativa privada fazer não Distrito Industrial como tal, a Prefeitura até participa comprando lotes que nós vamos colocar na política Industrial nossa, mas ter um parque industrial que tenha alambrado, uma central, uma recepção única, estacionamento, sala para os motoristas de caminhão, para ter oferta de terrenos para as empresas, e a prefeitura compra lá alguns lotes de 500 metros quadrados e faz o que faz em Distrito, mas fazer uma coisa mais moderna, mais atual do que o que tem sido feito tradicionalmente.

— Um postão de saúde também que eu quero fazer do lado do antigo Bazar, que eu tô desapropriando um pedaço, um novo prédio grande para levar a saúde para lá, que é a fisioterapia, odontologia um monte de coisa, levar tudo para lá e lá onde a população está morando, quero levar eu quero fazer isso e também um Centro Administrativo para parar de pagar aluguel.

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