Ao explicar a situação em que acabou se envolvendo e foi alvo de processo na Justiça Eleitoral, o prefeito Eugênio José Zuliani, co­mo se estivesse confessando o crime eleitoral denunciado, admitiu que usou a troca das cores da cidade pelas de seu partido político, como forma de fazer propaganda. Pelo menos é o que se entende de sua afirmação de que a orientação de mudar as cores partiu da agência de publicidade que presta serviços à Prefeitura.

No entanto, em entrevista que concedeu à TV Tem, emissora afiliada da Rede Globo de Televisão, de São José do Rio Preto, disse também que haveria outra motivação, que seria a de deixar a cidade mais “harmoniosa” (sic).

“Primeiro por uma orientação do meu departamento de comunicação pela adesão do município ao selo verde e azul da Secretaria (de Estado) do Meio Ambiente e segundo pela concepção das cores com uma combinação que deixa a cidade mais harmoniosa e acima de tudo com estado melhor de bem estar para a população olimpiense”, declarou à emissora.

Como se recorda, o prefeito e o vice, Luiz Gustavo Pimenta, terão de pagar R$ 106 mil de multa à Justiça Eleitoral porque tentaram mudar as cores da cidade. Uma lei municipal determina que as cores oficiais devem ser as da bandeira: amarelo, preto e vermelho. Mas, durante a campanha de reeleição, adotou as cores do partido Democratas, do qual é filiado. Para a Justiça houve crime eleitoral por se tratar de propaganda antecipada.

Além dos prédios públicos, o site da Prefeitura e até os uniformes dos alunos da rede municipal foram padronizados com as cores verde e azul. A escolha causou polêmica, já que a lei orgânica do município exige que o Poder Público use as cores da bandeira da cidade.

O prefeito diz que a escolha não teve interesse político, que só foram aplicadas em obras novas e recorreu da decisão.

Segundo a decisão do TRE, os políticos não poderiam ter associado o “verde e o azul” a prédios e ações do Poder Público, já que as cores são as mesmas do partido do prefeito, que na eleição passada disputou pela segunda vez o posto de chefe do Executivo.

A lei eleitoral proíbe que candidatos a cargos públicos façam propaganda institucional em período que antecede a eleição. Com base nisso, a coligação derrotada nas urnas, entrou com um representação contra Geninho e o vice dele. A oposição acredita que usando as cores do partido, o prefeito quis fortalecer a campanha política.

OPINIÕES DIVIDIDAS

Nas ruas o assunto divide opiniões. Sem que fossem identificados nominalmente, mas mostrando as imagens de cada um que emitiu a opinião, a reportagem da TV Tem entrevistou quatro moradores da cidade.

“Foi errado né? Ele devia ter pintado das cores de Olímpia, da bandeira de Olímpia”, afirmou um deles.

Outro demonstrando que desconhece as questões relacionadas à própria Lei Orgânica afirmou: “Eu acho que não influência nenhum em questão de ser multado porque tem muita gente que nem sabe o que significa isso”.

Nesse mesmo sentido outro foi indiferente às questões da lei e do que representam as cores que estão entre os símbolos do município: “A cor que ele pintou é indiferente”.

Mas teve quem foi mais incisivo: “Acho que está errado porque entra prefeito, sai prefeito e cada um pinta da cor que bem entende. É dinheiro do município que vai, enquanto a gente tem saúde e educação que estão padecendo aqui”.