19 de outubro | 2010

Possível vazamento de amônia de carreta da usina mata centenas de peixes nos rios Cachoeirinha e Turvo

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Um possível vazamento de adubo líquido pode ter provocado a
morte de centenas de peixes nos rios Cachoeirinha e Turvo, em Olímpia.


Segundo matéria da TV Tem (clique aqui e assista a reportagem da tv), veiculada nesta segunda-feira,
18, centenas de peixes apareceram mortos nos dois rios na região e a Cetesb –
Companhia Ambiental do estado de São Paulo – já estaria investigando o caso.

A matéria, da afiliada de rede Globo de Rio Preto, mostra
que um dourado com mais de cinco quilos não resistiu a falta de oxigênio na
água. Ao longo do rio, centenas deles boiam perto dos galhos. Além de dourado,
peixes de outras quatro espécies, corimba, piapara, lambari e piau, apareceram
mortos no rio Cachoeirinha, principal afluente do rio Turvo. Segundo
pescadores, a mortandade começou há três dias.

Celso Cezário, ouvido pela emissora de TV, aproveitaria o
fim de semana pra pescar, mas quando chegou ao rio, não teve coragem de jogar o
anzol na água. Ao ver peixes enormes boiando na margem, o pescador desistiu.

A ausência de pescadores no barranco do rio, também segundo
a reportagem, é o sinal de que algo está errado. “No fim de semana, o local
fica lotado. Além do afluente, peixes também foram encontrados mortos no rio
Turvo, um dos principais da região noroeste. Nos dois rios a imagem é a mesma”.

A suspeita é que o vazamento tenha ocorrido depois de um
acidente com um caminhão, que transportava adubo líquido para a usina Cruz
Alta.
Em nota, a assessoria da empresa afirma que já tomou providências, sem especificar quais, para normalizar a situação. A usina informou ainda que instaurou procedimentos internos para apurar as causas da ocorrência.


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Na segunda-feira, a reportagem desta Folha esteve no local
onde se afirma tenha ocorrido o acidente, uma ponte de cimento sobre o rio
Cachoeirinha, que estaria numa estrada municipal que liga a Usina ao município
de Altair.

No local foi constatado que, possivelmente vários caminhões
de terra tenham sido despejados nas proximidades da ponte onde a carreta pode
ter tombado, mas ainda assim, um cheiro forte parecido com amônia ainda estava
presente no ar.

A ponte fica próxima a uma subida onde, ao que se informa, o
veículo pesado que carregava o líquido tóxico pode não ter conseguido
completá-la, tenha voltado, e ao chegar próximo da ponte tenha tombado vazando
o produto.

O acidente teria ocorrido na quinta-feira, 16, mas na
segunda-feira, 18, a reportagem da Folha ainda encontrou alguns peixes de porte
razoável boiando enroscados em galhos situados, principalmente, nas curvas do
rio.

A carreta que transportava o líquido tóxico, pelo
que se via no local, com dois pontos desbarrancados, deve ter tombado a
aproximadamente uns 15 metros do rio.


DIÁRIO DA REGIÃO

Já o Diário da Região, edição de terça-feira, 19, trouxe a informação de que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), escritório de Barretos, investiga as causas do acidente, que teria sido provocado pelo tombamento de um caminhão, de propriedade da Guarani, carregado de adubo líquido contendo amônia (produto utilizado na cultura da cana para a fertilização do solo).

O veículo passava por uma ponte, em cima do rio, quando tombou.

A ocorrência foi na quinta-feira da semana passada, mas apenas no sábado houve a constatação de mortandade de peixes. “Nós fomos até a região no dia do acidente e constatamos cheiro forte de amônia, mas não havia mortes até então. No sábado, depois de uma outra denúncia, voltamos ao local e centenas de peixes já estavam boiando”, explicou o técnico Márcio Barbosa Tango, engenheiro químico da Cetesb.

INVESTIGAÇÃO

De acordo com o especialista, ouvido pelo Diário, há indícios de que dentro do caminhão havia 15 mil litros de amônia. “Ainformação ainda está sendo investigada. O problema é que foi lançada em quantidade muito grande”.

Uma amostra do efluente foi coletada e encaminhada ao laboratório da Cetesb. Porém, ainda não há previsão para que o laudo seja concluído e divulgado. O dano ambiental pode gerar multa que varia de R$ 82 mil a R$ 164,2 mil para a usina.

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