07 de maio | 2008

Possível “negociata” no PDT coloca Olímpia de novo no noticiário político nacional

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De acordo com uma informação publicada no caderno Brasil do jornal Folha de São Paulo, na edição de quarta-feira, dia 7, sobre uma possível “negociata” dentro do Partido Democrata Trabalhista (PDT) paulista, que incluiria a mudança da cúpula da comissão provisória local, colocou, mais uma vez, Olímpia no noticiário político do Brasil.

Trata-se da modificação que tirou o comando da legenda das mãos do vereador Valter Joaquim Bittencourt, atual primeiro secretário da câmara municipal de Olímpia, passando o controle para o presidente precário da Associação dos Funcionários Públicos Municipais de Olímpia (AFPMO) e vice-presidente do legislativo local, Antônio Delamodarme.

Pelo menos isso é o que se pode depreender da informação envolvendo, inclusive, investigações que vêm sendo realizadas pela Polícia Federal (PF), sobre possíveis irregularidades praticadas pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Um dos parágrafos da matéria diz: “Valter Bitencourt, ex-dirigente do PDT em Olímpia por 11 anos, diz que algo semelhante ocorreu na sua cidade. "Outras pessoas, de fora do partido, pagaram o que a cúpula dizia ser uma dívida pendente e ainda deram outro valor, que desconheço, para ficar com o comando", afirma”.

Segundo a informação, a cúpula do PDT paulista vem destituindo de forma sistemática vários políticos ligados ao deputado estadual Geraldo Vinholi dos comandos regionais do partido. Alguns dos afastados estão no PDT há quase 30 anos.

As destituições, segundo Vinholi teria informado ao jornal, atingiram cerca de 40 comissões provisórias do PDT no Estado e a legenda teria sido negociada com outros políticos mediante pagamentos a pessoas ligadas a Pereira da Silva, presidente do partido em São Paulo.

João Farias, ex-integrante do PDT em Araraquara, diz em documento enviado à secretaria geral da sigla que lidava com "verdadeiros batedores de carteira", que exigiam dinheiro para que ele e outros políticos locais permanecessem à frente do partido.

Farias cita especificamente Cristóvão da Silveira, ligado ao PDT, como o"encarregado de finanças" que apresentou uma conta "ilegítima" de R$ 72 mil que teria de ser paga para que pudesse continuar à frente da legenda na cidade. Localizado por meio do gabinete de Paulinho em Brasília, Silveira disse que não poderia falar sobre o assunto e que não havia advogados do PDT disponíveis para fazê-lo.

Além de Silveira, políticos do interior apontam José Gaspar, vice-presidente estadual do PDT, como um dos responsáveis pelas negociações em torno do comando do partido. "Fui convidado pelo presidente do PDT de Araraquara para ingressar no partido. Uma semana depois, foi extinta a comissão e apresentaram essa conta de R$ 72 mil para que ela continuasse funcionando", diz Farias. Farias disse que "uma das alternativas que sugeriram para levantar os recursos era negociar com um possível candidato a prefeito em Araraquara o pagamento desse valor por conta do tempo de TV do PDT".

Áureo Souza, membro do PDT em Ibitinga desde 1978, afirma que o grupo de Silveira e Gaspar exigiu dele R$ 17 mil para que pudesse comandar o partido na cidade. "Depois, aceitaram parcelar em R$ 8.000 e R$ 9.000. Me senti chantageado, pois diziam que tinha gente com dinheiro interessada", afirmou Souza, que desistiu do assunto em seguida.

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