19 de outubro | 2008

Policiais civis de Olímpia estavam no confronto com militares em São Paulo

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Três policiais civis da cidade de Olímpia estiveram envolvidos no confronto com policiais militares, ocorrido no final da tarde da quinta-feira desta semana, dia 16, nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado de São Paulo. De acordo com o investigador Antônio da Silva Landi (foto à direita), um dos que estavam presentes e confirmou a informação à reportagem desta Folha, eles foram fazer reivindicações diretamente ao governador José Serra.

Além do investigador, também os escrivões Júlio César Ducatti (foto à esquerda) e José Luiz Fernandes Motta estavam na comitiva de 49 policiais civis da Delegacia Seccional de Barretos, que fretaram um ônibus para ir até São Paulo participar do movimento.

No entanto, garante Landi, a idéia era fazer uma manifestação pacífica. "Tanto que a gente queria que fosse um ato muito pacífico que foi até proibido levar arma de fogo", explicou antes em entrevista que concedeu a uma das emissoras de rádio da cidade.

Ele estima que havia cerca de cinco mil pessoas que se concentraram nas proximidades do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi, para participar da passeata que começou por volta das 14 horas, muito tempo antes da confusão se iniciar.

"Pediram um tempo para nós que o governador receberia alguns líderes e dava um retorno. Aguardamos aproximadamente uma hora e esse retorno não veio. Quando veio disseram que a PM estava na porta do Palácio e não permitia nem os líderes de entrarem. Aí a passeata resolveu ir até ao Palácio", informou.

Por isso, resolveram seguir até ao palácio e no caminho, segundo ele, cerca de 200 metros antes, deparam com uma barricada formada por policiais militares: "Para nossa surpresa, chegando no Palácio, por trás do jardim tinha uma barricada policial, cerca de 50 policiais. A gente foi forçando tentando passar e de repente começou a chover bombas, embora de efeito moral, que fazem um estrago danado. A gente estava lá e vimos que vários colegas se machucaram".

E acrescentou: "O GOE, que também ajudava a manter a ordem da passeata, foi chamada e iniciou-se um confronto muito grande com os irmãos da militar. Infelizmente, saíram vários colegas machucados, tanto da Policia Militar quanto da Polícia Civil e o tumulto durou até por volta das 21 horas".

Da comitiva de Barretos não houve nenhum ferido. Landi e o escrivão José Luiz, por exemplo, estavam mais para trás. Já o escrivão Ducati, que estava mais à frente teve perto da explosão de uma bomba de gás lacrimogêneo, mas não se feriu. "Caíram os óculos, mas conseguiu correr e não foi atingido", disse.

No conflito foram usadas bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e munição convencional e de borracha. Segundo as informações divulgadas, mais de 20 pessoas ficaram feridas e um coronel da Polícia Militar foi atingido por uma bala na perna. O governo montou três cordões de isolamento para evitar que o ato chegasse à frente do palácio. O primeiro, de policiais civis, tinha 40 carros e 50 motos do Garra, mais 30 carros do GOE, totalizando 260 policiais. Outras duas barreiras eram formadas por policiais militares da Tropa de Choque, da Cavalaria e da Força Tática.

 

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