22 de abril | 2018

Pimenta fica brabão com Magalhães por falar dos oito anos de desgoverno dele e de seu chefe político

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Muito longe do que seria considerado o ideal para o cargo que ocupa, mas feito uma onça parda defendendo o filhote, o presidente da Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia, Luiz Gustavo Pimenta (à esquerda), em alguns momentos até gritando, ficou “brabão” com o vereador João Batista Dias Magalhães (à direita), por este ter criticado os oitos anos de desgoverno dele e de seu chefe político, o ex-prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho.

Mas o motivo principal foi porque Magalhães, ao sair em defesa do prefeito Fernando Cunha, justificou que a atual administração aplicou o mesmo sistema que o desgoverno anterior vinha aplicando em relação aos aumentos dos salários dos servidores públicos municipais durante os oito anos em que Geninho permaneceu à frente da Prefeitura Municipal.

Além disso, acompanhando uma manifestação do presidente da Associação dos Funcionários Públicos Municipais de Olímpia, o também vereador Antônio Delomodarme, Niquinha, Magalhães chegou a elogiar a maneira como o ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro, antecessor de Geninho, aplicava a política de abonos e, no final de cada ano, incorporava o valor aos salários dos servidores, o que, teoricamente, aumentaria bastante o valor do piso salarial da categoria.

Isso porque, durante a sessão extraordinária realizada na manhã da segunda-feira desta semana, dia 16, quando foram aprovados os projetos de leis tratando dos reajustes salariais concedidos aos servidores, por duas vezes, o vereador Flávio Augusto Olmos criticou o que foi concedido por Fernando Cunha em relação aos salários e ao auxílio alimentação.

ALHOS COM BUGALHOS

Mas quem pensa que a principal preocupação era com os salários dos servidores municipais, percebeu que não se tratava apenas dessa questão. Ao contrário, porque em meio às críticas ao prefeito Fernando Cunha, Olmos fez menção à eleição de 2012, quando Magalhães foi derrotado por Geninho, afirmando que ele ainda não esqueceu daquela derrota.

Nesse ponto do debate, Magalhães fez a seguinte afirmação: “Eu acho que só ganhei. Quem perdeu foi o povo que teve essa administração caótica dos oito anos e o tempo está dizendo isso, inclusive a promotora Valéria”.

FURIA DE PIMENTA

Foi ai que o presidente da mesa diretora Luiz Gustavo Pimenta entrou na parada: “Eu avisei que essa discussão de administração passada não ia ficar bem, administração da qual eu fiz parte, eu fui vice”. Magalhães tentou responder: “Sinto muito senhor presidente …”.

Porém, como se tivesse mandado Magalhães se calar, Pimenta, já quase gritando, asseverou: “Agora eu falo e o senhor escuta. A vitória de 2010, salvo engano, foi legitimada pela justiça eleitoral e foi um banho sim”.

Em seguida, já gritando, Pimenta acrescentou: “a população de Olímpia reconheceu o trabalho nos quatro anos anteriores. Então, o senhor tem que tomar cuidado na hora que o senhor vai falar com as palavras. O senhor está colocando em dúvida até a justiça eleitoral”.

Mais uma vez Magalhães tentou falar: “eu não estou colocando em dúvida …”, mas foi cortado mais uma vez por Pimenta que que lhe questionou “o senhor acha que o povo de Olímpia é palhaço”.

Em seguida Magalhães tentou concluir seu raciocínio: “não, eu não estou achado nada, é o senhor que está dizendo”. Pimenta respondeu: “foram 20 mil votos colocados na urna e o senhor não engoliu até ho­je” e Magalhães avisou: “é o senhor que está dizendo”.

Mas Pimenta praticamente ameaçou Magalhães: “então vamos parar de falar da administração passada”. Magalhães tentou falar e Pimenta lhe ordenou: “o senhor fique quieto porque eu estou falando. Quando um fala o outro fica quieto. O senhor fique quieto enquanto estou falando”. Magalhães retrucou: “eu não vou ficar quieto não senhor. O senhor está me desrespeitando”. E foi nesse ponto que Pimenta agiu como ditador e mandou cortar o microfone de João Magalhães: “corta o microfone do João Magalhães. Está cortado o microfone do senhor. A próxima vez que for falar de administração passada, ficar com essa inveja, essa mágoa que o senhor não tira do seu coração (dando a entender que Magalhães não poderia mais criticar o seu chefe político). A cidade precisa mais do que isso, precisa que nós trabalhemos por ela”. Ao final, desse tempo todo Magalhães tentava falar mesmo com o seu microfone cortado.

Câmara aprova 3% de reajuste salarial
e mais 6% nos benefícios dos municipais

Embora tentando demonstrar que não teria comprometimento nenhum com a questão do reajuste salarial, a Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia aprovou, por unanimidade, na sessão extraordinária que foi realizada na manhã da segunda-feira desta semana, dia 16, o reajuste salarial de 3% para os servidores públicos municipais. Também foi aprovada a mudança do formato e o aumento do valor do auxílio alimentação.

Por isso, além da remuneração salarial, a Prefeitura concederá ainda R$ 200,00 de Auxílio Alimentação, o que representa um aumento de 6,64% nos benefícios dos servidores.

A proposta do Executivo já havia sido aceita pelos funcionários na assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Olímpia (SSPMO) realizada no dia 6 de abril.

O reajuste contempla os servidores efetivos, agentes políticos, aposentados e pensionistas e funcionários da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental. Os valores retroativos ao mês de janeiro deste ano deverão ser pagos ainda este mês.

Segundo o prefeito Fernando Cunha, as negociações para conceder o aumento da Prefeitura, além de repor a inflação, também consideraram as gratificações que o servidor já recebe anualmente.

“Avalio que fizemos uma boa proposta porque, mesmo que não déssemos nenhum reajuste, os funcionários já recebem, anualmente, 2% por todos os benefícios que eles têm como anuênio, sexta parte, licença prêmio, que são ganhos reais. Como nós oferecemos 3%, então, na prática, nós estamos aumentando a folha de pagamento do servidor em 5%. Dessa forma, conseguimos beneficiar os funcionários, mantivemos as condições de acordos anteriores e permitimos que a Prefeitura continue em uma condição financeira equilibrada”, analisa o prefeito.

 

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