Ao comentar a reforma realizada na Estação Rodoviária Paschoal Lamana, o diretor da Prodem (Progresso e Desenvolvimento Municipal), Edil Eduardo Pereira, que acumula o cargo de secretário municipal de Planejamento, informou que, embora tivesse assumido o cargo com a finalidade de extinguir a empresa, depois de cortar alguns excessos que eram praticados até então, tornando-a rentável, viu que a mesma é viável.

Embora não citasse nome de ex-diretores, como, por exemplo, o de Márcio José Ramos, que conduziu a Prodem de janeiro de 2001 até setembro de 2005, Pereira deu mostras de que o trabalho que realizou sanou desperdícios que aconteciam, dentre eles o uso de aparelhos celulares para toda a diretoria da empresa.

"Era para encerrar as atividades mesmo porque ela era deficitária. Nunca havia dado lucro. De setembro ou outubro de 2005 para cá, os três exercícios já deram lucro e conseguimos fazer tudo aquilo", explicou. A Prodem devia cerca de R$ 2,5 milhões, valor que foi parcelado e negociado através de uma Medida Provisória emitida pelo Governo Federal.

De duas dívidas pagas pela empresa, segundo ele, uma foi em maio de duas ações indenizatórias de um acidente de um ônibus da Prodem que atropelou e matou duas pessoas, no total de R$ 578 mil e, uma dívida de asfalto da Transtécnica, aplicado na Cohab II, no ano de 1976, de R$ 93 mil.

Por isso ele recomenda que a administração pública tenha um profissional cuidando de suas coisas. "No que a gente pretendeu, eu particularmente, quando fui convidado, foi um desafio, porque primeiro fui trabalhar sem remuneração nenhuma. Poucas pessoas assumiriam esse risco sem receber um tostão",diz.

Acúmulo

Pereira acumulou os serviços da Secretaria Municipal de Planejamento, a presidência da Prodem e o Departamento de Trânsito. "O Departamento de Trânsito e a Prodem, se somarem os salários, dá cerca de R$ 8 mil por mês. Quer dizer, estou lá há quase 40 meses, você vê quando de economia que fiz e o pouco do dinheiro da reforma foi disso", declarou. "É muito diferente. Se fosse um político com certeza iria convidar alguns amigos dele para ocupar os cargos e sabe lá o que; depois, futuramente, ia dividir alguma coisa", acrescentou.

"Prova disso, é que a rodoviária será entregue à próxima administração, com uma sala chamada VIP, dotada de ar condicionado e aparelhos de televisão de plasma. Totalmente em vidro, o local terá acesso através de portas automáticas, iguais às de alguns aeroportos brasileiros, dotadas se sensores. Até câmeras de segurança foram instaladas. Tudo, realizado com a arrecadação da empresa pública. O dinheiro que foi lá, foi ganho com a prestação de serviços da Prodem. Nenhum deputado trouxe dinheiro, ninguém deu nada", reforçou.

Embora ainda não tenha fechado as contas, o diretor explica que a reforma, até o ponto que chegou, faltam ainda detalhes a serem modificados, já custou a quantia de aproximadamente R$ 250 mil.

Esse valor, segundo ele, surgiu do trabalho de retenção de despesas que implantou ao assumir o cargo. "Tinha coisas absurdas lá. O cara recebia salário de 15 em 15 dias. Isso nem o Ministro da Justiça recebe. A Prodem pagava. Primeiro atrapalha seu planejamento e fluxo de caixa. Essa estrutura antiga foi totalmente mudada. Hoje ela funciona como uma empresa normal, vendo que precisa da lucro, vendo que não precisa gastar nada, não precisa comprar nada. Não tem celular, todos foram recolhidos e guardados. Tinha celular para os diretores. Não tem mais nada", informou.

"Além da reforma, além de ter acertado, não tem mais dívida que não está parcelada e não está sendo paga, arrumou a casa, é só continuar e ter a mesma austeridade. Acho que não deve mais fechar. Acho que ela hoje se tornou auto-suficiente e tem o seu valor. Cuida do trânsito razoavelmente bem, cuida do transporte de alunos, tem a prestação de serviços de vigias e merendeiros. Acho que os serviços hoje são quase de primeira linha. Agora acho que tem que continuar com o espírito de uma empresa que tem que ter controle", finalizou.