23 de maio | 2010
Para provedora eleição da Santa Casa pode não acontecer por não ter chapas inscritas
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Para a ainda provedora da Santa Casa, Helena de Sousa Pereira, já que não foi nem comunicada da intervenção no hospital, a eleição marcada para acontecer na próxima quinta-feira, na sede da Secretaria da Educação, antigo Clube Literário e Recreativo, não deverá acontecer por falta de candidatos.
Ela entende que ao não divulgarem a inscrição das chapas feriram frontalmente o estatuto da entidade que prevê a afixação no mural do hospital dos inscritos sete dias úteis antes da eleição.
“Além disso tolheram o direito de qualquer associado apresentar impugnação. Uma verdadeira obscuridade. Está previsto no estatuto da entidade que as chapas inscritas têm que ter os nomes de seus integrantes afixados no mural da Santa Casa sete dias antes do dia das eleições e ontem, no final da tarde, por volta de 18 horas, estive lá, com duas testemunhas, até fotografei, e não havia nada afixado”.
Na secretaria do hospital também ninguém sabia informar para ela se existia alguma chapa inscrita. A própria “Folha” esteve na Santa Casa por volta de 16 horas e não encontrou o interventor, também vice-prefeito, Luiz Gustavo Pimenta, e nenhum responsável que pudesse passar a informação.
Helena acredita que se a assembléia acontecer e existir alguma chapa composta pelos correligionários do prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, ficará provado que a única intenção era tirá-la da direção do hospital por mera perseguição política. E além de tudo poderá ser considerada ilegal e inconstitucional, já que não deu tempo para que as pessoas se reunissem para apresentar chapas e não cumpriu o estatuto que prevê a afixação e publicidade das chapas inscritas, sete dias úteis antes da assembléia.
“Inconstitucional, pois fere frontalmente a orientação da constituição que prevê a publicidade e a moralidade na realização deste tipo de eleição. Acho que eles estão levando em consideração o princípio da obscuridade que não existe na constituição, pois além de não darem a devida publicidade, fizeram de afogadilho, apenas 15 dias antes da eleição, ainda marcaram a eleição para a Secretaria da Educação, que me parece, forma de intimidação para que os associados que não sejam do grupo político a que pertencem, deixem de comparecer”, declarou Helena Pereira.
A provedora lembra que até agora não fizeram nada do que foi anunciado para corrigir aquilo que diziam ser as irregularidades do hospital: ampliar e reformar a UTI e fazer o acordo com os médicos.
Quanto a UTI, continua tudo na mesma, aliás até pior, pois nada mudou e o hospital, pelo que ela sabe, deixou de arrecadar de várias fontes que eram utilizadas. “Quanto aos médicos, além de fazerem um acordo diferente do que já havia sido acordado, mas muito pior, fiquei sabendo por alguns médicos que até hoje (sexta-feira, 21 de maio) ainda não havia sido paga a segunda parcela de R$ 50 mil”, acrescentou.
Helena afirmou também que resolveu que não participaria da eleição por entender que o seu provável retorno à provedoria da Santa Casa poderia prejudicar o hospital, de maneira mais incisiva do que ocorreu antes da intervenção.
Para exemplificar, ela diz que o Hospital do Olho que foi construído com verba de uma benfeitora, sua amiga, mais de R$ 300 mil, e a própria UTI, que já tinha projeto pronto para adequá-la às exigências do SUS para subir de categoria e gerar mais renda para o hospital, foram inviabilizadas por razões de ordem política.
E estas retaliações, segundo ela, poderiam ser muito piores se fosse reeleita e “isso acabaria prejudicando cruelmente o hospital e, conseqüentemente, a população de modo geral, e sobremaneira a mais carente. Entretanto, Isto não significa que eu não vá continuar meu trabalho social e a própria fiscalização da Santa Casa, inclusive a própria eleição”, finaliza.
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