11 de setembro | 2011

Para Brocanello a família tem que se envolver mais na formação dos filhos

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Embora ressalte que se trate de um problema que tem atingido a humanidade como um todo, ou seja, extrapola as fronteiras do Brasil, ao contrário da proposta de implantar o toque de recolher, o titular da Delegacia de Polícia de Olímpia, delegado João Brocanello Neto (foto), defende o maior envolvimento da família na formação dos filhos.


“Acredito, entre outras coisas, que um dos fatores que mais contribuem para que isso aumente cada vez mais, é a irresponsabilidade de pai e de mãe. Porque na minha época, e não sou tão velho assim, nós recebíamos orientações e ensinamento paternais mais rigorosas”, lembra.


Porém, entende que o atual momento exige medidas mais rigorosas, como estabelecer horários, principalmente noturnos. “De certa forma vem de encontro aos anseios porque é muito importante existir os freios”, diz. Mas ao mesmo tempo destaca que cada pessoa tem seu freio inibitório natural, mas que pai e mãe também devem impor limite.


“Atualmente, nós não encontramos isso dentro da família, dentro do lar. Pai e mãe responsabilizam as escolas, o sistema, as leis, para não darem uma educação correta. Entendo que deveríamos cobrar um empenho maior do pai e da mãe, para que se pudesse manter a democracia quando um menor delinquente agisse de forma a invadir direito alheio”, reforçou.


Por outro lado, Brocanello defende também a modificação profunda Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Já que nós sabemos copiar muito bem as leis de países avançados, considerados de primeiro mundo, os nossos representantes políticos deveriam fazer a mesma coisa que é feita em países de primeiro mundo como a Inglaterra e outros mais, onde o menor é responsabilizado criminalmente”, diz.


Nesses países, explica Brocanello, quando menor comete um delito, ele será julgado como um maior, mas ao invés de ir para a cadeia de imediato, vai para instituições como a Fundação Casa até atingir a maioridade legal, 18 anos, e a partir de então é conduzido para uma penitenciária para cumprir o restante da pena.


“Além disso, na ficha individual dele ficarão registrados o crime e a condenação, coisa que hoje, nós não contamos no nosso sistema penal. O camarada comete inúmeros delitos, tidos como atos infracionais e depois, quando ele atinge a maioridade sai como se fosse uma pessoa detentora de um antecedente limpo e maravilhoso”, reforça.


Para o delegado “é hipocrisia vir com medidas paliativas para resolver uma situação que não é por aí”. “Penso que deveria ter mais vontade e seriedade política e partir para a questão ou ferida, que é modificar o estatuto. Tenho certeza que vai diminuir sensivelmente a criminalidade do país. Essa medida é jogar a sujeira embaixo do tapete, não é fazer a limpeza adequada”, concluiu.


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