13 de abril | 2014

Padre diz que escolas são responsáveis pela disseminação das drogas

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Em uma manifestação que pode ser considerada no mínimo polêmica, o padre Ivanaldo Gonçalves Mendonça (foto), pároco da Paróquia São José, na zona sul de Olímpia, afirmou que as escolas da cidade são responsáveis pelas disseminações das drogas, levando crianças e adolescentes a se envolverem in­clusive com o crime de tráfico de entorpecentes. 

Tanto o assunto, quando a afirmação, gerou grande polêmica com algumas pessoas entendendo que o padre tem razão e outras opinando que o problema está no sistema como um todo.

Tudo começou na quarta-feira, dia 9, quando fazendo menção aos reclamos de uma mãe, o padre postou em sua página no Facebook: “Enviamos nossos filhos à escola para aprender e eles aprendem bem: mentir, usar droga, traficar, etc. Foi o desabafo de uma mãe desesperada ao descobrir que seu filho, aos 15 anos, trafica drogas na porta e dentro da escola. Os pais são o culpados”, questionou.

Em seguida ele postou: “Na minha casa não acontece. Se a escola é extensão de nossas casas, não deve acontecer la também, não é? OU ainda pensamos que papai e mamãe falou, água parou? Ou ignoramos a influência do ambiente sobre crianças, adolescentes e jovens? Ou ampliamos os horizontes ou choraremos sobre o sangue de nossos filhos”.

A seguir veja os comentários que foram extraídos da página de Ivanaldo Mendonça por esta Folha no início da noite desta sexta-feira, dia 11, por volta de 18 horas.

Rogerio Costa postou: “RESU­MIN­DO.O BRASIL PRECISA FECHAR PRA BALANÇO……..”. O padre respondeu: “Não penso assim. Precisamos sair da arquibancada e assumir nosso lugar e nossos papéis de forma responsável e comprometida. Os homens que se dizem bons simplesmente porque não fazem o mal são os grandes responsáveis pela desgraça do país e do mundo, porque são piores que os piores”.

POLÊMICA ABERTA

Leonice Damion se manifestou: “E de quem é a culpa, da escola?, dos pais?, da sociedade?, de todos junto, quando não sabemos perceber as mudanças de nossos jovens e filhos?, quando não sabemos ser rígidos?, quando aluno ou filho não é acompanhado?, quando ao perceber qualquer mudança na conduta do amigo, nos calamos e nos distanciamos?, cada um tem seu parcela de culpa”.

Veja a manifestação de Louíse Gregorio: “Mas sera que a culpa é da escola, que não tem por sua responsabilidade um ou dois jovens, mas dezenas deles?”.

Camila Crimberg afirmou: “escola tem o dever de ensinar agora Educação , respeito pelo próximo são os país que tem o dever!”

Nova manifestação de Mendonça: “Enquanto estão sob a tutela dos pais a responsabilidade primeira é dos pais Leonice Damion, sejam 10 ou sejam 1000. Enquanto estão nas escola, a responsabilidade primeira é da escola Louíse Gregorio. sejam 10 ou sejam 1000.

Leonice Damion respondeu: “conversando com um grande amigo, vi que pra achar o culpado temos que debater, ver o que está acontecendo, e pra mudar a situação, o que não vai ser fácil, praticamente impossível, cada um deve querer, e isto é o primeiro passo”.

Ivanaldo Mendonça enfatizou: “Pelo menos a escola não deveria ceder seu espaço (interno e externo) para o uso e trafico de drogas Camila Crimberg como tem acontecido. Assim ela corrobora diretamente com o crime e a corrupção dos adolescentes e jovens”.

Em outra manifestação Mendonça diz: “Vamos promover um debate ou reflexão sobre o assunto. Proponham aos diretores das escolas onde seus filhos estudam, aos conselhos de Pais e Mestres, as entidades relacionadas. Enquanto cruzamos os braços as drogas abraçam nossos filhos!”.

EDUCAÇÃO VEM DO BERÇO

Camila Crimberg afirmou: “Se existe escola que concorda com isso Padre, eu nunca vi. Mas que acontece, acontece. Quando aprendemos algo de berço não fazemos apenas na frente de nossos pais, pois assim enganamos a nos mesmos. Dentro da escola e na rua nossa educacao e respeito por todos deve ser o mesmo que dentro de casa, afinal de nada vale ser um anjo perto de pai e mae e na escola mal exemplo. Professores formados em letras, historia, geografia não tem obrigaçao de cuidar, sim de ensinar… Mas quandi ha pouca supervisao de inspetores é provavel que os ‘espertos’consigam usar e passar a droga…”.

Ivanaldo Mendonça reforçou: “Não se trata de concordar, mas de permitir. Adolescentes estão em fase de formações são facilmente influenciáveis pelo ambiente e companhias. Adolescentes tem um instinto natural à aventura; isto sempre foi e será. Não me parece justo avaliar adolescentes sob o ponto de vista de pessoas maduras Como ensinava um bom professor: “quando o índio velho que falar com o índio novo ele se inclina. Assim, embora seja sábio e grande, ele se faz pequeno para que o outro sinta-se amado, valorizado e respeitado”. Não há outro caminho para aproximar as gerações em vista do bem comum. Ou os índios velhos se curvam por bem e amor, ouse curvaram pela dor, como tem acontecido”.

Louíse Gregorio afirmou: “Nao acredito que as escolas cedam o local para isso. Trabalho de formacao de carater tem que ser conjunto, familia e escola. Nao adianta delegar funcoes a quem nao as cabe. É preciso vir com alguma bagagem boa de casa para que a escola continue com o trabalho”.

Ivanaldo Mendonça insiste: “Se acontece lá dentro é responsabilidade da escola. Independentemente de bagagem pessoal, se o espaço não é para isso, não deve permitir que aconteça. Façam onde quiserem, mas na escola. Uma vez que “permite” (direta ou indiretamente) ela concorda, a instituição em si”.

AUSÊNCIA DOS PAIS

O advogado Gilson Eduardo Delgado comentou: “Tenho, lamentavelmente, prestado assistência jurídica a adolescentes infratores envolvidos com drogas, por conta de indicação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo… Na maioria das situações analisadas, verifica-se a ausência completa dos pais na educação e acompanhamento dos filhos… Há ainda uma inércia do poder público, em todos seus respectivos aspectos, principalmente quanto aos preceitos do ECA… Linda legislação no papel, coisa de primeiro mundo, em um país falido moralmente, onde os direitos se sobrepõem às obrigações… Poucos querem sair da zona de conforto e buscar soluções práticas… Infelizmente Padre Ivanaldo Mendonça, pela experiência de 22 anos de luta forense, não creio que tenhamos melhoras a curto prazo… Impende vigiar constantemente nossas crianças e adolescentes, para que não se desviem do caminho das virtudes e caiam no mundo dos vícios, e rogar a Deus que cuide das famílias…. Um forte e fraternal abraço…”.

Houve outra manifestação de Iva­naldo Mendonça: “É para se pensar. Tenho duas preocupações: o idola­trismo daqueles que se servem de causas nobres para se promover e o politiquismo dos que se servem de causas nobres para se eleger. Dou-me o direito de não comungar com nenhuma das duas correntes e, onde elas estiverem, eu não estou”.

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