08 de dezembro | 2008

Ônibus que caiu no Turvo estava aprovado pelo DER

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O ônibus que se envolveu no acidente sobre a ponte do rio Turvo, na divisa dos municípios de Olímpia e Guapiaçu, que, depois de tocado na traseira por uma carreta, acabou jogado dentro da água deixando três vítimas fatais e dezenas de feridos, alguns com determinada gravidade, estava habilitado pelo DER (Departamento de Estrada de Rodagem) para atuar no transporte de trabalhadores rurais.

 Apesar de reclamar que a categoria merece transporte melhor, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olímpia e Região, Sergio Luiz Sanches (foto), o veículo passou recentemente pela vistoria exigida pelo DER. "Mas mesmo assim a gente considera que precisa melhorar muito", lamenta o sindicalista.

Da mesma maneira que fez recentemente, Sanches volta a afirmar que os rurais são transportados por veículos sucateados e que servem mais para atuarem no transporte coletivo urbano. "Esses são os que estão sendo usados para fazer o transporte de trabalhadores. Isso tinha que ser melhorado", reclama.

Porém, para Sanches o fato de se tratar de um veículo mais antigo e, portanto, mais lento que a carreta que o atingiu, não deve ser apontado como motivo para o acidente. Ele avalia que não é a velocidade mais alta que vai melhorar as condições de transporte do trabalhador rural.

Ele cita, por exemplo, que é comum no local ter radares de controle de velocidade e o motorista do ônibus pode até ter diminuído a velocidade por essa razão e surpreendido o motorista da carreta que dirigia em alta velocidade. "É bem provável que ele estava em alta velocidade e acabou empurrando esse ônibus da forma que fez nesse acidente", deduz.

No caso desses trabalhadores, Sanches não espera encontrar problemas administrativos, até porque estavam registrados na empresa que trabalham e que acredita fará tudo para atender as necessidades deles. Mesmo assim disse que está atento para ampará-los na medida em que necessitarem: "A empresa pelo jeito é idônea".

Já em relação às vítimas fatais, informou que há o acordo coletivo que inclui seguro acidente também por morte. A família pode, também, requisitar, além do auxílio funeral, o direito de pensão ao qual tem direito do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

"Sei que isso não é tudo e que não vai trazer a vida de volta, mas tenho certeza que dá pelo menos para amenizar um pouco as dores da família. O que a gente lamenta é que foram três mortes", comentou Sanches.

Poderia ser pior

Porém, o receio do sindicalista é que tudo poderia ser pior. Ele conta que o setor da citricultura é o mais desorganizado, com muitos trabalhadores atuando avulsos e sem nenhuma proteção trabalhista.

"A minha preocupação é que o setor da citricultura é o que está mais desorganizado e há várias turmas na região trabalhando avulso. Aí fica a preocupação. Já pensou se fosse uma turma que não tivesse registro em carteira? A preocupação seria maior", finaliza.

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