31 de julho | 2016
Olimpienses confirmam dependência e a necessidade do aplicativo WhatsApp
José Antônio Arantes
Necessidade ou vício? Eis a questão. Há pouco mais de uma década atrás, não existia nada disso. A comunicação se dava no gogó. As famílias se reuniam no final da tarde nas calçadas para trocarem ideias e informações. Hoje, ninguém mais se reúne. As pessoas andam pelas ruas teclando seus Smartphones, com internet e todos os aplicativos que ela oferece, sem nem olhar para os lados e correndo o risco até de serem atropeladas.
Há quem diga que isso está ampliando o grau de solidão das pessoas. Já existem mães e filhas, mulher e marido, irmãos e irmãs que se comunicam mais pela internet do que frente a frente, no dia a dia.
Um fato que serve para mostrar o quanto as pessoas estão dependentes dos aplicativos de comunicação na internet aconteceu recentemente. Foi só o WhatsApp ficou fora do ar por apenas quatro horas, recentemente, e mais uma vez a paralisação do serviço causou uma avalanche de reclamações e protestos de parte dos 100 milhões de usuários brasileiros do aplicativo.
Além dos memes e textões na rede, a decisão da Justiça também resultou na criação de diversos abaixo-assinados virtuais. Os danos sociais, uma vez que o serviço já é uma das formas mais usadas para comunicação no Brasil, são apenas um lado da questão. Uma parte dos usuários teve prejuízos reais com a paralisação do app. São pequenos e médios empreendedores que utilizam a ferramenta como contato para encomendas e entregas. Estes perderam pedidos e aumentaram a conta telefônica da empresa.
A Folha da Região ouviu quatro usuários de Olímpia recentemente sobre o assunto e estes confirmaram a importância e a já dependência deste aplicativo tanto na vida pessoal quanto na área comercial.
OS BLOQUEIOS
1º bloqueio:
Fevereiro de 2015
A primeira decisão de bloqueio do WhatsApp no Brasil foi determinada pelo juiz Luis Moura Correia, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina. Segundo a Justiça, a empresa se negou a conceder informações para uma investigação policial. Na ocasião, o aplicativo não chegou a ficar fora do ar. Quinze dias depois, um desembargador do Piauí derrubou o mandado judicial alegando que as empresas telefônicas e seus usuários não deveriam ser penalizados por uma decisão judicial.
2º bloqueio:
Dezembro de 2015
A segunda decisão de bloqueio partiu da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo e corria em segredo de Justiça. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o WhatsApp não atendeu a uma determinação judicial de julho de 2015 envolvendo uma ação criminal. O app de mensagens ficou fora do ar por cerca de 14 horas. No dia seguinte ao do início do bloqueio, uma liminar do TJ-SP permitiu que as operadoras deixassem de suspender o acesso ao aplicativo.
3º bloqueio:
Maio de 2016
A terceira decisão veio do juiz Marcel Maia Montalvão, da Justiça de Sergipe, que ordenava o bloqueio do WhatsApp em todo o país por 72 horas. Mais uma vez, o pedido foi feito porque o Facebook, dono do app de mensagens, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal. Aplicativo ficou bloqueado no Brasil inteiro por cerca de 24 horas. Os advogados entraram com um pedido de reconsideração, que foi analisado e aceito por outro desembargador do TJ-SE, Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, liberando assim o uso do aplicativo no Brasil.
4.º bloqueio:
Julho de 2016
Desta vez, em 19 de julho, o WhatsApp foi bloqueado pela Justiça do Rio de Janeiro. A suspensão teve início às 14 horas, mas a decisão foi derrubada no Supremo Tribunal Federal no mesmo dia e, por volta de 17h50 grande parte dos usuários já relatavam que o serviço já tinha voltado. No recurso decidido pelo STF argumentava-se que a decisão fere a liberdade de expressão e a liberdade de manifestação.
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