12 de maio | 2013

Olimpiense ajudou montar esquema de licitação do lixo em Campos do Jordão

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O olimpiense Jair Emerson da Silva, vulgo Miudinho ou Jairzão (foto), de 55 anos de idade, morador da Rua Dr. Irineu Gotardi, Jardim Vitório Paro­lin, em Olímpia, aparece em gravações realizadas com autorização judicial pela O­pe­ração Fratelli – irmãos em italiano – como um dos lobistas do Gru­po Scamatti que ajudou a montar o esquema para que a empresa vencesse uma licitação de lixo em Campos de Jordão.

“Como se sabe, a partir de “negociações prévias” entre o próprio prefeito municipal daquela cidade e o investigado Olívio, tal contrato foi direcionado para a empresa Multi Ambiental, pertencente ao grupo Scamatti e operaci­onali­za­do pelos investigados Nene, Osvaldo e uma terceira pessoa agora identificada como sendo outro funcionário de Olívio que responde pelo nome de Jair (…), consta em trecho do documento do Ministério Público Federal (MPF).

Isso revela que depois de vencer várias licitações na região de São José do Rio Preto, o grupo come­ça­va a ampliar seus tentáculos para outras regiões do Estado de São Paulo.

As escutas da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (M­P) revelam que o esquema de fra­u­de em licitações foi levado a cabo em cidades como Campos do Jordão e Botucatu, onde o grupo venceu disputas para coleta de lixo e varrição de rua.  Se­gundo a investigação, em Campos do Jor­dão houve direcionamento de licitação para a Multi Ambiental, do grupo Scamatti, diz reportagem do jornal Diário da Região, de Rio Preto, publicada na edição desta sexta-feira, dia 10.

Outra licitação suspeita foi em Botucatu, onde a varrição estava acertada para ser ven­cida pelo Grupo Scamatti. Em Campos do Jordão, documentos apontam que houve “negociação prévia” entre Prefeitura local e Olívio Scamatti, a­pon­tado como chefe do grupo Scamatti.

ESQUEMA

As escutas telefônicas foram realizadas em fevereiro deste ano. O esquema, ainda segundo relatório sigiloso da PF e do MP, teria recebido ajuda das empresas Cons­fran, de Catanduva, e Cidal, de I­bi­úna.

Segundo a PF, as duas empresas apresentariam valores superiores ao preço da Multi Am­bi­ental. O esquema teria sido mon­tado por Valdovir Gonçalves e Jair Emerson da Silva, lobistas de O­lí­vio.  As escutas apontam que Val­dovir foi a Catanduva para acertar pla­nilhas e valores que seriam utilizados na licitação do lixo em Cam­pos do Jor­dão.

Em Botucatu, a Consfran e Ci­dal também serviram de “laranjas” para o grupo vencer licitação de varrição de rua. As investigações apontam que o intermediário das negociações foi José Francisco da Rocha Oliveira Junior.

OUTRO LADO

O diretor da Consfran, Carlos Eduardo de Oliveira, disse para o Diário, que a empresa não participou de licitação em Campos do Jordão e que não se lembra se a empresa entrou em disputas em Botucatu. “Em Campos do Jordão foi apenas consulta de preços para Prefeitura”, disse.

O prefeito de Botucatu, João Cury Neto (PSDB), disse que não conhece nenhum dos envolvidos na operação “Fratelli”. Ele desmente a investigação e as escutas e afirma que não houve licitação para varrição este ano.

A Prefeitura de Campos do Jordão disse “desconhecer a denúncia” e que a Multi Ambiental já prestava serviço de coleta de lixo antes de o prefeito Fred Guidoni (PSDB) assumir.

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