20 de fevereiro | 2017

Olímpia perdeu 40% de Mata Atlântica em 7 anos de Geninho

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Aqui tem Mata? O ques­tionamento é feito pela Fun­dação SOS Mata Atlântica, que a partir deste século tem se preocupado bastante com a evolução do desmata­men­to, principalmente de matas nativas que, além da mata amazônica, compõem o principal ecossistema do país.

Em Olímpia a preocupação é maior ainda porque o município perdeu 40% de sua Mata Atlântica em sete anos de mandato do ex-prefeito Eugênio José Zuliani.

O levantamento é de 2015, penúltimo ano de Geninho a frente da Prefeitura Municipal de Olímpia, comparado com 2009, o primeiro ano de seu primeiro mandato. Segundo dados da fundação, atualmente há 3.523,48 hectares, incluindo 82 hectares de Vegetação de Várzea, o que representa 189 vezes o tamanho do Estádio Mário Filho, o Maracanã, no Rio de Janeiro.

Em 2009, Olímpia ainda tinha 5.833, ou seja, 11% aproximadamente, de sua mata original, que inicialmente ocupava 55.036 hectares da área total do município de 80.265 hectares. Já segundo o estudo de 2015, que foi divulgado na semana passada, a Mata Atlântica ocupa apenas 4,39% da área total do município.

Vale destacar que no início de sua história o município tinha 68%, ou seja, 55.036 hectares do total de 80.255, que eram cobertos pela vegetação nativa, ou seja, pela Mata Atlântica.

Os dados são originados no “Atlas de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”, projeto que gera relatórios anuais sobre o estado de conservação da floresta.

O monitoramento é feito desde 1990 através de uma parceria da SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com execução técnica da Arcplan, empresa privada, cons­tituída por geó­grafos es­pe­ci­alizados em Ge­oproce­s­sa­men­to, com ênfase em cartografia digital, interpretação de imagens de satélite e fotografias aéreas.

DESMATAMENTO

Além de mapear os remanescentes da Mata Atlântica em seu domínio original – 1,3 milhão de km2 em 17 estados da federação – o Atlas calcula as taxas de desmatamento e regeneração da mata nativa. Desta forma é possível acompanhar a evolução anual da perda de florestas e o ranking dos munícipios com maior índice de desmatamento.

Apesar da grande importância para o bem estar da população e qualidade do ar, parques e áreas urbanas de menor tamanho que possuam a vegetação muito alterada não entram na categoria de Mata do Atlas dos Remanescentes Florestais, que mapeia floresta nativa em estágio primário ou estágio médio/avançado de regeneração com ao menos 3 hectares de área contínua bem preservada.

A Mata Atlântica é a casa da maioria dos brasileiros. Ne­la vivem mais de 145 milhões de pessoas em 3.429 munícipios. Mas não é só! As florestas são a morada de cen­tenas de outras espécies, além de garantir água e ar limpos. São também importantes para a saúde do solo, para o lazer e para a economia.

Embaúba foi o que mais regenerou
a Mata Atlântica na microrregião

De acordo com um estudo da Fundação SOS Mata Atlântica, realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pes­quisas Espaciais (INPE), Em­baúba foi o que mais regenerou sua Mata Atlântica, quando comparados os resultados divulgados em 2009 com o estudo concluído em 2015. Lá a mata nativa aumentou de 421 hectares pa­ra 2.423, ocupando cerca de 2,56% da área total do município.

Outro que também melhorou a situação foi Altair. Em 2009 o levantamento mostrava que 700 hectares do município eram ocupados pela vegetação natural. Atualmente, chega a 1.153,54 hectares, o equivalente a 3,68% da área total.

O estudo aponta ainda que em Guaraci, embora em menor grau, também houve regeneração da Mata Atlântica. Enquanto em 2009 eram 3.458 hectares, balanço atual aponta para 3.691,2, o que equivale a 5,75% de sua área total.

O município de Cajobi é o que apresenta a situação mais crítica na Comarca de Olímpia. Enquanto o levantamento divulgado em 2009 apontava a existência de 700 hectares de Mata Atlântica, o estudo divulgado na semana passada aponta para apenas 255,93 hectares, ou seja, apenas 1,45% de sua área total.   

Embora apresentando uma redução, em Severínia não houve muita alteração em relação aos dois estudos. Se em 2009 eram 298 alqueires, o levantamento divulgado agora aponta para a existência de 299,5 hectares, ou seja, aproximadamente 2,13% da área total do município.

Junto com Olímpia, esses municípios são tradicionais áreas de expansão agrícola. Essas cidades registraram o avanço da cana-de-açúcar, após terem passado pelos ciclos do café e da laranja.

CARACTERÍSTICAS DA MATA ATLÂNTICA

As características da Mata Atlântica são: presença de árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada e densa; rica biodiversi­dade, com presença de diversas espécies animais e vegetais as árvores de grande porte for­mam um microclima na mata, gerando sombra e umidade fauna rica com presença de diversas espécies de mamíferos, anfíbios, aves, insetos, peixes e répteis.

A Mata Atlântica tem vegetação formada principalmente por palmeiras, bro­mé­lias, begônias, orquídeas, cipós e bri­ófitas; pau-brasil, jacaran­dá, peroba, jequitibá-rosa e cedro; tapiriria; An­dira; Ananás; e Figueiras.

Catanduva e Novo Horizonte criaram 1,1 mil hectares

Da redação com Diário da Região

Na região de São José do Rio Preto tem dois municípios entre os que mais regeneraram a Mata Atlântica no período de trinta anos. Catanduva deu vida a 671 hectares e Novo Horizonte criou 451 hectares da Mata Atlântica entre os anos de 1985 a 2015. As duas cidades estão na lista divulgada no dia 8, pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com os nomes das 10 cidades do Estado de São Paulo que mais regeneraram a mata.

O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica traz um estudo detalhado do Estado. A pesquisa identificou a regeneração de 23.021 hectares, área maior que as cidades de Santo André e São Caetano juntas. O município que mais apresentou áreas regeneradas foi Valparaíso (754 hectares), seguido por Castilho (735 hectares), Quatá (676 hectares) e Catanduva (671 hectares). Novo Horizonte aparece na oitava posição, com 451 hectares de mata recuperados.

O estudo analisa principalmente a regeneração sobre formações florestais que se apresentam em estágio inicial de vegetação nativa ou áreas utilizadas anteriormente para pastagem e que estão em estágio avançado de regeneração.

Primeiro lugar no programa Município Verde Azul de 2016 – que verifica as cidades mais arborizadas do Estado, Novo Horizonte investiu em educação e parcerias com empresas e produtores rurais para recuperar a Mata Atlântica. Já a prefeitura de Catanduva informa que participou ativamente do processo de regeneração das matas ciliares.

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