15 de março | 2010

Mulher diz que foi “debochada” por “cortadores” de água do DAEMO

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Uma moradora do Jardim Cizoto, zona leste da cidade, afirmou na Delegacia de Polícia de Olímpia que foi “debochada” por funcionários tercei­rizados do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO), depois de ter cortado o fornecimento de água em sua casa, por falta de pagamento.

Lucélia Aparecida Bento, de 45 anos de idade, que reside na Alameda Garibaldi, número 120, afirma também que eles invadiram sua casa, sem autorização, para realizar o serviço.

De acordo com ela, os fatos aconteceram na tarde da quinta-feira, dia 11, por volta das 15 horas.

Lucélia relata que atendeu, ainda na calçada de sua residência, dois funcionários do DAEMO, que lhe disseram que tinham ordem de corte do fornecimento de água. Ela solicitou alguns minutos para telefonar na imobiliária para constatar o problema e deixou os dois na calçada.

Porém, quando voltou percebeu que os funcionários já tinham ido embora e observou que o portão estava aberto e que o corte havia sido realizado, sem aguardar que voltasse do telefonema.

Informou ainda que, ao entrar em sua casa, notou a falta de uma bolsa que estava sobre o sofá e ao sair para telefonar novamente, encontrou a bolsa jogada na sarjeta e sem cerca de R$ 100 que havia dentro.

Afirmou ainda que se sentiu ofendida pelos funcionários que a teriam tratado com deboche, rindo na sua cara e que, por isso formularia uma reclamação na autarquia contra os funcionários, sendo que um deles teria o nome de Souza. No entanto, diz que não tem suspeita sobre a autoria do furto do dinheiro.

Consta que seriam duas contas atrasadas, uma recente e outra que seria de 2008. Ela mora no imóvel há cerca de sete meses. O telefonema para a imobiliária, segundo disse, foi sugestão dos próprios funcionários, que consta serem terceirizados.

Sobre a conta que é devida desde 2008, a mulher confirma que realmente existe, mas que está sendo discutida na justiça, até porque, ela não morava no imóvel na oportunidade. Confirmou também duas contas atuais atrasadas, que teriam sido pagas na tarde da quinta-feira.

OUTRO LADO
O diretor superintendente do DAEMO, Valter José Trindade, justifica a maneira como os funcionários agiram e afirma que é normal, quem tem sua conta de consumo de água em atraso, tentar enganar os encarregados dos corte.

“Achei que o que ocorreu está tudo dentro da normalidade. A pessoa pode relatar o que quiser, mas não tem problema. Nós trabalhamos com seres humanos e podem ocorrer erros, não somos perfeitos. Essa pessoa está na lista de corte. O pessoal se dirigiu até ao local para o corte e foi dito por ela que pagou a conta. Então, tem que mostrar a conta que está paga, porque nosso cadastro não consta que está quitada”, justificou. 

De acordo com o diretor, a mulher avisou que se eles cortassem a água, ela registraria uma ocorrência policial. “Falou (o funcionário) você tem o direito de fazer o que quiser, mas tem que apresentar a conta. Ela disse que ia telefonar e abandonou o portão aberto, a casa aberta, e saiu. O pessoal ficou meia hora esperando lá, a pessoa não voltou, ele lacrou e foi embora. Nós temos a legislação que permite ter acesso ao hidrômetro. O que aconteceu foi isso”, acrescentou.

Ele diz ter certeza que não houve excesso por parte dos funcionários. O serviço de corte é terceirizado e a empresa ganha por corte realizado. “O corte nós cobramos do cliente o valor de R$ 10 e repassamos para a empresa”, informou.


O diretor justifica que tem que cobrir os custos do serviço, principalmente os que estão fora da rotina da autarquia e que eles existiriam mesmo que o corte fosse realizado por um funcionário efetivo. No entanto, não divulgou o nome da empresa contratada.

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