10 de agosto | 2014

Mulher aguarda casa prometida pelo prefeito há 4 anos

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A dona de casa Maria Apareci­da de Jesus Panhan (foto), responsável pela única família que se recusava a deixar a área da antiga lagoa de tratamento de esgoto, ao lado do Jardim Residente Harmonia, na zona leste de Olímpia, afirmou para a reportagem desta Folha da Região que há quatro anos aguarda uma casinha que foi prometida pelo prefeito Eugênio José Zuliani.

“A quatro anos atrás meus filhos foram para uma casa de a­bri­go. Aí, a juíza, Dra. Andreia, fez uma audiência para me devolver as crianças, mas que não era mais para ficar na favela. Ia ter um desfavelamento e fez um bloco de 30 casinhas que seriam dadas às pessoas necessitadas como eu, que não tinham para onde ir, quem tem criança, que não podia ficar lá na favela”, contou.

No entanto, até agora a doação da nova casa não foi concretizada. Segundo ela, porque “não veio essa verba para o prefeito. Aí, continuei sem casa do mesmo jeito e estou esperando”.

Trata-se de uma situação que consta em um documento que ela mostrou à reportagem: “O documento que eu tenho fala que a­guarda a casa, mas por enquanto nada. Foi para o promotor, o promotor me mandou lá pa­ra o prefeito e ele mandou esse papel para mim, que até a­go­ra eu a­guardo um pedaço de terra ou u­ma casinha”.

Entretanto, ela faz questão de ressaltar que não é favorável a invasão de nenhuma área. “Eu não quero invadir casa de ninguém, nem terreno de ninguém. Eu quero uma casinha para mim e para meus filhos porque eu sou muito doente. Logo eu já não estarei mais aqui nessa terra e eu preciso deixar um amparo para meus filhos”.

Maria Aparecida conta que tinha uma casa: “Eu tinha uma casinha no pedregal, precisou derrubar. Como não era meu o terreno, era dos meus irmãos por parte do padrasto, o padrasto morreu e meu irmão se encontra preso e vendeu o terreno. Agora, ele está preso e eu não tenho moradia porque não tenho um pedaço de terra para mim”.

Ela se recusava a sair de lá (an­tiga lagoa de tratamento de esgoto) para invadir outro local e afirma que se tiver que sair ou vai para a rua ou para debaixo de u­ma ponte. Por isso pede mais prazo para o prefeito para ficar pelo menos até a próxima reunião.

“Eu quero sair daqui. Eu não quero que me arranquem a força. Eu não quero que ninguém me ponha a mão. Não quero medir força com ninguém. Só quero um lugar para poder ficar com meus filhos”, finaliza.

Porém, segundo a informação mais recente, ela teria recebido a ajuda de um irmão que transportou sua mudança para o local onde os demais sem teto haviam se transferido.

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