03 de fevereiro | 2013
MP quer obrigar Prefeitura a criar clínica para dependentes químicos
O Ministério Público da Comarca de Olímpia, através da promotora de justiça Daniela Ito Echeveria, ingressou com uma ação civil pública contra a Prefeitura Municipal de Olímpia e o Governo do Estado de São Paulo, com a finalidade de obrigar a criação de uma clínica destinada a dependentes químicos com 30 leitos de internação.
Consta que a promotora pede ainda à Justiça a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e uma Unidade de Acolhimento (UA) na Comarca de Olímpia.
Também são alvos da ação os municípios, prefeitos e ex-prefeitos de Altair, Cajobi, Embaúba, Guaraci e Severínia. O juiz da 2ª Vara de Olímpia, Lucas Figueiredo Alves da Silva, já recebeu a ação proposta pelo Ministério Público e determinou a notificação dos municípios.
De acordo com a promotora, a investigação foi iniciada após ser verificada a ausência de programa na Comarca de Olímpia destinada ao atendimento de pessoas usuárias de drogas e álcool. “Constatou-se, também, a existência de grande volume de processos tanto no juízo comum desta comarca quanto no juízo da infância e juventude envolvendo o tráfico de drogas e pessoas que necessitam de serviços especializados de atendimento para tratar de dependência química”, consta em trecho da inicial da ação.
A promotora afirma que os usuários de drogas são encaminhados para triagem em São José do Rio Preto e Barretos, o que “desestimula a aderir ao tratamento indicado”. “Verificou-se que os municípios, por não possuírem um programa terapêutico, muito menos um local adequado para a internação dos dependentes, adotam medidas paliativas, procurando vaga para internação em outros municípios”, acrescenta Daniela na ação.
Após diversas reuniões com representantes dos municípios, a promotora cobrou a criação de uma clínica destinada aos dependentes. “Porém, as tentativas restaram infrutíferas, tendo os representantes dos municípios desta comarca manifestado desinteresse na formalização de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para a criação de Clínica Pública de Dependentes Químicos na Comarca, por entenderem haver necessidade de auxílio econômico do Estado para tal fim”, afirma outro trecho da ação protocolada no final de 2012.
De acordo com Daniela, “diante do quadro de total ausência de qualquer serviço público ou privado, para atender tal demanda social, é indispensável a intervenção do Poder Judiciário para fazer com que o Poder Público cumpra o seu dever, fornecendo as medidas necessárias para a implantação do programa de prevenção e de tratamento de dependentes químicos”.
O ex-prefeito de Severínia, Raphael Cazarine Filho, ouvido pelo jornal Diário da Região, afirmou que participou de reuniões com o Ministério Público para debater o tema.
No entanto, ele diz que um possível acordo para implantar uma clínica não saiu do papel porque os prefeitos ou representantes dos municípios questionaram os custos. “Os prefeitos acharam caro”, afirmou.
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