09 de maio | 2021

MP pediu medida de proteção para editor da Folha na quarta-feira

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SEM SAIR DE CASA!
Promotor quer que bombeiro não saia de casa
durante o período noturno. O pedido do
Ministério Público deve ser analisado
pela Vara Criminal da comarca local.

 

 

DA REDAÇÃO COM FRANCELA PINHEIRO DO DIÁRIO DA REGIÃO

O Ministério Público de O­límpia solicitou à Justiça medida protetiva ao jornalista e e­ditor desta Folha, José Antonio Arantes, alvo do atentado incendiário cometido pelo bom­beiro municipal Cláudio José de Azevedo Assis (foto) na madrugada do dia 17 de março último.

O pedido é para que o suspeito, um bombeiro civil que trabalhava emprestado à cor­poração Estadual de Olím­pia, investigado como autor do a­tentado ao jornal Folha da Região, não se aproxime do jornalista e ainda que fique em casa durante a noite.

O inquérito da Polícia Civil apura o caso como incêndio criminoso e aguarda informações da quebra do sigilo do investigado para saber se ele agiu sozinho ou se o ataque contou com a participação de outras pessoas.

Promotor quer que

bom­beiro não se

aproxime a menos

de 50 metros

Segundo informações da polícia, o bombeiro civil confessou que incendiou a redação do jornal por discordar da linha editorial do veículo. Na ocasião, José Antonio Arantes se posicionou favorável às medidas de restrições previstas no Plano São Paulo.

O promotor de Justiça Ro­drigo Pereira dos Reis requer, agora, que a Justiça proíba o investigado de se aproximar do jornalista. “Proibição do investigado de se aproximar a menos de 50 metros da vítima José Antônio Arantes e de sua família, bem como de suas residências e da sede do Jornal Folha da Região”, solicitou.

O promotor também pede que a Justiça proíba o investigado de sair de casa durante a noite. “Imposição ao investigado de recolhimento noturno em sua residência, não podendo dela sair”, pediu.

Segundo Reis, a restrição de liberdade do investigado se impõe pelo crime cometido, segundo o pedido. “Se justifica à vista da gravidade em con­creto delito e as circunstância que o envolveram (…), uma vez que foi praticado justamente durante o repouso noturno”, defendeu.

Terrorista solto e vítima

presa em casa com

extintor do lado

Para o jornalista, o pedido do MP é um respaldo da Justiça. “As medidas protetivas podem não ter efeito real, pois é muito difícil de serem fiscalizadas, mas mostram pelo menos que alguma coisa está sendo feita para proteger a minha família”, afirmou.

A defesa de Arantes completou: “Inconcebível que o terrorista incendiário esteja solto produzindo material suspeito no inquérito para comprovar uma pretensa insanidade e nosso paciente esteja preso em casa com um extintor ao lado por temer pela vida”, consta em nota assinada pelos advogados Wil­lian Zanolli e Monica Nogueira.

Não comenta

Nesta quinta-feira, 6, mais uma vez a reportagem do Diário da Região entrou em contato com a defesa do bombeiro civil aposentado. O advogado responsável pediu para o Diário entrar em contato mais tarde e não quis comentar o caso.

O caso

O atentado à redação da Fol­ha da Região foi registrado por volta das 4h do dia 17 de março. Pelas informações da polícia, o suspeito chega em uma moto, com placa adulterada, deixa um galão de combustível e ateia fogo em seguida.

Os cachorros da família a­lertaram o jornalista e a família, que moram na parte superior do prédio da redação, e as chamas foram controladas no início. O bombeiro civil foi identificado como o suspeito, após deixar a cidade e retor­nar dias depois.

O investigado responde às investigações da Polícia Civil em liberdade.

Inquérito deve

ser prorrogado

O promotor de Justiça Ro­drigo Pereira dos Reis também se manifestou favorável à pror­rogação da investigação da Polícia Civil. No pedido feito ao juiz da Vara Criminal, E­duardo Luiz de A­breu Costa, o promotor se manifestou favorável a mais 30 dias de prazo para conclusão do inquérito policial.

“Estando pendente a realização de diligências imprescindíveis à escorreita apuração dos fatos e sua autoria, notadamente da hipótese de envolvimento de mais agentes na autoria intelectual do crime, concordo com a dilação do prazo”, escreveu Reis.

O inquérito está sob o comando do delegado Marcelo Pupo de Paula. O chefe da investigação afirmou nesta qui­nta-feira, 6, que aguarda informações da quebra do sigilo telefônico, bancário e das contas do Google, Facebook e Wha­tsApp do bombeiro civil. As informações, segundo a polícia, podem esclarecer se há envolvidos.

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