09 de abril | 2007
MP instaura inquérito para apurar superlotação da cadeia de Severínia
Com base em informações que recebeu da juíza da 1.ª Vara, Adriane Bandeira (foto), corregedora dos estabelecimentos prisionais da comarca, a Promotoria de Justiça das Execuções Penais de Olímpia instaurou inquérito civil para apurar a superlotação carcerária da Cadeia Pública do Município de Severínia.
De acordo com a portaria número 19, datada do dia 30 de março próximo passado, a cadeia de Severínia que tem capacidade para 16 presos estaria abrigando 44 detentos, quando, segundo o promotor José Márcio Rossetto Leite, suportaria no máximo 20.
Segundo a portaria, a informação foi corroborada através de informações do livro de visitas mensais da corregedoria e também de informações enviadas pelo próprio diretor da cadeia de Severínia, delegado Cláudio Padovani Filho, confirmando informações publicadas por esta Folha.
"A finalidade do inquérito civil é apurar a superlotação da cadeia e se essa superlotação viola direitos individuais dos presos e os direitos coletivos da sociedade. Se viola, o Ministério Publico é obrigado a tomar uma atitude: ou chamar a administração para uma composição, se a administração não quiser essa composição, ingressar com uma ação civil pública em defesa desses direitos", disse em entrevista que concedeu à reportagem desta Folha.
Considerando alguns artigos, tanto da Constituição Brasileira, quanto da Lei de Execuções Penais, Declaração Universal dos Direitos do Homem, Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, e ainda da Convenção Americana dos Direitos Humanos, na portaria que instaurou o inquérito civil, Rossetto Leite justifica que a situação, se comprovada, viola direitos difusos da sociedade e direitos individuais dos encarcerados na cadeia.
Informações
No ofício expedido ao diretor da cadeia de Severínia Rossetto Leite solicitou informações urgentes para saber se os presos têm direito a banhos de sol; se estão recebendo regularmente as visitas e em que período e horário; se estão realmente revezando espaços nas celas para dormir e descansar.
Também solicitou informações sobre o tamanho das celas e se estão dotadas de banheiro (sanitário e chuveiro) e ainda se estão em bom estado de funcionamento; se há camas de alvenaria ou colchões para os presos; se as celas estão em bom estado de conservação, bem como as grades; e se os presos estão recebendo atendimento médico e qual a periodicidade.
O promotor quer saber também qual a quantidade de carcereiros, servidores e prestadores de serviço de qualquer natureza, que prestam serviços à cadeia e ainda qual a quantidade de viaturas pra transporte de presos; se há ameaça de rebelião por parte dos presos e se os mesmos estão trabalhando.
Solicitou também dados sobre a quantidade e quais presos que estão trabalhando; em que horário e qual tipo de atividade laborativa desenvolvem; além da qualificação completa de tosos os presos da cadeia e de todas as pessoas que prestam serviços no local.
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