21 de agosto | 2011

Moradores de cidades vizinhas “jogam” cães indesejados nas entradas da cidade

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Moradores de cidades vizinhas têm o péssimo hábito de “jogarem” seus cães indesejados, principalmente filhotes, nas entradas da cidade de Olímpia. Isso pelo menos é o que se pode entender das informações passadas pela dona de casa Maria de Lourdes Berttin Ignácio, da ONG (Organização Não Governamental) S.O.S. Animal.

“Nós temos muitos problemas ainda. Eu acredito que as pessoas que residem em cidades vizinhas soltem seus cães aqui em Olímpia. Porque soltam muito nas entradas da cidade, onde sempre tem os bichinhos jogados. São caixas com os filhotes e por isso nós pegamos muitos problemas”, reclamou.


Mas os abandonos ocorrem dentro da cidade mesmo, por pessoas que residem em Olímpia. Ela revela o caso de uma mulher que residia no Jardim São José e faleceu. Essa mulher tinha uma cadela chamada Nikita, que trouxe de São Paulo e depois de sua morte os parentes não quiseram mais saber do animal.


“O filho e a nora não quiseram ficar com a cachorra, mas quando fiquei sabendo já fazia cerca de seis meses que a mulher tinha falecido e essa cachorra estava na frente da casa. Venderam a casa ou alugaram e a cachorra estava na frente. É uma cachorra velha, de 15 anos”, contou.


“Fui conversar com a nora dessa senhora, que mora no mesmo quarteirão, para que acolhesse a cachorra e ela disse que não queria. Ela disse assim: eu não sei por que a minha sogra trouxe essa cachorra de São Paulo. Ela achou essa cachorra no metrô e trouxe de lá pequena. Mas a mulher faleceu e a cachorra ficou na rua. Nós recolhemos e ela está conosco”, acrescentou.


Mas a população canina nas ruas cresce independente do controle que seja feito. “Por mais que castre, por mais que nós recolhemos sempre a gente vê muitos por ai, mas comparando com as cidades vizinhas, Olímpia está bem. Você não vê animais jogados, é um ou outro que você vê,”, disse.


Maria de Lourdes contou outra situação mais recente, de funcionária da Prefeitura que morava sozinha com quatro cães. “A assistente social conseguiu uma vaga para ela no Abrigo São José, mas ela não queria ir porque não queria abandonar os bichinhos dela, que às vezes deixava de comprar seus próprios remédios para comprar para eles”, disse.


Mas embora surjam casos preocupantes, a situação de abandono na cidade é até considerada normal “porque nós trabalhamos muito e era para não ter nenhum, mas quando a gente pensa que vamos ter sossego soltam cães por ai, até filhotes”.


Um caso que contou chama a atenção pela forma como o animal foi tratado pelo antigo proprietário. “Encontramos um no Jardim Santa Ifigênia que o cara colocou álcool e ateou fogo. O cão sobreviveu, mas está todo torto. Já pegamos cachorro que, às vezes uma cadela está no cio e eles vão atrás, o cara deu tanta pancada no cachorro que o quebrou todo. Esse cachorro ficou arrastando as patas e não temos coragem de sacrificar. Só fazemos isso quando o cachorro está sofrendo muita dor e não tem outro jeito”, informou.


Maltratar um animal é crime, segundo Maria de Lourdes: “inclusive as penas são severas e a polícia está nos ajudando a combater essa prática, inclusive já há até pessoas que já foram condenadas”. Segundo ela, atualmente há pelo menos 20 denúncias na polícia.

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