11 de outubro | 2022

Morador de Olímpia é morto com sete perfurações de bala por policiais militares em Rio Preto.

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VIOLÊNCIA!
Polícias Militar e Civil instauraram inquérito para investigar o caso.


DA REDAÇÃO COM
Joseane Teixeira do Diárioweb

As polícias Civil e Militar de São José do Rio Preto instauraram inquérito para investigar as circunstâncias da morte do pedreiro Guilherme Antônio de Moraes Almeida, 19 anos, morador de Olímpia, baleado durante suposto confronto com policiais militares dentro de uma residência do bairro Solo Sagrado, em Rio Preto.

De acordo com os agentes, ele pilotava uma motocicleta furtada, teria desobedecido a ordem de parada e atirado contra a equipe quando foi cercado. O caso aconteceu no final da tarde de domingo, 9.

Consta em boletim de ocorrência que, às 17h10, um morador telefonou para a PM noticiando o furto da moto, uma Honda 150 cinza. A ocorrência foi comunicada nos rádios das viaturas e, cinco minutos depois, a moto foi vista transitando pela rua Dom José Joaquim Gonçalves, no Solo Sagrado.

IGNOROU ORDEM DE PARADA
Foi dada ordem de parada, mas o piloto ignorou, segundo versão dos policiais, dando início a uma perseguição. Em determinado momento, o suspeito abandonou a moto e fugiu a pé, pulando muros de residências.

Os policiais solicitaram apoio de outras viaturas e do helicóptero Águia. Com a chegada do reforço, o sargento Saint Clair Soares e o cabo Valdir Chicarelli ingressaram em um corredor da rua Anis Trabulsi.

Durante varredura, o cabo entrou na casa e o sargento fez a observação dos cômodos pelo lado de fora. Ele teria visto Guilherme de “tocaia” no quarto. Na versão do sargento, o rapaz apontou um revólver para a porta quando o cabo se aproximava do cômodo onde ele estava.

POLICIAL TERIA MANDADO
GUILHERME SOLTAR A ARMA

O sargento diz que verbalizou que era policial e mandou Guilherme soltar a arma, mas o rapaz esboçou reação e o policial disparou quatro tiros. O policial dentro da casa disparou mais dois.

Exame preliminar realizado por peritos dentro da residência identificou sete perfurações na vítima, mas somente o laudo necroscópico poderá identificar quais e quantos são orifícios de entrada ou de saída dos projéteis.

Ao lado do corpo havia um revólver calibre 38 com seis munições, sendo três picotadas. Nos bolsos do rapaz foram encontrados seis saquinhos com crack.

CUNHADO DIZ QUE POLICIAIS
CONFUNDIRAM GUILHERME

Bruno Pereira era cunhado de Guilherme e alega que o rapaz foi confundido quando os policiais perderam o suspeito de vista. A reportagem não localizou processos criminais em nome de Guilherme.

A moto abandonada no trajeto foi recuperada e devolvida ao dono. No quintal onde ocorreu o suposto confronto, os policias encontraram outra moto, com chassi adulterado e queixa de furto pelo município de São Carlos.

Em nota, a Polícia Militar informou que os policiais militares “deram voz de prisão ao fugitivo, que recusou soltar a arma. Com a arma de fogo apontada para os policiais militares, as equipes revidaram a injusta agressão”.

GUILHERME FOI SEPUTADO EM OLÍMPIA

A corporação não informou se os policiais envolvidos no caso serão afastados do patrulhamento preventivo durante as investigações.

A região do Deinter-5 registra sete ocorrências de suspeitos mortos em confronto com policiais militares em serviço, no primeiro semestre deste ano. Nenhum policial foi morto nesse período. No Estado, 123 pessoas morreram em confronto e três PMs.

O corpo de Guilherme foi sepultado em Olímpia na terça-feira, 11. Ele deixa um filho de apenas um mês de vida.

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