19 de dezembro | 2011

Migração fez aumentar a população local na primeira década deste século

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O Boletim SP Demográfico divulgado no início deste mês pela Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) pode demonstrar que a corrente migratória, provavelmente por causa da cana-de-açúcar, pode ser uma das causas do aumento da população de Olímpia, na primeira década do século XXI.


Nesse período, entre os anos de 2001 e 2010, a população local cresceu aproximadamente 8,7%, passando de 45.981 habitantes para os atuais 50.024 moradores. Grande parte desse novo contingente, pelo que se depreende, pode ser composta por um grupo de pessoas que veio trabalhar no setor canavieiro, provavelmente.


Nesse período, as estimativas inéditas da Fundação Seade apontam para um saldo a maior de em média 102 migrantes que permaneceram na cidade a cada ano, totalizando 1.020. No entanto eventualmente esses números podem ser maiores, uma vez que desses migrantes, grande parte se casou e constituiu família por aqui.


Por outro lado, a análise dos números relativos à década anterior, a última do século XX, pode indicar que os filhos da terra que deixaram a cidade naquele período, estariam sendo substituídos pelos filhos do nordeste que para cá vem em busca de trabalho principalmente na cana-de-açúcar.

Essa situação também aparece no mesmo estudo.

No período entre 1991 e 2000, segundo o levantamento, ao invés de ganhar moradores que viriam de outras terras, na verdade o saldo negativo registrado, 86 migrantes a menos a cada ano, pode representar a saída de em média 860 olimpienses, inicialmente em busca de estudos, que acabavam não retornando mais para a cidade.


Mas em relação aos últimos 10 anos, se o município perde para muitas cidades da região noroeste em relação aos migrantes que permaneceram, por outro lado, lidera a corrente migratória na região administrativa de Barretos.


O estudo combina os resultados da população total do Censo Demográfico de 2010, divulgados em abril de 2011 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com os dados sobre nascimentos e óbitos do Sistema de Estatísticas Vitais (SEV), produzido pela Fundação Seade a partir das informações dos Cartórios do Registro Civil.


Tal procedimento permite identificar os saldos e as taxas migratórias regionais e municipais na última década. Os principais resultados deste estudo revelam que, as taxas migratórias foram – 1,94 para o período entre 1991 e 2000 e, 2,12 para o período entre 2001 e 2010.


Em relação aos últimos 10 anos, contraria a tendência apurada para região administrativa de Barretos, à qual o município de Olímpia está inserido, cuja taxa migratória aproximaram-se de zero, mas permanecendo com números negativos, ou seja, 0,32 entre 1991 e 2000, e – 0,45 entre 2001 e 2010.


Aliás, na região de Barretos, apenas Guaraci supera os números de Olímpia, em relação ao crescimento por causa da corrente migratória. Na última década do século XX os números já mostravam a média de 18 migrantes a mais a cada ano, ou 180 em 10 anos, e 370 migrantes a mais na primeira década do século XXI, ou seja, a média de 37 a cada ano.


Mas segundo a avaliação da Fundação Seade, são múltiplos e complexos os determinantes dos deslocamentos populacionais no território. Apenas com a divulgação das informações detalhadas do Censo Demográfico de 2010 será possível ter a mensuração dos fluxos migratórios e a identificação da origem e destino dos migrantes, bem como de seu perfil, que são decisivos para o entendimento dessa dinâmica. Contudo, o estudo ora divulgado permite identificar, desde já, as principais tendências da migração no Estado de São Paulo e em suas regiões administrativas na última década.



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