13 de outubro | 2013

Médico confirma que meningite que matou Jamil não foi detectada aqui

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O médico cardiologista José Car­los Ferraz (foto), que também é diretor técnico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Olímpia, confirmou nesta semana que a meningite que consta no atestado de óbito como sendo a causa da morte do porteiro Jamil Barbosa de Castro, realmente não foi detectada por nenhum dos médicos que o atendeu em Olímpia. Ele morreu no dia 1.º de outubro no Hospital de Base de São José do Rio Preto, onde deu entrada no dia anterior, mas porque foi levado por conta própria pela família.

Segundo Ferraz, os sintomas de meningite são febre muito alta, dores de cabeça, rigidez de nuca e, muitas vezes aparece o vômito: “Ele não tinha sinal nenhum. Durante a internação ele não tomou nenhuma gota de novalgina. Até o momento ele não tinha nenhum sinal de infecção (indicando) que ele pudesse estar tendo essa meningite em andamento. Em nenhum momento, durante a internação ele teve febre, em nenhum momento ele queixou de dor de cabeça, que são sintomas da meningite”.
 

Ferraz afirma que inclusive tem informação de médicos do HB dizendo que a meningite que seria a causa da morte de Jamil não era da do tipo meningocócica. “Não e­ra aquela meningite que aparece num dia e no outro leva a óbito, simplesmente só por causa de se tratar de meningite”, acrescentou.

De acordo com o diretor técnico, Jamil Barbosa de Castro foi a­tendido na UPA, no início da manhã do dia 24, por volta das 6h30, com queixas de problemas cardíacos: “Ele apresentava inchaço nas pernas, falta de ar e examinado foi feito um diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva”.

PROBLEMAS CARDIÁCOS
De acordo com José Carlos Fer­raz, era sabido que se tratava de um portador de doença cardio­ló­gica e o plantonista que o atendeu verificou a necessidade de in­ter­nação para compensar a insuficiência cardíaca. Foram realizados exames de eletrocardiograma, raio x e depois foi conduzido para a Santa Casa.

Na Santa Casa ele foi medicado pelo médico Tássio José de Do­min­­gues Carvalho que, por necessitar participar de um congresso, passou o caso para Ferraz.

Ferraz conta que na 6.ª feira, an­tes de obter alta do hospital, o porteiro estava bem e queria sair, mas foi aconselhado por ele a permanecer até no sábado. Nesse dia, quando chegou, Ferraz conta que Jamil estava nervoso porque queria ir embora: “Falou até de assinar um termo de responsabilidade para ir embora”.

Também de acordo com Fer­raz, na Santa Casa, além dos me­dicamentos que já tomava em sua residência, Jamil tomou diuréticos na veia para controlar o inchaço: “Ele não tomou simplesmente os medicamentos que ele já tomava em casa”.

O médico explica também que Jamil estava bem quando recebeu alta, mas foi encaminhado para o ambulatório de cardiologia do ARE (Atendimento de Referência e Especialidades), que funciona no Centro de Saúde, onde há uma médica especializada em car­di­o­logia que inclusive é ligada ao HB.

Embora diga respeitar a afirmação da filha de Jamil, a empregada doméstica Patrícia A­parecida de Castro, Ferraz diz que duvida que algum médico do HB tenha afirmado que os médicos de O­límpia não tinham detectado a meningite.

Mesmo assim Ferraz lembra que na madrugada do domingo, dia 29 de setembro, quando Jamil foi a UPA pela segunda vez, ele apresentava vômitos e fraqueza nas pernas. São sintomas, segundo ele, que podem indicar a ocorrência de um infarto do miocárdio. “Às vezes uma dor no estômago pode ser prenúncio de um infarto agudo do miocárdio”, explica.

Entretanto, diz também que os problemas estomacais também podem ser apresentados por causa da ingestão de muitos medicamentos, como no caso de Jamil. “Teve alta porque ele disse que estava se sentindo bem”, acrescentou.

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