21 de julho | 2019

Loteamento proposto por vereadores precisa provar que não reviverá trauma do Maranata

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Segundo comentário dos jornalistas José Antônio Arantes e Willian Antônio Zanolli, no programa Cidade em Destaque, mostrado pela rádio Cidade FM na quarta-feira desta semana, dia 17, o lote­amento popular que está sendo proposto pelos vereadores Antônio Delo­mo­darme, Niquinha, e Mar­­co Antônio Parolim de Carvalho, Marcão Coca, pre­cisa ter a apresentação de quais os mecanismos que serão adotados visando não reviver o problema verificado no passado e que traumatizou parte da população que resolveu investir no famigerado Jardim Maranata, na zona sul da cidade.

Isso porque, pelo que en­tenderam, os proprietários na verdade, se associam a uma associação que tem por fim construir o loteamento. O Ni­qui­nha, por exemplo, é especialista em associação, disse o jornalista.

Além disso, se metade deixar de pagar, o resto tem que bancar e pode virar outro Maranata por se tratar de um processo semelhante ao do Jardim Ma­ranata, que muitas pessoas sofreram prejuízo.

No entanto, não se pode ainda falar que se trata de uma questão de má fé, até porque ainda é um embrião a conversa anunciada agora. Ainda não há ter­reno e nem loteamen­to, apenas uma ideia que está sendo lançada. “Por enquanto apenas uma ideia, uma utopia”, assevera o jornalista José Antônio Arantes.

Para Willian Antônio Za­nolli, ainda estaria faltando acerto na comunicação para fazer uma coisa mais esclarecida, principalmente por se tratar de uma situação que interessa à comunidade.

Em suma, não há uma associação ainda, não há uma área específica e em valores definidos para a­quisição de terrenos.

Ao que tudo indica, os ve­readores pesquisaram preços em outras cidades, mas Olímpia é uma Estância Turística e suas áreas são mais caras.

Para garantir o cunho so­cial precisa da ajuda do estado no sentido de, principalmente, subsidiar valores para que venha ser um facilitador a quem estiver interessado em investir o pouco que tem na construção de sua ca­sa própria.

Também é preciso ver se as pessoas interessadas terão condições de pagar os terrenos que comprarem. Tem que levar em consideração uma eventual ina­dim­plência. Coisas que a CEF, por exemplo, faz para garantir seus negócios, dependendo de quanto pagar se define se é baixa ren­da ou não.

Pagar R$ 440 por mês mais ou menos para quitar as 48 parcelas não dá para se enquadrar no valor possível para a média salarial local, entenderam os jornalistas.

Sonho da casa própria no passado virou o pesadelo do Jd. Maranata

O sonho de possuir uma casa própria pagando valores menores que os de mercado, como está sendo proposto atualmente pelos vereadores Antônio Delomodarme, Niquinha, e Marco Antônio Parolim de Carvalho, Marcão Coca, respectivamente presidente e vice da Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia, acabou, na ver­dade, virando um grande pesadelo para as pessoas que investiram no Jardim Maranata, na zona sul da cidade, há cerca de 26 anos atrás.

Sem recursos, o projeto sofreu problemas de continuidade sendo protelado várias vezes, até que seus investidores des­cobriram que o que já havia sido pa­go não tinha relação com a propriedade do imóvel.

O caso foi parar na justiça, principalmente porque a Construtora Fa­ga­nello que havia assumido a o­bra, acabou não dando continuidade aos trabalhos de construção das casas.

Por isso, em março de 2011, a Justiça local realizou leilão do terreno que ficou conhecido como Jardim Maranata que possui área de 432,8 mil metros quadrados.

O local fica em frente ao Jardim Hélio Casarini, conhecido por Cohab III, per­tence à construtora Fa­ganello Engenharia e Construções, de Araça­tu­ba, e é avaliado em R$ 4.328.484,60. O leilão foi determinado pela então juíza Andrea Galhardo Palma, da Segunda Vara Cível da Comarca de Olímpia.

Segundo o edital do pregão, o terreno não tinha benfeitorias. Existiam apenas cercas de arame e vestígios de algumas construções de casas populares começadas e não acabadas.

O local formaria o conjunto habitacional Ma­rana­ta, que não foi concretizado. Parte da área também seria ocupada por um sítio arqueológico, onde foram encontradas peças indígenas, que atualmente estão expostas no Museu do Folclore de Olímpia.

O imóvel estava penhorado em ação de execução fiscal movida pela Caixa Econômica Federal (CEF) contra a construtora Fa­ganello. O imóvel foi considerado um bem que entrou como garantia em u­ma operação comercial e não como empreendimento habitacional, informou a assessoria do banco. Mesmo assim e mesmo também com a interferência do Ministério Público e a Justiça, o local foi sendo cada vez mais abandonado.

O Maranata foi uma iniciativa do Fórum Brasileiro de Apoio a Cooperativas Evangélicas, tratado com a Prefeitura Municipal no final de 92 e colocado em prática a partir de 1993, mas paralisado no início do ano seguinte.

A cooperativa faliu, seus responsáveis em nível nacional desapareceram, bem como os responsáveis locais, entre eles à época um vereador que com um familiar tomou a frente da cooperativa municipal com a finalidade de gerenciar o empreendimento.

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