15 de janeiro | 2023

Lista da PF confirma prisão de olimpiense entre os terroristas que destruíram prédios em Brasília

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Embora se tenha a afirmação de que o ex-vereador Primo Gerolim e mais outro olimpiense estavam em Brasília no dia dos atos terroristas, domingo, 8, apenas o nome de Jonatas Henrique Pimenta aparece na lista dos que foram presos.

Um rapaz de 28 anos, morador de Olímpia, Jonatas Henrique Pimenta, foi confirmado neste final de semana, na lista atualizada expedida pela Polícia Federal com o nome dos terroristas que foram presos em Brasília após destruírem os prédios dos três poderes na capital federal.

Jonatas é o número 464 desta lista da Polícia Federal de Brasília, em conjunto com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, das prisões realizadas nos entre os dias 08 e 11 de janeiro último e que foram para o Centro de Detenção Provisória II, CDPII.

O olimpiense que, em seu perfil de Facebook aparece como locutor de rodeios, gravou dois vídeos e postou na internet. Um mostrando o momento que chegou em Brasília junto com o ex-vereador Primo Gerolim, direto do acampamento em frente o QG do Exército na capital federal. Outro, já dentro de um dos edifícios invadidos no domingo, dia 08, em Brasília, no momento que estavam acontecendo os atos terroristas.

Veja os vídeos:

No primeiro vídeo, Jonatas, ao anunciar e ressaltar a sua viagem a Brasília, acaba envolvendo o nome do ex-vereador Primo Gerolim, com quem diz ter feito a viagem que ainda tinha uma outra pessoa que não sabia o nome, mas estava pegando comida na fila do acampamento em Brasília. Este terceiro, pode ser o empresário Otávio Sachetin, que também publicou um vídeo em seu perfil no Facebook, onde ressalta, emocionado, o fato de estar subindo a rampa do planalto no momento da invasão por parte dos terroristas.

Veja o vídeo:

 

 

O empresário nesse momento cita por diversas vezes o nome Primo, o que pode significar que ele teria sido o terceiro companheiro da viagem (além de Jonatas) para Brasília.

Primo Gerolin além de não aparecer, também não publicou nenhum vídeo em seu perfil no Facebook e nem no de seus parentes.

SACHETIN NEGOU QUE FOI A BRASÍLIA

O empresário Octávio Sacchetim, embora o vídeo em sua página não tenha nenhuma referência ao fato e a voz seja parecida com a sua, afirmou para o jornalista Leonardo Concon que não esteve presente em Brasília. Ressaltou que apenas fez um compartilhamento. “Eu não saí de Olímpia, estão gerando fakes com o meu nome”, disse.

Com exceção desta manifestação de Sachetin para o jornalista Leonardo Concon, durante toda a semana, ninguém se manifestou oficialmente sobre os fatos. Na lista dos presos pela polícia em Brasília só ficou confirmado o nome de Jonatas, companheiro de Gerolin na viagem à Brasília e, possivelmente, também de Sachetin.

A irmã de Jonatas Henrique Pimenta, no entanto, fez apelo também pelo Facebook, quando ficou sem informações sobre seu irmão entre terça e quarta-feira. Ela pediu para a ex-vereadora Alessandra Bueno, que fizesse uma campanha em seu perfil para que conseguisse informações sobre Henrique e para obter ajuda para contratar advogado para assistir seu irmão em Brasília.

A ex-vereadora chegou a fazer um vídeo clamando por um advogado que pudesse se deslocar até lá porque o rapaz de Olímpia estaria desassistido e a família desesperada. Mas, a repercussão não foi boa. A maioria das pessoas que comentaram, criticaram o ato e sugeriram que os ‘companheiros’ que foram com ele, ou o patrocinador da caravana, arcassem com as despesas e o tirassem da prisão. 

FAMÍLIA DE PIMENTA PEDIU AJUDA

Durante a semana, no entanto, a família conseguiu falar com o rapaz na capital federal, mas não confirmou que ele estava preso na capital federal. A confirmação só veio na última lista divulgada pela polícia federal com mais de 1400 nomes de pessoas que participaram dos atos terroristas.

Não se sabe, ao certo, inclusive, quantos ultradireitistas saíram de Olímpia para a ocupação na Praça dos Três Poderes, já que muitos apagaram as postagens nas redes sociais temendo retaliações pelo resultado da invasão. Os comentários na internet davam conta de que mais de duas dezenas de Olímpia e 16 de Severínia, pelo menos, teriam se dirigido a Brasília no fatídico domingo em que a democracia Brasileira foi atacada frontalmente.

Em Olímpia, inclusive, o acampamento de bolsonaristas que já fazia quase dois meses, tinha uma grande barraca instalada defronte ao Tiro de Guerra, foi desmontada na tarde de segunda-feira, 09. No período da manhã, ainda havia pelo menos quatro pessoas em vigília no local.

VAI PAGAR, SIM

Outros dois casos ganharam repercussão na região. Um foi de um empresário que bancou um ônibus para a capital federal e lá, ameaçou o ministro Alexandre de Moraes. O outro, foi um empresário de Votuporanga que posou para foto sentado em uma poltrona no palácio do planalto com os pés em uma mesa e chegou a declarar que a invasão foi melhor que show de Rock.

Por outro lado, a Advocacia Geral da União entrou com pedido e a Justiça Federal do Distrito Federal acatou, para bloquear bens de 52 pessoas e sete empresas que financiaram fretamento de ônibus para atos violentos que resultaram na destruição de prédios públicos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).

A relação inclui o morador de Rio Preto João Carlos Baldan, que fretou um ônibus de Rio Preto com destino a Brasília, e mais duas pessoas da região.

RIO PRETENSE FOI PRESO E VAI PAGAR POR ESTRAGOS

Nas redes sociais, Baldan divulgava imagens no acampamento em Brasília e seu perfil no Instagram tem foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de arma e a bandeira do Brasil.

O pedido também inclui Jean Franco de Souza, de Mirassol, que fretou um ônibus que saiu de Votuporanga, passou por Mirassol e seguiu para Brasília no dia 6 de janeiro. Também foi listada Rosângela de Macedo Zouza, de Riolândia, que fretou ônibus que saiu de Votuporanga. Dados sobre o fretamento de veículos foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal.

A AGU pediu medida cautelar para bloquear R$ 6,5 milhões em bens de pessoas e empresas identificadas como financiadoras dos atos golpistas. “A quantia deverá ser utilizada para reparar danos causados pela depredação de patrimônio público em caso de posterior condenação. Além disso, a AGU poderá pedir a ampliação do valor a ser bloqueado na medida em que a contabilização dos prejuízos, que ainda não foi concluída, avance”, afirma em comunicado.

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