Em depoimento prestado ao delegado Marcelo Pupo de Paula, na delegacia de polícia de Olímpia, o lavador Pedro Henrique Ferreira Rosa, de 20 anos, justificou a tentativa de homicídio, alegando que estaria sendo humilhado pelo patrão Fernando Donizete Pedro, de 40 anos.

O lavador contou que trabalhava no Lava Jato havia três anos e o patrão o busca e leva em sua residência de moto, mas mediante pagamento de um real por dia, totalizando R$ 30 mensais. Declarou que no dia anterior ao crime pretendia pedir um vale de R$ 20 para comprar um chinelo. Afirmou que o pedido foi feito pelo seu padrasto, defronte sua casa, mas o vale foi negado pelo patrão, que ainda teria dito, ele é um “moleque”, merece uns “pé de ouvido”.

Segundo Pedro Henrique, no dia do acontecido o patrão passou em sua casa e o pegou por volta das 7 horas e, chegando ao serviço, sem motivo, Fernando teria passado a xingá-lo de “desgraçado e vagabundo, que ele era digno de pena, merecia morrer, matar, dar uma surra”. Garante o lavador que não retrucou.

No entanto, segundo o lavador, depois de cinco minutos, Fernando o teria chamado no escritório e o xingado novamente. Em seguida teria vindo para cima dele (Pedro Henrique) e desferido um soco na sua boca, provocando sangramento.

O lavador alega que foi ao banheiro, nervoso, pegou uma faquinha de serra e retornou ao escritório com o objetivo de matá-lo. Afirma que o patrão estava com um pedaço de pau. Mesmo assim, o atacou com vários golpes de faca, acha que uns seis golpes, atingindo-o na região do braço. Em contra­partida, Fernando teria lhe atingido um golpe de madeira na altura da perna direta. Na luta, foi agarrado pela camiseta que chegou a ser rasgada.

Conta, que quando deixou o lava jato seu patrão estava consciente. De moto-taxi, foi para a casa de sua namorada na Cohab, onde posteriormente foi detido pelo policiais militares.