30 de janeiro | 2013

Lanche de linguiça do Rei do Suco ganha destaque regional

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Bruno Ferro/Diário da Região
Há três anos, o comerciante Nelson Benedito Lopes (foto), 62 anos, resolveu que iria fazer linguiça de pernil de porco para vender. Os fregueses aprovaram e ele decidiu usar a iguaria caseira em um sanduíche: o pão de linguiça. E assim começa a história do lanche que é, hoje, a principal atração da lanchonete e restaurante Rei do Suco, local com decoração para lá de inusitada instalado às margens da rodovia Assis Chateaubriand, em Olímpia, há 12 anos.

O sanduíche é feito em um pão francês grande. Além da linguiça, leva mussarela, cebola e tomate. Em vez do formato tradicional, cilíndrico, a carne embutida é assada na chapa e amassada, o que a deixa em formato de hambúrguer no recheio do lanche.

Para acompanhar, Nelson aconselha alguns dos molhos de pimenta, vários também produzidos ali. “Todo mundo gosta de linguiça, de crianças a idosos. Eu cismei de fazer e fiz,” diz. A linguiça também é vendida por quilo. Por semana, são entre 40 quilos e 50 quilos de produção. “Nos feriados prolongados, as famílias passam por aqui só para comer um lanche. Tem gente que vinha quando os filhos eram crianças e agora eles estão crescidos,” diz Juliana, 27, filha de Nelson.

Além do pão com linguiça, outros destaques da lanchonete são os produtos a base de milho, como pamonha, cural e bolo, o bolinho de bacalhau e a coxinha. “Eu não admito nada mais ou menos. Só aceito o melhor, a começar pelo óleo e a farinha utilizados na fritura.” O principal sanduíche tem três anos, mas o ponto tem muito mais. São 12 anos de beira de estrada. Além da lanchonete e restaurante, ele é dono do posto de gasolina e de uma loja anexa à lanchonete.

Nelson, a mulher, Rita, 50, e Juliana cuidam dos alimentos. “E o Nelsinho toma conta do posto.” Nelsinho é o filho mais novo, de 24 anos. O local conta com 30 funcionários. Quando completam três anos de emprego, recebem um bóton.

Nelson e Rita são casados há 30 anos. A união rendeu dois filhos, nenhum neto por enquanto. Juliana é formada em odontologia. Chegou a exercer a profissão por um tempo, mas decidiu ajudar nos negócios da família. Nelsinho se preparou para herdar as empresas, fez administração. “Ele vinha para cá ajudar desde molecão,” diz Juliana.

A família mora ali mesmo, nos fundos. Mas antes de se estabelecer na rodovia, Nelson teve boate, choperia e discoteca em Olímpia. Das casas noturnas vem um pouco da paixão pela música. E na decoração da lanchonete isso fica bem claro. Em uma parede, o poster de Elvis Presley. Na outra, o quarteto de Liverpool, The Beatles.

A música divide espaço com objetos antigos, na loja ao lado do restaurante. Vitrola, caixas registradoras, vários tipos de relógios e até uma bomba de gasolina. “Sempre que vejo algo diferente compro e muita gente sabe que eu gosto e me dá ou vende,” diz Nelson. “Sempre tive o projeto para construir desse jeito.”

Nas paredes também estão fotos antigas que contam a história de Olímpia, além de imagens de produtos do passado. A loja vende produtos artesanais e objetos variados. O que chama a atenção são as pimentas. São duas prateleiras lotadas. “Por onde eu passo vou comprando as coisas, vejo outros lugares, troco ideias e reproduzo aqui.” E Nelson passa por muitos locais. É motociclista e, literalmente, roda o mundo.

O gosto pela música e por antiguidades não chega nem perto da paixão por motocicletas. Isso fica claro pela presença de um enorme poster de uma moto Harley Davidson. Logo na entrada da lanchonete, uma lambreta ano 1957 dá as boas-vindas aos clientes. Montado nela, um boneco com casaco de couro, chapéu e bótons.

Nas paredes, placas indicam os lugares em que Nelson já passou de motocicleta. Além de rodar o Brasil, ele desbrava as terras do tio Sam. “Já fiz várias vezes a rota 66.” Essa rota dos Estados Unidos passa por oito estados, começando em Illinois, no centro-leste do país, e terminando na Califórnia, na costa oeste.

A próxima aventura já está estabelecida. Em julho, viaja para os Estados Unidos e pousa direto no estado do Colorado. Vai passar por estados como Utah, Nevada, Dakota do Sul e Dakota do Norte. O caminho deve chegar muito próximo da divisa com o Canadá. “Eu chego nos Estados Unidos e alugo a moto.”

São muitos anos de experiência pilotando. Nelson diz que sempre teve moto, desde que era adolescente. Tentou influenciar o filho, que até acompanha o pai em algumas rotas. “Mas depois de um acidente, ele parou um pouco de acompanhar,” disse Juliana.

FUTURO
Com a duplicação da rodovia Assis Chateaubriand, a família já está se mexendo. As obras para a construção de outro ponto, do lado oposto da rodovia, já estão em andamento. A previsão é que no fim do ano já esteja pronta para funcionar. “O projeto é mesmo. Fazer posto, lanchonete, restaurante, loja e vender o pão com linguiça.”

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