O médico cirurgião Nilton Roberto Martines, que comandou a equipe de vários médicos que realizou várias cirurgias no funcionário de "Euripinho" envolvido no tiroteio na Rua Senador Virgilio Rodrigues Alves, que levou dois tiros na manhã de terça-feira, 11, Laércio Marques, vulgo Laércio Peão, informou no início da manhã de sábado, 15, que seu paciente já foi estubado (está respirando sem aparelhos) e até já está falando.

Ele continua na UTI, mas já gravou até um vídeo no celular e mandou para a família. Claro, a sua situação ainda é grave e complicações podem surgir, pois embora tenha reagido bem aos procedimentos cirúrgicos, a recuperação é lenta nestes casos. “Mais um que parece vai sobreviver. Assim eu espero”, disse o médico.

Nilton, na quarta-feira, estava otimista quanto a recuperação do paciente, a quem classificava com 50% de chances de se recuperar, diferentemente de quando este deu entrada na Santa Casa com um ferimento na região tórax abdominal a direita, sangrando muito e tinha um ferimento na face também, quando acreditava ser muito difícil a sua recuperação. No sábado, com a resposta rápida aos tratamentos, o médico estava mais otimista ainda.

Nilton contou na terça que: “iniciei imediatamente a cirurgia e houve duas costelas quebradas, estraçalhou o fígado. Foi um projétil de alta potência. Para fazer o estrago que fez é uma arma bem potente”.

E continuou: “A minha finalidade era coibir a hemorragia, porque é isso que mata e nisso percebi que tinha um sangramento intenso na boca. Chamei o meu filho Fábio, estava na cirurgia do abdome com o médico Henrique Louzada e o acadêmico Guto Ceron que faz estágio aqui com a gente”.

O médico também constatou várias fraturas na mandíbula e no maxilar e a bala tinha atravessado na garganta e seccionado a língua. “Por sorte o médico Matheus, que é otorrino, estava atendendo aqui e acionamos ele imediatamente. Ele e o Fábio começaram  a realizar a cirurgia da parte oral do paciente. Enquanto o Matheus terminava, o Fábio fez um acesso central a uma veia profunda para que a gente pudesse estabilizá-lo e manter a pressão do paciente. Terminamos a cirurgia, drenamos o tórax e fizemos uma radiografia de controle, porque naquele momento era importante parar o sangramento, corrigir as lesões para depois procurar a bala. Fizemos um raios X e não encontramos o projétil, nem na parte da face do pescoço e nem no tórax”.

Segundo Nilton, após a recuperação de Laércio, vai ser necessária a realização de uma tomografia de corpo inteiro para poder detectar onde foram parar os dois projéteis e avaliar a possibilidade de sua extração.