19 de setembro | 2011

Juiz manda apurar crime de falso testemunho de secretário Gilberto Tonelli para ajudar Carneiro

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O juiz de direito Luiz Fernando Silva Oliveira, que está substituindo na 2.ª vara da comarca de Olímpia, por causa da saída da juíza Andrea Galhardo Palma, transferida para São Paulo, solicitou a instauração de um inquérito policial para apurar uma possível tentativa de enganar a justiça, ou seja, crime de falso testemunho, que teria sido praticado pelo secretário municipal de Obras e Engenharia GilbertoTonelli Cunha, durante os depoimentos que prestou à justiça.


Como se sabe, Tonelli, que era secretário de Obras e Serviços Urbanos na administração do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro, foi testemunha no processo crime que condenou o ex-prefeito e o ex-funcionário público Fernando do Nascimento, que ficou conhecido como “funcionário fantasma do gabiente de Carneiro”.


“Requisito a instauração de inquérito policial contra a testemunha Gilberto Tonelli Cunha, por ter praticado, em tese, crime de falso testemunho, devendo o cartório remeter para a autoridade policial a documentação necessária para instruir o procedimento investigativo”, diz a sentença prolatada no dia 9 de setembro de 2011, em seu trecho final.


De acordo com o juiz, Cunha prestou “depoimento em juízo e afirmou que o réu Fernando do Nascimento não tinha aula na segunda-feira, e por isso trabalhava normalmente no primeiro dia útil da semana, apresentando a ele (Gilberto), os dados que coletava no final de semana”, fato que, conforme o entendimento do juiz, não teria sido comprovado.


“Entretanto, o depoimento da testemunha Gilberto Tonelli Cunha foi contraditório com o interrogatório do próprio réu Fernando do Nascimento, porque este afirmou que tinha aula na segunda-feira, e que assistia a aula da segunda-feira no período da noite, ou seja, a testemunha Gilberto Tonelli Cunha mentiu em juízo para beneficar os réus, e seu depoimento está eivado do vício do falso testemunho”, afirma o juiz.


“É perceptível que a testemunha Gilberto Tonelli Cunha contribuiu para a construção do álibi criado pelos réus, porque os depoimentos até parecem terem sido bem ensaiados, porém, num deslize, a testemunha Gilberto Tonelli Cunha acabou tropeçando nas próprias palavras ao afirmar que o réu Fernando não tinha aula na segunda-feira, e seu depoimento é imprestável”, acrescentou.


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