02 de agosto | 2010

Incidência de câncer nos olhos cresceu quase 14% em 10 anos

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Usar óculos escuros dotados de filtros específicos está cada vez mais deixando de ser uma forma de agregar um acessório à aparência do ser humano. A incidência comprovada de câncer nos olhos cresceu aproximadamente 14% nos últimos 10 anos. De acordo com o oftalmologista Waldeluir Dublin Sacchetin(foto), é uma situação que já tem sido verificada até mesmo em pessoas mais jovens.


No entanto, o problema não tem relação com a saturação de ozônio no ar, conforme prevê o escritório regional de São José do Rio Preto, da Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo), mas com ao chamado ‘buraco negro’ na camada de ozônio responsável por filtrar os raios solares.


“Os graus são os mais variados possíveis desde uma simples irritação, uma vermelhidão, até a ocorrência de câncer nos olhos que podem levar ao comprometimento fatal e de permeio a essa situação leve e gravíssima nós temos uma gama imensa de alterações menores e graduais”, alerta.


Dublin informa que são casos comprovados em laboratórios, após a retirada do tumor, confirmando as características das células tumorais. “Temos visto o aumento dessa incidência na nossa região em particular e no Brasil como um todo”, acrescenta.


O fator desencadeante, segundo ele, são os raios ultravioletas, ou seja, a parte considerada invisível da luz do sol. “É uma parte da emissão solar que é invisível aos olhos humanos, mas que esses causam muitos efeitos sobre as proteínas do organismo alterando a morfologia e o funcionamento das células”.


Ocorre que, ao contrário da pele, que produz pigmentação para proteger do sol, os olhos ficam vermelhos “ele engrossa os vasos sanguíneos fazendo com que sejam uma barreira contra a ação dos raios ultravioletas”.


Da vermelhidão, explica ainda, “há o progresso para pterígios para pinguéculas, para tumores, na parte externa do olho. Na parte média nós temos a ocorrência de cataratas, cataratas aceleradas causadas pela luz do sol excessiva e na parte mais interna e mais nobre do olho, a retina, que é uma membrana especializada em transformar a luz em pulsos nervosos para serem enviados ao cérebro e transformados em sensações de visão, há também alterações muito graves e essas alterações têm aumentado pelo aumento da idade da população e pela ação deletéria dos raios solares”.


QUALIDADE DA LUZ SOLAR

O aumento de casos está diretamente ligado à piora da qualidade da luz solar. A degeneração “macular” (sic) relacionada com a idade é agravada com a exposição à luz solar.

Mas não são apenas as pessoas que têm problemas que devem se precaver dos raios solares. Dublim destaca que as que ainda não foram afetadas também devem se preocupar.


A precaução, segundo orienta, é o uso de chapéus, bonés, viseiras, sombrinhas ou mesmo um guarda-chuva. “É evitar a exposição nas horas mais quentes, evitar praia, neve que tem substâncias refletoras, como a areia que é muito branca”.


No caso do uso de lentes escuras, ele avisa que tem que serem dotadas de filtros específicos. “As lentes escuras são filtros das emissões de cores, não são filtros de ultravioleta”, afirma.


Não é o fato da lente ser escura que haverá proteção. Sachetim explica que uma lente pode ser totalmente transparente e cristalina, mas ter agregada a ela, uma camada de filtro ultravioleta muito eficiente.


“E podemos ter uma lente muito escura, sem nenhum filtro ultravioleta, mas que, na verdade, barram apenas a luz visível, não obrigatoriamente a ultravioleta. Para barrar a luz ultravioleta precisamos de filtros especiais. As lentes de boa qualidade trazem gravadas nela o porcentual de eficácia do filtro ultravioleta agregados a elas”, recomenda.
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