19 de julho | 2010

Igreja católica prepara ação contra os candidatos “fichas sujas”

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Com a aproximação das eleições gerais que ocorrerão no início do mês de outubro, a igreja católica, através do bispo diocesano de Barretos, dom Edmilson Amador Caetano(foto à esquerda), está preparando ações para alertar seus fiéis eleitores contra os candidatos “fichas sujas”.

A informação foi confirmada pelo padre Ivanaldo Gonçalves de Mendonça(foto à direita), pároco da Paróquia São José, criada recentemente em Olímpia.


Avaliando o período eleitoral como um tempo rico, onde são apresentadas novas idéias, o bispo destaca que a relação fé e política são antagônicas, mas devem caminhar juntas. Por isso, avisa que o grupo Fé e Política, da diocese, já prepara um material informativo, como folder e vídeos, sobre o assunto, para serem distribuídos às paróquias.


“A lei Ficha Limpa é uma importante conquista para a democracia, e uma oportunidade de avaliar em quem devemos confiar”, diz o bispo, destacando que o eleitor deve estar atento aos candidatos que utilizam brechas da lei para concorrer às eleições.


O bispo critica candidatos que dedicam sua campanha a acusação de adversários. “Não se faz campanha simplesmente acusando”, avalia. Segundo ele, está sendo preparado um vídeo com reflexões e indicações para uma atuação cidadã e cristã na política.


Porém, antes divulgou uma circular com uma mensagem a todos os católicos da diocese de Barretos, destacando a importância da participação. “Nossa atuação nas eleições, durante a campanha eleitoral e durante o acompanhamento dos eleitos deve ser transparentemente cristã”, afirma.


Na circular o bispo cita palavras de João Paulo II na Encíclica social “Centesimus Annus 46”,que diz que a Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade de escolher e controlar os próprios governantes.


“Quer de os substituir pacificamente, quando tal se torne oportuno; ela não pode, portanto, favorecer a formação de grupos restritos de dirigentes, que usurpa o poder do Estado a favor dos seus interesses particulares ou dos objetivos ideológicos. Uma autêntica democracia só é possível num Estado de direito e sobre a base de uma reta concepção da pessoa humana. Aquela que exige que se verifiquem as condições necessárias à promoção dos indivíduos através da educação e da formação nos verdadeiros ideais, quer da “subjetividade” da sociedade, mediante a criação e estruturas de participação e co-responsabilidade.”


No entanto, dentre as várias recomendações, destaca que a Igreja não deve indicar nomes, pois não estaria dentro do espírito da democracia. A Igreja pode e deve dar orientações para ajudar os irmãos na escolha. “Por outro lado, a Igreja pode e deve dizer em quem não votar e até mesmo citar nomes, quando julgar necessário. É um serviço pastoral”, reforça.


VANTAGENS PESSOAIS

Sobre a questão do projeto “Ficha Limpa”, que já é lei, cita que alguns candidatos, com os mais diversos recursos poderão encontrar brechas para terem homologadas as suas candidaturas, apesar da desonestidade e corrupção que demonstraram em seus mandatos. “Estejam atentos”, enfatiza.

“É preciso trabalhar para uma reforma do Estado com uma participação que expresse mais a democracia. Temos que privilegiar os candidatos que proponham esta abertura de participação. É claro que não basta o discurso, mas temos que ver também como tem sido na prática o discurso que o candidato está propondo”, acrescenta.


O bispo avisa que não é um “critério justo e cristão escolher um candidato somente em virtude das vantagens que terá pessoalmente ou até mesmo a instituição na qual estou envolvido”.
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