09 de dezembro | 2023

Hélio Lisse se retrata após ato de gordofobia e fala em perseguição

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POLÍTICA E POLÊMICA!
Vereador usa tese da retorção e declara que não se conteve diante de uma injusta agressão. Vereador se desculpa por comentário inapropriado, mas acredita que querem arranhar sua imagem por causa da eleição para prefeito.

Em uma sessão da Câmara Municipal marcada por tensões e expectativas, o vereador Hélio Lisse Júnior usou a tribuna para abordar o incidente ocorrido na sessão passada quando foi acusado pelos próprios colegas de fazer comentário gordofóbico contra a munícipe Simone, que segundo disse estar gravado em vídeo o teria agredido anteriormente o chamando de X9. CLIQUE E ASSISTA AO VÍDEO!

A repercussão do fato (segundo ele, através do sensacionalismo) o levou à fazer a retratação, alegando que respondeu a uma provocação que questionava sua carreira e integridade profissional levado pela emoção (que seria um retorção na linguagem jurídica) fez um comentário desrespeitoso sobre a aparência física de Simone, referindo-se a ela como “barriguda”.

SANSACIONALISMO COM MOTIVAÇÕES POLÍTICAS

Durante sua fala na Câmara, Lisse Júnior expressou arrependimento pelo seu comportamento, pedindo desculpas à sociedade e à munícipe afetada. Contudo, o vereador rapidamente mudou o foco de sua fala para a imprensa, acusando o jornal Folha da Região (único a divulgar o incidente) de praticar sensacionalismo e de ter motivações políticas para prejudicá-lo.

No decorrer de sua fala na Câmara, o vereador Hélio Lisse Júnior apresentou uma série de argumentos em sua defesa. Ele iniciou destacando que sua resposta inadequada foi uma reação a uma provocação que, segundo ele, atacava sua carreira profissional e sua conduta ilibada. Lisse Júnior enfatizou que, ao ser acusado levianamente de ser um “X9” – termo usado no mundo do crime para indicar um informante – sentiu-se compelido a reagir.

JUSTIFICATIVA PARA A REAÇÃO
Lisse Júnior argumentou que, diante de uma agressão injusta, sua reação, embora inadequada, foi um reflexo do calor do momento e da emoção do debate. Ele insistiu que seu comentário foi um ato isolado e não reflete sua verdadeira postura e conduta, que sempre foram pautadas pela legalidade e pelo combate à criminalidade.

Ao abordar a cobertura da mídia, o vereador usou o termo sensacionalismo, alegando que a divulgação do incidente teve a intenção de atacá-lo politicamente. Lisse Júnior defendeu que a imprensa deveria ter considerado o contexto completo do incidente, incluindo a provocação inicial que, segundo ele, desencadeou sua resposta.

PEDIDO DE DESCULPAS E REAFIRMAÇÃO DE COMPROMISSO
O vereador fez questão de ressaltar sua trajetória profissional como delegado, afirmando que construiu sua carreira sempre pautada pela legalidade e pelo combate à criminalidade. Ele usou esse histórico para reforçar seu argumento de que a acusação de ser um “X9” era infundada e ofensiva (no vídeo que foi transmitido pela Câmara não é audível a suposta acusação da munícipe).

Apesar de se defender, Lisse Júnior pediu desculpas à sociedade e à munícipe Simone, reafirmando seu compromisso com a sociedade olimpiense. Ele enfatizou que seu objetivo como vereador é representar todos os cidadãos, independentemente de suas diferenças.

Ao finalizar seu discurso, Lisse Júnior reiterou que as acusações de gordofobia e preconceito não correspondem à verdade sobre sua pessoa e sua conduta. Ele concluiu afirmando que, apesar do incidente, continua comprometido com seus deveres como vereador e com o bem-estar da comunidade.

ANÁLISE CRÍTICA DA DEFESA DO VEREADOR
José Antônio Arantes, editor da Folha e amigo de infância de Hélio Lisse Júnior, analisou criticamente os argumentos apresentados pelo vereador em sua defesa. Arantes destacou que, embora Lisse Júnior tenha se desculpado, o que é um ato a ser destacado, o vereador tentou desviar a atenção do cerne da questão ao acusar a imprensa de sensacionalismo.

Arantes questionou a justificativa de Lisse Júnior de que a resposta inadequada foi um mero reflexo do calor do momento. Para o jornalista, um representante público com a formação e a reputação ilibadas destacada pelo ex-delegado (tem que controlar suas emoções se não pode matar muita gente já que tem autorização para andar armado) deve manter a compostura, independentemente das provocações. Ele argumentou que a reação do vereador não apenas foi desproporcional, mas também revelou uma falta de autocontrole preocupante para alguém em sua posição.

CRÍTICAS À POSTURA DO VEREADOR
Sobre as críticas de Lisse Júnior à imprensa, Arantes defendeu a cobertura da Folha, argumentando que o jornal apenas cumpriu seu papel de informar o público sobre o comportamento de um representante eleito. Ele enfatizou que a responsabilidade da mídia é relatar os fatos, independentemente de possíveis repercussões políticas.

Em relação à ênfase de Lisse Júnior em sua trajetória como delegado, Arantes reconheceu os méritos profissionais do vereador, mas ressaltou que o passado não justifica comportamentos presentes inadequados. Ele destacou que a conduta de Lisse Júnior como vereador deve ser avaliada independentemente de suas realizações anteriores.

SOBRE O PEDIDO DE DESCULPAS
Arantes reconheceu o pedido de desculpas do vereador como um passo importante, mas observou que a verdadeira reparação vem através de ações consistentes e mudanças de comportamento. Ele questionou se o vereador realmente compreendeu a gravidade de suas palavras e a necessidade de uma postura mais respeitosa e inclusiva.

O jornalista reafirmou o compromisso da Folha com um jornalismo ético e imparcial. Ele concluiu que, enquanto a imprensa continuar a desempenhar seu papel vital na democracia, continuará a relatar e analisar as ações de figuras públicas, independentemente de suas relações pessoais ou políticas.

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