08 de dezembro | 2010

Grupo de Sem Terras acampa em fazenda de Guaraci

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Um
grupo de 35 famílias que pertence ao Movimento Sem Terra (MST),
acampou na manhã da terça-feira, dia 7, às margens da estrada
vicinal Faride Nicola Muriad, ao lado da fazenda Santo Antônio, zona
rural do município de Guaraci.

O local do novo acampamento
está cerca de 5,5 quilômetros da cidade, na estrada que liga
Guaraci a Altair. De acordo com a imprensa regional, o jornal Diário
da Região, o grupo integrava o acampamento Água Fria, em
Colômbia.

O grupo, que é dissidente do movimento Organização
de Integração dos Trabalhadores da Reforma Agrária (Oitra), tenta
garantir lotes na fazenda da empresária paulista Eunice Carvalho
Diniz.

De acordo com os representantes dos sem-terra,
Veronilda Herlrighel Pereira e Areovaldo Alves, a decisão de
deslocar parte do grupo de Colômbia para Guaraci foi tomada depois
que o processo envolvendo as terras da Fazenda Colômbia/Água Fria
voltou para a cidade de origem, o que deve adiar seu
resultado.

Segundo Veronilda Helringhel, os integrantes do
grupo devem ficar do lado de fora da fazenda. “Estamos aqui para
garantir um pedaço de terra”, disse. Veronilde diz que os
militantes estão acampados em Colômbia há 20 anos. A Polícia
Militar acompanhou a movimento a distância, mas não interferiu.

As
fazendas de Guaraci passaram por uma vistoria em 2008 e em 2009 foram
consideradas improdutivas e declaradas de interesse social para
reforma agrária através do Decreto de 25 de maio daquele ano.

O
advogado de Eunice Carvalho Diniz, proprietária das fazendas, Luis
Fernando de Macedo, informou que seu escritório já está
trabalhando na contestação dos argumentos usados no laudo do INCRA
e que também vai trabalhar para tornar sem efeito o decreto que
destinou as terras para a reforma agrária, pois a área é produtiva
e pertence à família há muitos anos.

A empresária trava
uma batalha na Justiça Federal de Rio Preto para derrubar um laudo
de improdutividade da área de 1,4 mil hectares expedido em 1997.

A
empresária garante que as terras são utilizadas na pecuária. “A
área é produtiva e estamos questionando a avaliação do Incra
judicialmente”, afirma Eunice Carvalho Diniz.

O advogado de
Eunice, José Macedo, disse que ingressará com pedido de
reintegração de posse se houver invasão da propriedade rural. “Até
o momento eles (os sem-terra) estão do lado de fora e não há
conflito”, disse Macedo.

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